Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 142

"Claro, é uma lembrança da minha avó, eu gosto demais."

Karina exclamou de maneira um pouco exagerada e, carinhosamente, tentou abraçar o braço de Félix.

Félix, sem demonstrar emoção, afastou-se discretamente. Karina ficou surpresa por um instante, depois mudou de direção, aproximando-se dele propositalmente.

De longe, mesmo que eles não estivessem se tocando, parecia que seus corpos estavam entrelaçados.

A interação entre os dois não passou despercebida aos olhos dos presentes, e logo surgiram elogios e comentários de inveja por todos os lados.

"O Diretor Duarte realmente mima a Srta. Karina. Só porque ela disse que gostou, ele comprou o colar de pérolas de água doce por cem milhões de reais."

"O que você entende? O amor não tem preço, ainda mais quando é aquela história de 'toda fortuna por um sorriso da bela'."

"Hahaha, que sorte a Srta. Karina tem, o Diretor Duarte é mesmo um cavalheiro!"

...

Essas palavras inevitavelmente chegaram aos ouvidos de Karina.

Envergonhada, Karina cobriu o rosto e riu baixinho, lançando um olhar apaixonado para Félix ao seu lado, expressando toda a sua delicadeza.

Ela estava deslumbrante como uma flor, enquanto ele permanecia frio como gelo, atraindo todos os olhares ao redor.

Karina se deleitava com aquilo, sentindo-se completamente satisfeita e relaxada.

Mesmo nesse momento de felicidade, ela não deixou de lançar um olhar de escárnio para Elsa.

O que adiantava ainda não ter se divorciado de Félix?

Agora estava claro para todos quem era a pessoa mais importante para Félix.

Se Elsa tivesse bom senso, saberia recuar e não insistir, ao invés de ficar competindo e se humilhando!

Elsa não ignorou o olhar provocativo de Karina. Ela ergueu o pescoço, como se estivesse deitada no ombro de Félix.

O corpo alto e largo do homem, seus ombros, tornaram-se, de maneira invisível, o apoio e o capital de Karina.

Era uma montanha grande o bastante para esmagá-la, sufocando-a.

Elsa mordeu os lábios com força, até sentir o gosto metálico do sangue, que a fez lacrimejar.

A avó nunca gostara de Karina, e Karina também nunca foi carinhosa ou respeitosa com ela, muito menos filial. Como poderia então valorizar a lembrança da avó?

O coração de Elsa estremeceu; o vestido longo de tule colava-se à pele suada da palma de sua mão, como se refletisse a sensação de estar quase desmoronando por dentro.

Fraca e vulnerável.

Era como receber um tapa no rosto do nada, forçando-a a encarar a realidade.

Ela sorriu, amarga e perdida.

Enrique, ao vê-la assim, sentiu o coração se apertar e desejou poder abraçá-la ali mesmo, dizendo palavras de consolo.

De longe, Félix olhou para os dois.

Elsa, você vai se arrepender?

Ele estalou os dedos, tentando aliviar o turbilhão de emoções que sentiu ao ver Elsa daquele jeito abatido.

Cada um dos quatro estava imerso em seus próprios pensamentos, enquanto o leilão se aproximava do fim.

Além daquele colar de pérolas, Elsa e Enrique não participaram de mais nenhum lance.

Diferente da primeira metade do evento, quando Elsa estava animada, agora seu rosto estava sério e sua expressão, pesada.

Certamente havia mais por trás.

Enrique olhou de longe para Félix, que levantava com Karina para buscar o colar.

Seu instinto lhe dizia que Elsa e seu tio se conheciam, talvez até fossem próximos.

Será que o tio já tinha machucado Elsa?

O coração de Enrique ficou apreensivo.

"Elsa, eu vou tentar comprar o colar de volta para você."

O coração de Enrique doía ao ver a expressão de Elsa. Ele apertou o punho, falando com sinceridade e firmeza, como se estivesse fazendo uma promessa solene.

Os passos de Elsa hesitaram por um momento, ela parou, depois voltou a andar.

Ela forçou um sorriso e balançou levemente a cabeça: "Não precisa."

Sua voz saiu quase como um sussurro, carregando um tom de desespero.

Enrique sentiu um formigamento doloroso percorrer todo o corpo.

Ele não suportava vê-la daquele jeito.

Enrique não insistiu, mas marcou aquele momento em seu coração, seguindo Elsa de perto.

Dessa vez, Elsa não recusou e entrou direto no carro de Enrique.

No instante em que partiram, uma figura alta apareceu na porta.

Félix observou os dois indo embora no carro, o olhar sombrio e profundo.