Whisky Chocolate romance Capítulo 146

"A obra é gigantesca, e mesmo botando a mão na massa agora, não daríamos conta a tempo!"

"Colagem também não vai ser a solução, a 'Canção da Floresta' foi estragada demais."

"E agora, o que a gente faz? Muitos convidados de fora vieram exclusivamente por causa desta obra, e a Professora Regina foi muito pesada ao usá-la para prejudicar as pessoas!"

"..."

Pelé deu um suspiro fundo: "Eu tinha na ideia que ela queria fazer mal para alguém, por isso fiz de conta que não vi, mas quando saquei que ela usaria a obra para isso, já tinha passado da hora de barrar. Agora, o estrago está feito, e eu já chamei várias pessoas na correria, mas nenhuma pode prometer que trará as cópias a tempo para a abertura da exposição amanhã."

Elsa franzia a testa.

Quando Pelé falou que Regina queria prejudicá-la e pediu sua ajuda, Elsa nem passava pela cabeça que Regina iria tão longe a ponto de usar a obra para fazer maldade.

E agora, o que fazer?

Regina, tentando se levantar do chão, parecia fora de si e de repente berrou: "Hahaha, Elsa, eu perdi, fui eu quem perdi! Mas e daí? Vocês também vão se lascar junto comigo!"

Ela gritou e logo começou a chorar: "Por que? Por que você sempre tem que ser a melhor? Sendo que eu que me dediquei mais, você, sempre sonhando com romance, só pensa em paquera, o que você entende de pintura?"

"E o Sr. Sábio, por que ele te dá preferência? Eu errei, eu renuncio, eu pago o que deve, eu me afasto da arte! Mas e ele? Com um problema desse tamanho na exposição, ele não deveria pegar parte da responsa? Hahaha... Elsa, no final das contas, foi você quem complicou o Sr. Sábio! Todos vocês vão ter que carregar a vergonha comigo!"

Pelé ficou sério: "Não dá para acreditar que até no final, ela não admite seus erros, tirem ela daqui!"

Seguranças entraram a mil, agarraram Regina pelos braços na frente de todo mundo e a arrastaram para fora da exposição, deixando-a lá fora com sua reputação destruída, como merecia.

Na sala, vendo essa cena, 'Canção da Floresta' desabou, gritando: "Tudo isso foi forçado pela Regina, ela me pressionou! Meus quadros não ficaram conhecidos, eu me dedico todo dia com seriedade, mas não vejo nem um tostão, sou ridicularizado pela minha família, pressionado a desistir, foi ela quem me obrigou, ela que me ajudava a vender os quadros, e eu tinha que dar para ela noventa por cento do lucro... eu também estou num beco sem saída. Minha família é humilde, eu preciso ganhar dinheiro..."

Ele chorava enquanto falava, cobrindo o rosto com as mãos: "Eu sei que errei de uma forma que mancha a arte, mas estou tão esgotado, vocês não têm noção, o caminho para seguir um sonho é árduo."

Enquanto ele chorava, vários outros artistas presentes começaram a se emocionar também.

Tantos artistas, mas quantos são realmente reconhecidos? E os outros, como sobrevivem? A dor dessa busca é profunda, eles também são gente, com famílias. Quantas esposas desdenham os maridos por não terem um trabalho estável e acabam se separando, e quantos maridos criticam as esposas por serem teimosas demais e terminam brigando?

Essa dor, ninguém mede.

Mas é por causa da luta dessas pessoas que tantas obras-primas são deixadas para nós.

Não dá para dizer que ele está errado, apenas que perdeu a dignidade que um artista deve manter.

O clima na sala ficou pesado, e alguém suspirou: "Então, qual é o sentido de continuarmos insistindo?"

Elsa falou: "É o sonho e o legado que deixamos."

Todos ficaram surpresos.

A voz de Elsa era tranquila, e ela se expressou de forma clara e ponderada: "A arte nacional anda cada vez mais esquecida, se a gente mesmo não der valor, um dia ela vai sumir na corrente da história, né?"

Todo mundo se endireitou, sentindo de repente um senso de dever.

Elsa prosseguiu: "A gente não pode deixar a rotina apagar nossa paixão, mas também não pode virar as costas para vida real por causa de um sonho, vocês me entendem. Acho que nossa associação deveria pegar alguns projetos, dar trabalho e uma grana para galera. Sr. Sábio, aquele game com certeza vai precisar de uma porção de artes, que tal, bora deixar todo mundo meter a mão na massa?"