VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 106

“Ele não fica tímido, só animado.”

O rostinho de Lívia estava esquentando sem parar, e seus cílios tremiam incessantemente.

Como um pequeno pincel, arranhando a palma da mão de Samuel, parecia tocar seus nervos periféricos, trazendo uma corrente elétrica.

Era demais.

Ninguém falava, apenas se ouvia duas respirações, uma grossa e uma suave, entrelaçadas em desordem.

“Você está se sentindo melhor?”

Depois de um momento, Lívia franzia a testa ao falar.

Samuel não disse nada, o olhar do homem profundamente fixo na mulher à sua frente, cujo rosto pequeno era encoberto, revelando apenas um queixo delicado e lábios vermelhos.

Tão obediente e suave, ele não queria soltá-la.

Se a soltasse, ela voltaria a ser a adolescente rebelde que só sabia irritá-lo.

“Não.” Ele respondeu.

Lívia ficou meio sem palavras, sabendo que ele era assim tão desprezível, ela não teria provocado ele antes.

Pensando no que acabou de acontecer, ela falou novamente.

“Foi a Neva que veio.”

“E daí se foi ela?” Samuel respondeu desinteressadamente.

Lívia não pôde evitar rir da maneira como ele minimizava a situação, o que quer dizer com "e daí"?

“Você sabe quem é, e ainda não me solta! Não tem medo que ela fique com ciúmes e faça um escândalo, arranhando seu rosto?”

Lívia zombava, e só então Samuel soltou a grande mão que cobria seus olhos, seus olhares se cruzaram, e o homem levantou uma sobrancelha.

“Ah, você não queria um pouco de emoção? A única que poderia arranhar meu rosto seria você, não? Ela é mais sensata que você.”

Lívia quase não conseguiu respirar, e levantou a mão para realmente arranhar o rosto dele.

O homem segurou seu pulso, encarando seus olhos furiosos, achando que esse rosto vivo era realmente mais bonito do que quando estava frio e indiferente.

Lívia se esforçou para se libertar, e Samuel franzia a testa.

“A ferida vai abrir de novo por sua causa.”

Só então Lívia percebeu que ele a segurava com a mão que estava ferida, ela hesitou por um momento, e então lutou ainda mais.

“Que abra, assim sua queridinha ficará preocupada com você, e vai passar remédio de novo!”

Samuel sorriu, levantando uma sobrancelha, “Queridinha? Você realmente gosta de se elogiar.”

Glória, com simpatia, batia em suas costas, repreendendo-a com frustração.

“Neva, por que você está se escondendo? Irmão Samuel claramente gosta de você, Lívia só está provocando Irmão Samuel porque sabe que estamos aqui atrás. Você deveria ter ido lá e puxado ela, dando-lhe um tapa bem dado!”

Vendo aquela cena, os olhos de Glória se arregalaram, quase avançou, mas Neva a segurou pela boca e a arrastou de volta para o banheiro.

“Glória, não fale mais nisso. Mesmo que Irmão Samuel goste de mim, não adianta, Lívia é a legítima esposa dele, é normal eles agirem assim, eu... como poderia interferir? Eu também não tenho o direito de parar.”

Ela dizia isso, mas seu rosto estava cheio de tristeza.

Não era atuação, ela estava verdadeiramente triste.

Ela não esperava que Samuel, aquele homem distante e frio, pudesse mostrar tal paixão.

Ela estava extremamente invejosa, desejando poder tomar o lugar de Lívia, para que ele também a abraçasse e a beijasse assim.

Um dia, certamente aconteceria!

Ela levantou a mão para enxugar as lágrimas, segurando a mão de Glória com profundidade e significado nas suas palavras.

"Glória, já não é possível eu ser feliz, mas você tem que agarrar sua própria felicidade. Você não gosta do Sr. Faria? Você tem que ficar de olho, porque o jeito que o Sr. Faria olha para sua irmã não é nada comum. Naquele ano, ele e sua irmã quase que..."

Ela parou bruscamente, e Glória, ansiosa, perguntou: "Naquele ano, o Irmão Martim e a Lívia quase ... o que aconteceu?"