Viver Para Crescer romance Capítulo 24

Beatriz

Desperto mas é como se ainda estivesse dormindo. Meu corpo pesa, não obedece os meus comandos! Tento abrir os olhos mas não consigo.

Oiço vozes, alguém chama meu nome, é Bella, reconheço sua voz, oiço alguém chorar e presumo que seja minha irmã. Tento falar qualquer coisa e abrir os olhos mas não consigo e logo a escuridão me envolve novamente.

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Novamente desperto sem abrir os olhos, me concentro e abro um por um. A claridade me incomoda e semicerro os olhos na tentativa de me defender da luz.

Tenho sede, muita sede. Passo os olhos pelo quarto e vejo Bella sentada numa poltrona. Tento chamar ela e não consigo.

Minutos passam e a sede aumenta, mas da minha boca só saem sussurros.

Oiço o barulho da porta e direciono o meu olhar para a mesma, para me deparar com ninguém menos que Rafael Romano em um terno preto da Armani, camisa branca e gravata azul escura, cabelos molhados e barba por fazer. Ele me fita atentamente e se aproxima fazendo com que Bella se levante e solta um grito e um suspiro de alívio ao constatar que acordei e sai disparada para chamar os médicos.

- Tudo bem? - Rafael me pergunta.- Como se sente?

- Sede, muita sede. - sussurro mas ele parece ouvir.

- Tem que esperar o médico dizer se pode ou não ingerir qualquer coisa. - ele diz e faz menção de me tocar.

Instintivamente eu me afasto antes que me toque, me lembrando do último episódio que com certeza me deixaram marcas..

O médico aparece segundos depois e pergunta como me sinto, respondo o mesmo que respondi ao Rafael e ele me libera para um copo de água.

Bebo tudo devagar com ajuda de Bella sob o olhar avaliador de Rafael.

Minutos depois já consigo falar qualquer coisa que se oiça e meu corpo começa a doer, provavelmente estava sobre o efeito de algum analgésico que agora tá perdendo efeito.

Depois de algumas verificações ele me dá algumas recomendações e me explica o que há.

- Bem, você sofreu um acidente, teve duas costelas quebradas, várias contusões pelo corpo e bateu muito forte com a cabeça no chão e tinha no corpo diversos machucados e algumas aberturas onde levou 2 pontos. A maior parte dos danos já foi resolvida enquanto estava inconsciente mas agora sua melhora depende essencialmente de você. Voltarei daqui a 2 horas para conversamos melhor, tem esse tempo para absorver tudo isso e depois precisaremos conversar. - ele diz e nos deixa.

- Nunca mais faça isso comigo! Achei que fosse morrer! - Bella diz chorando e me abraçando.

- Calma, vazo ruim não quebra não é? - digo pra ela tentando lhe acalmar.

- Nunca mais faça isso! Ju deve estar a caminho, ela quase morreu ao ver você deitada aqui, eu também quase morri! - ela diz e chora de novo. Deixo que leve seu tempo e ela continua. - O culpado pelo acidente fugiu, mas tinha alguém no carro e foi ele quem cuidou de você, a trouxe pra cá e procurou sua família. Não entendi bem o que aconteceu da parte dele mas ele prometeu voltar para aqui e conversar com você. - ela diz e sorri.

Nada falo, apenas assinto. O celular dela toca e ela se retira do quarto, me deixando a sós com ele.

Tento me sentar mas minha bunda e pernas doem horrores, ele se aproxima querendo me ajudar mas temo ao prever seu toque.

- Não, por favor, não. - peço baixinho tremendo e ele para.

Ninguém fala por um longo tempo até que ele decide quebrar o gelo.

- O que deu em você para sair daquele jeito? - ele pergunta e sinceramente me irrito com isso.

- Sério que está me perguntando isso? - pergunto sem acreditar mesmo.

- Interessante, a que traz felicidade. - ele diz e sorri amplamente.

- Irónico, visto que é o contrário. - digo baixo.

- Pelo menos despertou a minha. - ele diz e sorri. Sem querer eu coro. - Desculpe perguntar, mas o que houve com você? O estado em que estava, parecia não ouvir nada, as buzinas e tudo. - ele me olha atentamente.

- Nada, não foi nada. - respondo apressadamente.

- Certeza? Tenho certeza que vi um bocado de sangue que escorreu por suas pernas, depois verifiquei e você tinha machucados pelo corpo, nas pernas e sem contar com algumas marcas.

- Olha, isso não é da sua conta, por favor não se meta. - peço sem querer ser hostil.

- Tá, tem razão. Me deixa te compensar por isso? Podemos ser amigos? - ele pergunta e eu sorrio.

- Gostaria, mas estou passando por uma fase difícil. O perdoo por tudo, tanto que nem foi sua culpa mas por favor esquece isso tudo. - digo calma.

Quando ele ia falar Rafael entra.

- Bia, acho que você precisa descansar. Podia por favor deixar minha noiva em paz Sr. Castilho? - ele pergunta e não entendo nada, tento falar mas não me deixam.

- Claro Romano. Passar bem. Melhoras Beatriz, foi um prazer conhece la e lamento a forma como tudo aconteceu. - ele diz e sorri para mim.

Assim que ele se vai presencio um Rafael carrancudo e enfurecido.