Whisky Chocolate romance Capítulo 37

Ao ouvir as palavras do velho, Caio permaneceu em silêncio.

Ele não concordava com o fato de sua filha se casar por conveniência, mas o velho estava certo em uma coisa: sua Rita merecia algo melhor.

Esse alguém não deveria ser o dono de um bar.

Ele não acenou com a cabeça, apenas disse: "Vou ver o que posso fazer".

Parecia que era hora de investigar aquele rosto bonito.

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No quarto luxuosamente decorado, cortinas cor-de-rosa dançavam ao vento.

Vivian estava deitada na cama, segurando o celular, soluçando entre lágrimas: "... o fato de ela ser boa em matemática é uma coisa, mas por que ela tem de ser boa em física também? O que eu faço? Ela está roubando toda a atenção, mãe, estou sendo pisoteada!"

Do outro lado da linha, uma voz firme e eficiente respondeu: "Vivian, você está vendo as coisas pelo ângulo errado".

Vivian parou, levantou-se e, pegando um lenço de papel na mesa, enxugou as lágrimas e o nariz. Ela colocou o celular no viva-voz e ouviu a análise sensata do outro lado: "Vivian, você sabe a diferença entre uma escola internacional e uma escola regular?"

Vivian jogou o lenço usado na lata de lixo e, com a voz ainda nasalada, respondeu: "Não sei."

"Vocês nasceram com uma vantagem na linha de partida. Na escola internacional, a maioria de vocês tem planos de estudar no exterior. Além dos estudos, vocês precisam expandir seus horizontes, fazer contatos e desenvolver suas habilidades. Uma garota do interior, que foi treinada para exames desde pequena, tentando mudar seu destino com conhecimento? Comparar-se a ela é rebaixar-se."

"A qualidade e a educação de uma pessoa não se limitam a seus estudos. Você entende o que estou dizendo?"

Vivian teve uma epifania: "Mãe, eu entendi! Não importa o quanto ela seja boa nos estudos, ela é apenas uma nerd, enquanto eu sou uma senhora de uma família tradicional. Por que eu deveria me comparar a ela em termos acadêmicos, se sou excelente em piano, dança e pintura?"

A outra pessoa aconselhou: "O mais importante é ter classe. Se você continuar perdendo a paciência assim, vai acabar se envergonhando."

Vivian reacendeu seu espírito de luta: "Eu sei. Mãe, agora com a tia no comando, eu não tenho mais a mesma liberdade financeira de antes."

Na Família Serra, havia uma regra de que os adolescentes no ensino médio recebiam uma mesada de cem mil, mas quando a avó comandava, Vivian só precisava fazer charme para receber mais. Agora, com a tia prezando pela equidade, ela tinha que aceitar o mesmo tratamento que aquela caipira, e isso ela não aceitaria!

Do outro lado da linha, a voz se suavizou: "Vou ligar para a sua avó."

Os olhos de Vivian brilharam – sua mãe estava prestes a tomar uma atitude!

Ela desligou o telefone, satisfeita.

Do outro lado.

Andreza estava irritada em seu quarto, aquela caipira sendo tratada como um tesouro por todos!

Ela ficou irritada quando o telefone tocou. Quando viu quem estava ligando, ela se apressou em atender: "Sandra, quando você e o caçula voltam?"

Sandra Sequeira respondeu com um sorriso: "Mamãe, voltaremos na próxima semana. Você está ocupada com as contas agora? Estou aqui escolhendo um presente para a senhora, por isso liguei".

A matriarca respondeu descontente: "Que contas? Sua cunhada roubou o controle da casa!"

Sandra ficou surpresa: "O que aconteceu?"

A matriarca exagerou a história e, no final, disse: "Sandra, preciso que você pense em algo para mim. Não posso enfrentar o velho diretamente, como posso recuperar o controle?"

Sandra riu: "Mãe, a senhora já administra a casa há tantos anos, fazer com que sua cunhada lhe devolva o controle é fácil, não é?"

A matriarca ficou pensativa: "Você quer dizer..."

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No dia seguinte, quando Rita estava descendo as escadas, acordou no momento em que a música do piano parou, e Andreza estava aplaudindo com entusiasmo: "Vivian, você está tocando piano cada vez melhor!"

Vivian se levantou com elegância e sorriu: "Vovó, não foi nada demais".

Em seguida, ela olhou para Rita e caminhou em direção à sala de jantar.

Rita notou que, depois de uma noite, a atmosfera de derrota de Vivian havia desaparecido, e ela havia voltado ao seu estado arrogante e indiferente.

Ela achou isso estranho, mas não tinha nada a ver com ela. Seu olhar recaiu sobre o piano, que era muito parecido com o da casa da órfã.

Enquanto ela observava, Andreza riu com desdém: "O que você está olhando? Nerd, você sabe o que é um piano? Você sabe tocar?"

Rita respondeu calmamente: "Um pouco".

"Quantos níveis você já passou?"

Rita hesitou por um momento: "Não fiz nenhum exame."

Ela não sabia como eram os outros orfanatos, mas no orfanato em que vivia nunca faltava dinheiro; havia todos os tipos de instrumentos musicais, e ela, sempre entediada e ansiosa para aprender coisas novas, passava o tempo brincando com eles.

Andreza torceu a boca e se vangloriou: "Uau, Vivian, quando eu estava na quinta série, já tinha recebido meu certificado de nível dez, tsc".

Depois de dizer isso, ela lhe deu um olhar significativo.

Rita não se importou.

Mas hoje, Vivian havia falado sobre piano durante o almoço, e agora que ela estava comendo mais tarde do que o normal, ela saiu dez minutos mais tarde do que o normal.

Depois que Rita saiu, Caio e João começaram a descer lentamente as escadas para tomar o café da manhã antes de ir para o trabalho.

Sentados à mesa, a garçonete serviu rapidamente o café da manhã.

João mordeu um pão de queijo e depois virou a cabeça bruscamente, cuspindo no chão. Ele fechou o rosto sem falar, e Andreza disse com raiva: "Elsa Jardim, que tipo de trabalho é esse? Você não sabe que o velho odeia coentro? Como você está administrando esta casa?"

Elsa Jardim ficou confusa e se apressou em dizer: "Pai, me desculpe. Vou mandar trocar imediatamente!"

João odiava o gosto de coentro e estava furioso por tê-lo encontrado tão cedo; olhando para Elsa Jardim, ele conteve sua irritação e se levantou: "Não quero mais!"

Dito isso, foi embora.

Caio rapidamente lançou um olhar tranquilizador a Elsa Jardim e correu atrás de seu pai: "Pai, que tal irmos ao Café de Inverno para tomar café? O senhor não adora os pãezinhos de lá?"

Depois que os dois saíram, Elsa Jardim olhou seriamente para Marina, que havia trazido o café da manhã.

Marina gesticulou rapidamente: "Senhora, não fui eu, tenho certeza de que não coloquei coentro no pão de queijo, como isso aconteceu..."

Elsa Jardim respirou fundo, sabendo que era uma armadilha de Andreza, mas havia quatro pessoas na cozinha, e poderia não ser Marina. Então quem seria?

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O carro chegou em Penhor.

Depois de um café da manhã às pressas, Rita segurou a mão de Vicente e olhou novamente para o relógio gótico na loja, faltavam cinco minutos, e ela estaria atrasada se não saísse logo.

Rita apertou os dentes, ignorando a dor sutil em seu peito, levantou-se e virou-se para sair.

Mas assim que retirou a mão, foi subitamente agarrada pela mão grande do outro.

Em seguida, uma força a puxou, fazendo-a girar, e Rita reagiu com força, fazendo com que ambos perdessem o equilíbrio e caíssem em direção à prateleira ao lado.

Vicente passou o braço em volta da cintura dela e, movendo os pés, colocou-se entre ela e a prateleira.

Rita foi jogada nos braços dele, e o cheiro fresco do homem encheu suas narinas.

Ela olhou para cima, atônita, e viu o homem inclinando a cabeça para baixo, com o rosto perfeito a apenas cinco centímetros do dela. Ele sorriu baixinho e, com um tom sedutor, disse: "Pequena, que tal um beijo?"

Rita queria dizer não, mas assim que a ideia lhe ocorreu, a dor em seu peito se intensificou!

Ela arregalou os olhos, e isso significava que não poderia recusar Vicente?