Você É a Minha Luz romance Capítulo 26

Tancredo entregou a carteira para ela.

Lucimar abriu a carteira e pegou o dinheiro para a idosa.

- Desculpe pelo incômodo que causamos. Não vamos morar aqui sem pagar nada. Esse dinheiro trata-se de taxa de alojamento.

A idosa apanhou um susto logo que viu o dinheiro.

- Quê isso? Não tem problema morar uma noite. Afinal, o quarto está desocupado. E você também me ajudou bastante no dia.

- Mas a senhora também me providenciou o almoço e o jantar. Além disso, não sei quantos dias eles vão ficar aqui. Pode considerar isso a taxa de alojamento e alimentação nos próximos dias. O que acha?

Depois, Lucimar colocou o dinheiro na mão da idosa.

- Aceite-o. Senão, não estaremos com a consciência tranquila para passar a noite aqui.

Por fim, a idosa aceitou a metade e devolveu a outra metade para Lucimar antes de pegar o avental.

- Eis seu marido? É muito bonito mesmo. Podem sentar-se dentro por um momento e vou preparar a comida.

- Obrigada.

Pietro puxou o assistente às pressas:

- Vamos ajudar.

Lucimar empurrou Tancredo para o quarto, que estava muito limpo e bem arrumado. Através da pequena janela, podia-se ver ainda a aldeia bem iluminada.

- É a sua primeira vez num lugar como este, não é? Será que está um pouco desacostumado? Caso sim, basta dizer. Afinal, você e Pietro não precisam gravar o programa e podem procurar um hotel aqui perto, dirigindo uma hora e tal.

Ela se lembrava que Tancredo parecia ter medo de sujeira.

Ponderando, Lucimar acrescentou:

- Porque veio neste momento? Diferente da filmagem de lá, aqui não tem hotel alugado. A gente dorme em tendas à noite e as condições não são muito boas. Você...

Antes de ela acabar as palavras, sua mão foi pega por Tancredo, fazendo com que ela se calasse de imediato. Depois, viu Tancredo retirar um lenço limpo no bolso e esfregar a mão dela levemente.

Ele a limpava cuidadosa e meticulosamente.

Sua mão tinha sido tocada por Kléber, o que ele guardava na cabeça até agora? Ela achava que ele já tinha se esquecido disso, após uma jornada em silêncio.

Ela fixou o olhar curioso no movimento dele e brincou com ele deliberadamente:

- Querido, acaso você até tem inveja de quem tocou minha mão?

Tancredo pausou o movimento e levantou os olhos, colocando o olhar no rosto dela.

- Ele está incomodando você?

- Não, ele deve desistir da esperança desde hoje.

Mesmo que não ficasse desesperado, ele não teria mais oportunidades para a incomodar. Segundo o plano, estava chegando o momento de falência da família Gaspar.

Lucimar percebeu como era grave a germafobia dele, quando viu o homem limpar a mão dela por muito tempo depois de levar apenas um toque. Ela deu uma volta de propósito e se sentou no colo dele.

- Querido, você tem grave germafobia?

Ela se esfregou nos braços do homem deliberadamente:

- Então, tenho algum cheiro estranho?

Tancredo estava inexpressivo, com a mão cercando a cintura dela.

- Que cheiro estranho?

- Não cheirou?

Lucimar achou estranho:

- É o cheiro de suor e lama.

Ouvindo isso, Tancredo se aproximou dela devagar.

Lucimar ficou muda.

Após um dia de trabalho, ela deveria ter um cheiro forte em si, que poderia ser sentido no momento em que ela se sentou. Não precisava de se aproximar tanto, pois não?

Foi porque ele tinha o olfacto insensível, ou ela estava sensível demais?

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