Virgínia
Eu não sabia dizer, mas senti, logo que vi o Murilo, que ele não estava nada bem e deduzi que algo tinha acontecido e que com certeza não era nada agradável.
Quando ele me contou sobre o seu confronto com a Bruna e, logo em seguida, Ethan Constantino, eu fiquei realmente triste em ver que mesmo diante de todo o meu esforço em mostrar que ele não teve culpa sobre o que aconteceu com a jovem Beatriz, ele não me escutava.
Para tornar tudo ainda mais complicado, a avó do Murilo tinha nos convidado novamente para um almoço de domingo, algo que eu realmente não queria repetir, mas que o meu noivo parecia desejar ardentemente e eu me senti mal em não atender o que ele gostaria que eu fizesse, e em comparação a tudo o que ele fazia pensando apenas em me agradar, era totalmente justo.
Então no domingo de manhã, me arrumei com bastante cuidado e coloquei uma roupa sóbria, bem diferente de tudo o que eu costumava usar e fiz um coque severo em meu cabelo, tudo em nome da paz entre todos nós.
Pelo menos foi assim que eu deduzi que seria, até que o Murilo entrou no quarto e me olhou com uma careta, que eu teria considerado bastante engraçada, se não fosse dirigida para a minha aparência.
— Decidiu ir trabalhar em pleno domingo? — ele perguntou e ao perceber que eu não compreendi sobre o que ele estava falando, ele explicou: — É que eu pensei que iríamos almoçar na casa da minha avó. Mudou de ideia?
— Não, de forma alguma. — neguei de imediato. — Nós podemos ir.
— E você vai vestida dessa forma por qual motivo? — novamente a careta engraçada, mas nem tanto.
— Eu só não quero causar confusão com a sua família novamente, Murilo. — expliquei.
— E você acredita que roupas iriam mudar alguma coisa?
— Talvez eu possa passar uma impressão melhor, vestida assim.
Ele não disse nada diante da minha explicação, apenas caminhou até o enorme closet e depois de passar algum tempo lá dentro, voltou trazendo um vestido rosa, que apesar de muito bonito, tinha um decote, eu diria que um pouco extravagante e era curto, algo que deveria ser considerado como extremamente inapropriado pela sua avó, mas que eu costumava usar e gostava.
Na outra mão ele trazia um par de sandálias rasteiras, de tirinhas com pedrarias, que apesar de terem sido caríssimas, não combinavam com o ambiente formal na mansão da família Fernandes.
— Eu, mais do que qualquer outra pessoa, desejo que você e a minha avó se entendam, Virgínia. — ele falou. — Mas não deve tentar mudar nada em você apenas para agradar a outras pessoas. Elas precisam gostar de você do jeitinho que é.
— Só estou tentando buscar a harmonia entre todos nós, Murilo! — reclamei, me sentindo chateada por ele não entender isso.
— Você gosta dessa roupa que eu trouxe? — mostrou novamente a sandália e o vestido.
— Você sabe que sim.
— Então, vai com ela.
Pensei em continuar a insistir sobre o meu ponto de vista, mas no fundo eu sabia que o Murilo estava certo e eu não deveria fingir ser alguém diferente do que era, apenas para tentar agradar a avó dele.
Depois que troquei de roupa, aproveitando também para soltar os meus cabelos e deixá-los cair livres nas minhas costas, o Murilo segurou a minha mão, beijando a palma e depois a fechou em punho.
— Guarda esse beijo meu, para te dar apoio.
— E você não estará lá comigo? — perguntei horrorizada.
— Estarei sim, mas eu queria beijar a sua mão. — falou, rindo da minha expressão.
— Palhaço. — resmunguei, e ele riu ainda mais.
Aquilo serviu para descontrair um pouco o clima e nós fomos para a mansão dos Fernandes parecendo mais leves.
Quando chegamos à sala de estar da casa, novamente a elegância do lugar me deixou tensa e apreensiva, já antecipando o que a avó dele diria.
Mas para a nossa surpresa, além da avó e a prima do Murilo, também estavam a Lavínia e o Aquiles na sala, e todos levantaram-se após a nossa entrada.
— Olá, família! — Murilo cumprimentou a todos de uma só vez.
— Seja bem vinda a nossa casa, Virgínia. — foi a senhora Dinorá a primeira a falar. — Fico feliz que tenha aceitado o meu convite para almoçar conosco hoje.
Tantas respostas passaram pela minha cabeça nesse momento, todas impertinentes e que causariam mal estar entre nós e acabei apenas sorrindo em retorno.
— Obrigada. — foi tudo o que eu disse.
O Murilo se aproximou dela e depois de beijar o rosto da senhora, foi a vez da sua prima Ártemis e do primo Aquiles, que recebeu um abraço afetuoso.
— Eu não sabia que já estavam de volta a São Paulo. — ele comentou, se dirigindo tanto a Lavínia, quanto ao primo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Virgindade Leiloada
Linda história, e principalmente com final feliz para todos.❤️...
Linda história, apesar de achar que deveria ter tido mais um pouco de capítulos. Parabéns...
Que ridícula, não entendi a surpresa de descobrir e de sentir mau por ele ser rico ,se ele pagou 500 mil pra tirar a virgindade dela. Qual pobre tem esse dinheiro sobrando? Ela é burra ou idiota pra pensar isso? Está querendo chamar atenção agora....
Quando vai lança a história do Ethan e Mariana,já estou ansiosa para lê essa história deles....
Bom livro.ja tem história da Mariana e Ethan?...
A história é ótima,...