Whisky Chocolate romance Capítulo 319

Vicente levou-a a falar, ansioso por essa exata frase.

Assim que a mãe terminou de perguntar, Vicente suspirou: "Ela não teve a sorte da sua filha."

A mãe sorriu imediatamente: "Ah, com tantas universidades a cada ano, só selecionam um número fixo de alunos, não tem problema. Mas que universidade ela passou mesmo?"

Vicente coçou o queixo em silêncio, com um tom estranho, falou: "Universidade Royal."

A mãe continuou: "A Universidade Royal pode não ser tão boa quanto a Universidade de Ciências e Tecnologias Loretuma, mas... espera, você disse que ela passou em qual universidade?"

Vicente: "Universidade Royal, e ela foi aceita por mérito próprio. Mas ela não teve a sorte da sua filha, insistiu em fazer o vestibular, tirou nota máxima. Eu pensei que, como sua filha, ela poderia relaxar e se divertir, mas acabou tendo que representar o país na Olimpíada Internacional de Matemática."

"Aliás, você sabe o que é a Olimpíada Internacional de Matemática? É uma competição onde seis pessoas são selecionadas nacionalmente para representar o país, e elas podem ganhar prêmios."

"Eu invejo sua filha, por poder se divertir."

Depois de dizer isso, Vicente falou de novo, com um tom leve: "Não é só que ela é bonita, mas como ela é tão boa nos estudos também? Não tem jeito, só resta aceitar. Lembro-me de um ditado latino-americano, como é mesmo? Ah, sim, 'aos capazes, mais trabalho'."

O que ele queria dizer: sua filha não tem capacidade, então não precisa se esforçar tanto!

Ao ouvir essas palavras, a mãe e a filha ficaram vermelhas de vergonha, gaguejando sem conseguir dizer mais nada.

Rita, concentrada em sua leitura, conseguia ainda assim prestar atenção ao que ele dizia.

Esse homem, normalmente tão econômico com as palavras, hoje tinha falado tanto... tudo porque a mãe da outra pensou mal dela, repreendendo sua própria filha?

Realmente... não deixou passar nenhuma.

Pensando isso silenciosamente, um leve sorriso surgiu nos cantos de sua boca fria.

Uma hora e meia depois, o avião pousou.

Vicente olhou rapidamente para o lado, vendo a mãe e a filha, envergonhadas, apressando-se em pegar suas bagagens e caminhar para a saída do avião, como se quisessem desaparecer.

Só então Vicente se sentiu satisfeito, lançando um olhar orgulhoso para Rita, como se estivesse mostrando seu feito. Pena que Rita, sempre tão direta, não lhe deu atenção, apenas guardou seu livro na mochila.

Em pleno verão, Rita usava um macacão preto de manga curta, revelando suas longas e retas pernas brancas, complementadas por sapatilhas brancas, o que a fazia parecer especialmente estilosa.

Ela ajustou seu boné preto, jogando seu cabelo vermelho para trás, e com esses movimentos, o avião finalmente parou, permitindo que todos desembarcassem.

Após pegarem as bagagens e saírem do aeroporto, Vicente já havia organizado o transporte para eles.

Raquel, cabisbaixa, permanecia em silêncio até que, ao entrarem no carro, Vicente perguntou onde ela morava. Só então Raquel respondeu: "Vamos para aquele apartamento. Meu marido está fora filmando, e ele me emprestou este mês. Chef Rita, quer ficar comigo?"

Vicente lançou-lhe um olhar.

Raquel entendeu imediatamente e disse: "Esquece o que eu disse."

Só então Vicente desviou o olhar.

Rita ignorou completamente os dois durante todo o trajeto, continuando a ler seu livro no carro e até tirou um laptop compacto de sua grande mochila para digitar algo rapidamente.

Raquel olhava para ela, hesitante em falar.

Quando estavam quase chegando ao condomínio de Emerson, Rita finalmente fechou o laptop e olhou para ela: "Se tem algo a dizer, fale."

Raquel ficou em silêncio por um momento, mas finalmente falou: "Acabei de receber uma mensagem do Labareda01, dizendo que não é à toa que o Florival não apareceu no velório do Sr. Barros. Ele estava ao pé da Serra do AM, querendo explorar toda a montanha para encontrar tudo que o Sr. Barros deixou para trás. Já faz meio mês que ele está na Cidade Litorânea."

Ela franzindo a testa, perguntou: "Que tipo de quarto é?"

O atendente, cauteloso, lançou um olhar rápido para Vicente antes de responder: "Um quarto duplo, com duas camas."

Rita finalmente relaxou: "Então está bem."

Se houvesse apenas uma cama, mesmo que Vicente tivesse que dormir no corredor, ela não dormiria com ele no mesmo quarto. Afinal, antes de vir para Cidade Loretuma, sua mãe havia feito questão de lembrá-la da importância de manter a dignidade.

Depois de fazer o check-in, Rita, com sua mochila nas costas, caminhou na frente, enquanto Vicente seguia atrás com passos preguiçosos e descontraídos.

Assim que eles se afastaram, um funcionário perguntou à pessoa que havia feito o check-in: "Gerente, ainda temos muitos quartos vazios, por que disse que só restava um?"

O gerente suspirou: "Porque o patrão disse que só tinha um quarto disponível!"

O outro funcionário ficou confuso.

O gerente apenas olhou para o céu, resignado. Afinal, o hotel pertencia ao Grupo Rico. Quando Sr. Pacheco apareceu na recepção, ela tinha que seguir as ordens.

E, lá em cima, ainda havia a suíte especial do Sr. Pacheco, que ele nem usava... Não adianta tentar entender os desejos do patrão!

Dentro do quarto, Rita viu que realmente havia duas camas, mas elas estavam tão próximas que quase não fazia diferença de ser uma cama só.

Ela fez uma careta, e então ouviu Vicente perguntar: "Pequena, você quer tomar banho primeiro ou posso ir?"

Rita: ??

Por alguma razão, embora o quarto fosse espaçoso, essa pergunta pareceu tornar o espaço ao redor mais apertado e claustrofóbico...