Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 265

Algum tempo atrás, o Grupo Duarte havia superado uma grande dificuldade graças à ajuda de Karina, e, junto com isso, ela própria também foi promovida e recebeu um aumento na faculdade. Só então ele teve certeza de que aquele estudante pouco notável tinha se tornado o seu bilhete dourado para o sucesso.

"Félix está sabendo?"

Elsa soltou uma risadinha irônica e, sem dar muita atenção, levou mais um pedaço à boca.

O desprezo de Natan e o escárnio de Elsa deixaram os dois bastante frustrados, e o senhor voltou a mirar em Nicanor: "Sua reputação no meio jurídico já está arruinada há tempos! Aqueles antigos amigos seus já devem ter te abandonado, não é? Nunca imaginei que você se rebaixaria tanto a ponto de conviver com pessoas ainda mais indignas!"

Com uma frase, o velho ofendeu dois de uma vez.

Elsa e Natan trocaram olhares, com um leve estremecer nos lábios.

Aquele homem os tomava por tolos ou pensava que eram fáceis de intimidar? Como podia dizer aquilo tão abertamente, na cara deles?

Elsa massageou as têmporas, sua paciência chegando ao limite.

"Se não sair agora, vamos ver quem tem mais peso: os direitos da esposa de Félix ou o título de amante que você carrega."

Elsa bateu o garfo na mesa, e a expressão em seu rosto se esvaziou de imediato, restando apenas rigidez e severidade.

Sem alternativa, precisou recorrer ao nome de Félix.

Mas, de fato, funcionava muito bem.

O rosto de Karina se transformou várias vezes; só a menção de "amante" já a silenciava por completo.

Além disso, a movimentação chamou a atenção de outros clientes próximos, que lançavam olhares curiosos em direção à mesa para ver o que estava acontecendo.

Karina precisou voltar à mesa com o professor, comer apressadamente algumas garfadas e sair logo depois.

Mas, antes de ir, ainda lançou um olhar furioso para Elsa.

Elsa, porém, permaneceu impassível.

O único incômodo em seu coração era ter mencionado Félix há pouco.

No fundo, ela realmente não queria falar dele, mas precisava admitir que o nome dele era útil.

Além disso, as reações estranhas dele nos últimos dias estavam começando a fazê-la duvidar dos sentimentos que Félix teria por Karina; talvez não fossem tão profundos quanto ela sempre imaginara.

Os olhos de Elsa mostravam emoções complexas, mas logo ela se tranquilizou.

No fim, não era nada demais recorrer ao nome de Félix; reputação era apenas isso, algo externo. Eles ainda não estavam divorciados, então não havia motivo para se sentir culpada por usá-lo.

Elsa ergueu os olhos e percebeu que o clima à mesa estava estranho.

"O que houve?"

Ela não pôde deixar de perguntar.

A mão de Nicanor tremia levemente ao segurar o garfo. Ele abaixou a cabeça: "Srta. Neves, vocês são pessoas inteligentes, certamente ouviram o que aquele velho disse há pouco. Não têm nada a me perguntar?"

Nicanor abaixou a cabeça.

O olhar de Elsa se deteve em seus ombros.

No primeiro dia em que conhecera Nicanor, ele não parecia exuberante, mas era enérgico, os ombros firmes — agora, porém, pareciam curvados, como se esmagados pelo ar.

Naquele momento, Elsa pensou em si mesma.

Ser obrigada a se afastar do que se ama é realmente doloroso.

"O caso do Natan ainda precisa do senhor, Sr. Luz."

Elsa falou com suavidade, servindo-lhe um pedaço de doce: "Vamos dar esse primeiro passo, que é só o começo. Depois, será só ascensão. Pessoas como o senhor deveriam estar no topo da profissão, abrindo caminhos para um ambiente melhor."

Assim que terminou, Nicanor levantou o rosto, surpreso, sentindo uma onda de calor no peito.

O rosto envelhecido, marcado por rugas profundas como raízes de árvore, parecia corroído pelo tempo.

Mas, naquele instante, era como se um riacho límpido passasse por ali, trazendo esperança.

Natan observava tudo com um sorriso. A Srta. Elsa, Advogada, que ele conhecia, era sempre assim: respeitava a profissão e valorizava o caráter.

"Obrigado, Srta. Neves."

Nicanor agradeceu, com toda a solenidade.