Whisky Chocolate romance Capítulo 162

Raquel percebeu o que se passava ao ver a reação de Vanessa e, num ímpeto, segurou-a com firmeza, começando a contar: "No dia em que a Amanda me fez uma visita, eu entreguei um bilhete pedindo socorro na mão dela!"

Vanessa ficou boquiaberta: "Eu... eu não vi, eu não tinha ideia..."

O diretor de Raquel intercedeu, acrescentando com um ar de zombaria: "Ela me entregou o bilhete de volta, hahaha!"

Ao ouvir isso, Vanessa ficou perplexa.

Ela olhou para Raquel incrédula e, movida pelo instinto materno, seu primeiro pensamento foi proteger sua filha: "Com certeza ela não fez por mal, querida, sua irmã deve ter achado que você estava tentando escapar outra vez, e por isso devolveu o bilhete ao diretor. Aposto que ela nem imaginava o que estava escrito..."

Com essas palavras, ela prosseguiu: "Minha filha, eu falhei, a culpa foi minha. Eu não fazia ideia do que você estava enfrentando aqui. Eu falhei com você!"

Ela avançou, querendo abraçar Raquel: "Eu realmente entendi meu erro e vou compensar você, vamos para casa, pode ser?"

No entanto, assim que ela avançou, Raquel recuou.

Raquel a encarou, com desespero na voz: "Mãe, você realmente me ama?"

Os olhos de Vanessa se encheram de lágrimas na hora: "Claro que sim, você é minha filha, como eu poderia não amar? Se eu não te amasse, por que te mandaria para essa escola? Se eu não te amasse, por que me importaria tanto contigo?"

Ela enxugou as lágrimas e falou novamente: "Querida, eu reconheço que errei dessa vez, sei que te descuidei, mas daqui para frente vou confiar mais em você, tudo bem?"

Raquel soltou uma risada amarga: "Você vai confiar em mim?"

Vanessa assentiu: "Sim, eu vou confiar em você."

Raquel então questionou: "E se eu te disser que Amanda fez isso de propósito, você acreditaria?"

Vanessa hesitou, contestando: "Impossível, sua irmã jamais faria algo para te prejudicar. Ela deve ter pensado que você estava negligenciando os estudos de novo e estava tão enganada quanto eu por esta escola..."

Assim que Raquel ouviu essas palavras, a frustração em seu coração transbordou, e ela começou a gritar, quase perdendo o controle: "Foi por querer! Ela é tão atenta, como não perceberia que tem algo errado com esta escola! E ainda assim, você insiste em defendê-la!"

Vanessa se assustou com os gritos: "Minha filha..."

Raquel ficou tão agitada que começou a tapar os próprios ouvidos, gritando.

Ela não queria mais ouvir nada!

Se Vanessa se aproximasse, ela se tornaria ainda mais exaltada. Raquel sentiu como se tivesse algo preso em seu peito, prestes a estourar!

Toda a humilhação, medo e angústia daquela semana foram demais para uma jovem de dezoito anos.

Ela tinha apenas dezoito anos!

Regis chamou: "Minha filha, por favor, não faça isso..."

Mas Raquel ignorou tudo e continuou em descontrole.

Até que

De repente, uma silhueta esbelta se aproximou e a envolveu num abraço forte. Rita era robusta e não permitiu que Raquel se debatesse.

Uma voz fria e tranquila ecoou em seus ouvidos: "Calma, vai ficar tudo bem."

Vai ficar tudo bem...

Raquel começou a se acalmar aos poucos.

O abraço de Rita era confortante, e depois que ela ofereceu seu casaco a Raquel, seus braços descobertos estavam um tanto frios.

Ainda havia um suave cheiro de sabonete no ar, atuando como um calmante, ajudando Raquel a relaxar.

Ela cessou os gritos, ergueu a cabeça e olhou para Rita...

Então, de repente, ela a abraçou e murmurou: "Chef Rita..."

Rita afagou a cabeça de Raquel, e a moça de poucas palavras só conseguiu repetir: "Tagarela, está tudo bem."

Mas essas palavras eram as mais reconfortantes que Raquel já ouvira em toda a sua vida.

Finalmente, ela se acalmou, transformando seu choro alto em soluços contidos.

Vanessa e Regis observaram, sem ousar se aproximar mais, chamando suavemente: "Minha querida, por favor, não fique assim, vamos te levar para casa, está bom?"

"Não se aproximem de mim!" - Raquel finalmente disse: "Mãe, pai, vocês realmente me amam?"

Rita piscou, confusa.

Criada num orfanato desde pequena, e mesmo depois de voltar para casa, sempre teve dificuldades para se integrar à Família Serra.

Mas após a separação, seu senso de pertencimento havia aumentado um pouco, embora ainda houvesse um distanciamento. No entanto, naquele momento, as palavras de Elsa fortaleceram ainda mais o seu sentimento de pertencer.

Ela perguntou devagar: "Mãe, posso levar a Tagarela para morar com a gente?"

"Claro que pode!" - Elsa respondeu. "Esta é a sua casa, você decide. Devo preparar um quarto de hóspedes ou ela vai dormir com você?"

Rita de repente sorriu: "Prepare um quarto, por favor. Quero que ela fique até depois do vestibular."

"Tudo bem."

Após desligar, Rita segurou a mão de Raquel: "Venha para casa comigo."

Os eventos subsequentes na escola foram todos deixados para a polícia.

No caminho para casa com Rita, Raquel estava inquieta e perguntou: "Chef Rita, aquelas fotos... elas certamente não estão no computador, talvez estejam em algum servidor na nuvem. Você acha mesmo que não vão vazar?"

Rita deu um tapinha na mão dela: "Confie na polícia."

Foi então que Raquel assentiu.

-

Na Família Leme.

Regis e Vanessa passaram o dia sentados no sofá, perdidos em pensamentos.

Às seis e meia da tarde, Amanda voltou da escola e entrou no quarto com passos leves, apenas para encontrar os pais com expressões sombrias.

Ela ficou surpresa e perguntou: "Mãe, pai, o que aconteceu?"

Mal terminou a frase, Vanessa se levantou repentinamente, aproximou-se dela e com um movimento rápido, desferiu um forte tapa no rosto de Amanda: "Plaft!"