Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 296

Os olhos de Elsa se arregalaram de repente; ela quase avançou e empurrou a porta, acelerando o passo para entrar.

No centro da sala, Karina estava abraçando Alice!

O coração de Elsa quase parou de bater naquele instante.

"O que você está fazendo?!"

Ela exclamou em voz alta, atravessando a distância em poucos passos para puxar Alice de volta aos seus braços, lançando um olhar vigilante para Karina.

Mas essa reação era exatamente o que Karina já esperava.

O sorriso em seus lábios se aprofundou: "Mana, por que esse nervosismo todo?"

"Por que você entrou aqui?"

Elsa encarou Karina com intensidade, apressando-se a examinar Alice de cima a baixo.

Só depois de se certificar de que estava tudo bem, ela pôde respirar um pouco aliviada, voltando a direcionar o olhar para Karina.

No entanto, a expressão de Karina mudou num piscar de olhos, passando do orgulho para uma delicada mágoa.

Karina correu até o lado de Félix: "Félix!"

Félix olhou de soslaio, mas seu olhar estava mais fixo em Elsa.

Dessa vez, Elsa não o ignorou como de costume; ao contrário, fitou-o sem esconder a fúria, como se olhasse para um inimigo.

A testa de Félix se contraiu levemente.

"Félix, eu não me meto no que acontece entre você e Karina, mas com que direito você deixa ela mexer na Alice?"

Elsa apertou os punhos, repreendendo com voz severa.

Ao ouvir isso, Félix desviou o olhar de Alice para Karina.

Karina apressou-se a gesticular, com um ar inocente: "Mana, você entendeu mal. A empregada saiu para preparar o jantar da Alice, e eu, por acaso, vi e resolvi ajudar um pouco."

"Alice é tão fofa, quem não gostaria dela?"

Sua voz era sincera, os olhos brilhantes.

Mas Elsa soltou uma risada fria: "Félix está falido? Ou a Mansão Serra não tem nem uma segunda funcionária? Desde quando precisa que a futura senhora Diretora Duarte cuide de uma criança?"

"Chega."

Félix massageou as têmporas, a voz baixa.

Apenas uma palavra, e a atmosfera poderosa se espalhou.

A sala ficou em silêncio absoluto, podia-se ouvir o cair de um alfinete.

Karina engoliu as palavras que estava prestes a dizer.

O sorriso irônico no canto dos lábios de Elsa se aprofundou, e ela enfrentou Félix com um olhar ainda mais frio, sem ceder nem um pouco.

O coração de Félix pareceu ser atingido por algo.

Sua testa se franziu ainda mais.

"Karina só estava ajudando a cuidar de Alice, não precisava reagir assim."

A expressão de Elsa endureceu, mas logo voltou ao sarcasmo.

E se ela não tivesse chegado a tempo?

Os olhos de Elsa estavam cheios de gelo quando olhou para Félix, quase formando uma camada de cristal, e a hostilidade ao seu redor era quase palpável.

Ela segurava Alice com tanta força e tensão quanto uma águia protegendo seu filhote.

"Você pode sair."

Ela foi direto para o quarto, levando Alice nos braços.

O jeito obstinado de Elsa ao sair fez as têmporas de Félix pulsarem ainda mais; mesmo com a face rígida, as veias saltadas deixavam seus sentimentos à mostra.

Com a porta fechada, Elsa colocou Alice na cama e a examinou cuidadosamente mais uma vez.

Ela não confiava que Karina tivesse tocado sua filha.

"Tum, tum—"

A empregada bateu à porta, trazendo o mingau de arroz de Alice.

Alice estava crescendo rápido, já começando a experimentar diferentes alimentos.

Com o rosto fechado, Elsa avisou à empregada que não deveria deixar mais ninguém cuidar de Alice.

Era a primeira vez que a empregada via Elsa tão severa, então assentiu apressadamente.

Elsa não dificultou mais e deixou que ela saísse.

"Mamãe?"

Ela estava prestes a dar uma colherada de mingau quando Alice olhou para ela com olhos redondos e chamou sorrindo.

O movimento de Elsa com a colher parou, e um brilho de alegria e surpresa encheu seu olhar.

Ela realmente não esperava que Alice falasse de forma tão clara; até pouco tempo atrás, ainda dizia "cavalo".

Pensando nisso, sentiu uma pontada no peito.

Ultimamente vinha trabalhando tanto, que realmente deixou de passar tempo ao lado de Alice.

"Mamãe está aqui."

Ela respondeu com ternura, pegando mais um pouco de mingau para alimentar a filha.