Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 413

Depois de dizer isso, ela revirou a caixa mais uma vez, tentando encontrar outras partituras.

Após tanto esforço sem resultado, não conseguiu evitar um murmúrio: "Como podem guardar um tesouro desses de maneira tão simples?"

Vanessa e Elsa trocaram olhares, ambas percebendo algo incomum nos gestos de Nair.

"Desde que trouxe de volta, só tinha essa folha."

Elsa explicou em voz baixa.

Ao ouvir isso, os ombros de Nair caíram imediatamente.

Ela também pareceu voltar pouco a pouco à realidade, suspirando enquanto falava suavemente: "Esta é, de fato, a partitura original de ‘Música Próspera’ do mestre Francisco. O desaparecimento dessa obra-prima foi uma grande perda para o mundo da música e dos colecionadores. Só não imaginei que teria a sorte de ver uma das folhas dessa partitura justo aqui em Cidade Paz."

"Uma das?"

Elsa franziu a testa, captando rapidamente o ponto-chave nas palavras de Nair.

"Sim."

Nair olhou para ela, o rosto de traços marcantes e andróginos agora mais intenso: "Segundo especialistas, a partitura de ‘Música Próspera’ teria pelo menos cinco páginas, e essa que você tem é a primeira — afinal, quem era realmente sua avó?"

Os olhos dela brilhavam, determinada a não desistir enquanto não descobrisse a verdade.

Ao ouvir isso, Elsa não pôde evitar que seus pensamentos seguissem a mesma linha.

Para ela, a avó sempre foi uma figura lendária, mas, pelo que sabia, nada de muito misterioso havia em sua origem.

Na época em que Yasmin insistiu em se casar com Elvis, até rompendo com a Família Jardim, a avó, preocupada com a filha, veio silenciosamente para Cidade Paz, e depois, para cuidar de Elsa, mudou-se também para Cidade Harmonia.

Elsa sabia que a Família Jardim era uma das famílias mais influentes de Cidade Aurora. Quanto à origem da partitura, a única possibilidade que lhe ocorria seria uma antiga coleção da Família Jardim. Mas sua avó nascera Pessoa, e não fazia parte da Família Jardim.

Elsa balançou a cabeça: "Desde que me lembro, minha avó sempre foi uma senhora comum."

Nair, porém, sacudiu a cabeça com ar misterioso: "Não, que tipo de senhora comum teria a primeira página da partitura de ‘Música Próspera’?"

"Talvez seja da Família Jardim?"

Vanessa sugeriu.

Diante dessa hipótese, Nair também lembrou da origem de Elsa.

Nair e Vanessa saíram juntas — uma cabisbaixa, a outra oferecendo consolo com ternura.

Elsa se despediu olhando de longe para as duas, e só voltou para a sala quando já não podia mais vê-las.

Seus olhos repousaram suavemente sobre a caixa de ferro já fechada, e, sem resistir, ela a tomou nas mãos.

Os dedos percorreram a superfície quase descascada da caixa, a pele macia roçando partes ásperas e irregulares, enquanto seus pensamentos vagavam longe.

No final das contas, sentiu-se uma neta negligente. Tendo crescido com a avó, nunca havia perguntado muito sobre o passado dela.

Elsa soltou um suspiro pesado e, de repente, teve uma ideia; correu ao quarto para pegar a chave do cofre.

Antes, por conta das muitas obrigações, sua mente permanecia sempre tensa. Agora, com o tempo livre, pensou: se a avó fosse uma pessoa comum, como teria deixado uma herança tão substancial? Não pôde evitar de lembrar do piano no cofre de herança.

Além disso, desde pequena vivera com a avó, e a Família Neves só lhe enviava o suficiente para viver. Desde que podia se lembrar, a avó lhe ensinara tudo que sabia — não só design de roupas, mas também um pouco de piano, embora Elsa nunca tivesse entendido muito de teoria musical.

Talvez… aquela partitura fosse realmente da própria avó.

Quando esse pensamento surgiu, o coração de Elsa deu um salto.