Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 143

A luz amarela e quente dentro do carro envolvia as silhuetas dos dois, como se tivessem se fundido em uma só.

O olhar de Félix permanecia fixo, e seus dedos sob a manga se apertavam até estalarem.

Só quando ouviu passos suaves ao lado, Félix piscou e recolheu o olhar frio e profundo que guardava nos olhos.

O ambiente ao redor do homem era gélido.

Karina não conseguiu evitar um leve arrepio.

Instintivamente, ela esfregou os braços nus, lançando mais um olhar para o vento frio que soprava lá fora, atribuindo tudo à avançada hora da noite.

Ainda assim, esforçou-se para animar o próprio ânimo; seus olhos brilhavam como estrelas quando olhou para Félix: "Félix, você pode me levar para casa?"

O som suave da respiração acima dela não mudou; o homem não respondeu de imediato.

Karina sentiu um aperto inexplicável no peito, mas, sem se dar por vencida, continuou: "Vim com uma amiga, mas ela já foi embora. Agora está difícil conseguir um carro."

O ar permaneceu em silêncio por um instante, até que Félix finalmente assentiu: "Espere, vou pedir para o Bruno te levar."

Bruno a levaria. E ele?

O gesto de Karina, que estava prestes a segurar a manga de sua camisa, parou no ar.

Ela lançou um olhar receoso para o rosto frio e rígido do homem, mas no fim não ousou estender a mão.

Félix mantinha-se impassível, reagindo pela primeira vez sem qualquer resposta ao tom manhoso de Karina.

Karina sentiu-se desconfortável, buscando explicação para a estranha frieza de Félix e acabou atribuindo tudo ao fato de tê-lo visto com Elsa, tão próxima de outro.

Com esse pensamento, a angústia que sentia se dissolveu, dando lugar a uma ponta de expectativa maliciosa.

"Félix, o que Elsa fez não foi certo, mas não fique tão bravo, tá? Afinal, já faz mais de um ano que vocês se separaram, talvez seja compreensível... Ficar com raiva faz mal, eu ficaria preocupada."

O olhar de Karina era puro cuidado.

Félix abaixou os olhos, encontrando aquele olhar tão suave quanto águas de primavera, e pela primeira vez pensou: por que não era Elsa quem dizia essas palavras? Por que a ternura nesses olhos não vinha de Elsa?

O pensamento repentino o sacudiu; suas pupilas estremeceram, mas ele logo o reprimiu.

Estaria enlouquecendo? Por que pensava assim?

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