Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 130

Impossível, ele veio para Cidade Paz, como ele poderia não saber?

Félix calculava em silêncio, mas não deixava transparecer nada em seu rosto.

Com a expressão tranquila, ajeitou os botões dos punhos da camisa e disse: "Recentemente haverá um leilão, e eu preciso de uma acompanhante."

"Nesse caso, Diretor Duarte deveria entrar logo em contato com a Srta. Karina."

Elsa brincava com Alice em seus braços, sem sequer levantar a cabeça.

Félix ficou sem palavras, seu olhar pousou no rosto indiferente de Elsa, e de repente sentiu um desconforto crescer em seu peito.

Antes, ela parecia especialmente não gostar de ouvir falar dele com outras pessoas.

Ao pensar nisso, Félix sentiu ainda mais o peso em seu coração, como se uma pedra estivesse pressionando seu peito, tornando difícil respirar, causando um incômodo insuportável.

"Elsa, não esqueça quem você é. Você é minha esposa, Karina é apenas uma funcionária da empresa."

Seu tom estava mais áspero, mas ao levantar o olhar, encontrou os olhos de Elsa cheios de ironia e desprezo.

Ela sorriu friamente, balançando a cabeça: "Nosso acordo de divórcio já está pronto há tempos. Logo, nem serei mais sua esposa."

"Além disso."

Ela continuou: "Ser acompanhante do Diretor Duarte é uma posição que todos disputam. Não vou me meter nessa confusão. Se o Diretor Duarte pode levar Karina para visitar os ancestrais da Família Neves, então deixá-la acompanhá-lo num leilão também é uma troca justa, bastante apropriada."

A voz de Elsa era leve, e até no final, ela nem se deu ao trabalho de olhar para Félix.

Os olhos de Félix brilharam, e de repente ele perguntou: "Elsa, você está fazendo isso por birra?"

Ao ouvir "birra", Elsa ficou tensa por um instante, e então lançou a Félix um olhar estranho: "Diretor Duarte, cuidado com o que diz. Palavras têm peso, não vá me acusar injustamente."

"..."

Félix ficou sem reação diante da resposta dela, seu rosto alternando entre pálido e avermelhado, mas sabia muito bem que sua ideia de ter Elsa como acompanhante não daria certo.

"Descanse cedo."

Ele falou friamente e fechou a porta.

O som seco do "tum" ecoou nitidamente na sala.

Tossiu levemente e declarou com seriedade: "Na verdade, eu estava prestes a pedir o mesmo."

Ao ouvir isso, Elsa franziu levemente as sobrancelhas.

O mesmo pedido?

Ela ajeitou Alice no colo: "Sobre o leilão? Ou sobre ser acompanhante?"

"Ambos. Imagino que seja o mesmo evento de que seu marido falou. Fui convidado também, e preciso de uma acompanhante. Além disso, não sou de Cidade Paz, não conheço muita gente aqui. Pensando bem, só tenho você."

Do outro lado da linha, a voz de Enrique era clara e trazia um sorriso de leve desculpa.

Elsa havia recusado Félix sem hesitar, mas diante de Enrique, ficou um pouco indecisa.

Afinal, embora se conhecessem há pouco tempo, ele sempre a ajudou com dedicação. Agora, recusar seu pedido de imediato pareceria ingrato.

Ele era o benfeitor dela e de Alice.

Elsa mordeu de leve o lábio, olhou para Alice e respondeu com um tom cordial, mas lamentoso, recusando gentilmente: "Acho que não vai dar. Não me sinto confortável em deixar Alice sozinha em casa na Serra Azul..."