Whisky Chocolate romance Capítulo 39

Rita ficou paralisada ao ouvir essas palavras.

Sandra continuou com um discurso que parecia lógico, mas que na verdade era uma bagunça sem sentido: "Você, craque da matemática, ficou em primeiro lugar no país, portanto, com certeza se sairá bem na Olimpíada de Matemática e garantirá sua vaga direta. Participar da Olimpíada de Física é só para mostrar. Mas sua irmã ficou entre os sessenta melhores do país em física, portanto, ela também pode conseguir uma vaga direta. Se as duas irmãs Serra forem aceitas assim, será um ótimo assunto para conversar".

Andreza estava convencida: Andreza estava convencida: "Isso mesmo, dessa forma nossa família pode se livrar da reputação de ser nova-rica, Rita, amanhã você vai desistir da aula de preparação para a Olimpíada de Física."

Rita olhou com indiferença para os três e, depois de uma pausa, falou sem pressa: "Todos os primeiros sessenta podem ser aceitos logo de cara."

O que queria dizer que, além dela, havia mais cinquenta e nove vagas.

Vivian era boa em física, mas não era a primeira do país; não havia questão de ceder a vaga.

Sandra sorriu: "Não é verdade que, com um concorrente a menos, há mais chances? Rita, você concorda? Se não, sua tia te dá mais uma bolsa da Hermès!"

"Dar o quê? Com esse dinheiro, é melhor comprar um vestido novo para nossa Vivian!" repreendeu Andreza ao lado: "Somos uma família e devemos nos ajudar. Está decidido! Rita, você ouviu?"

Rita respondeu calmamente: "Ouvi."

Andreza raramente mostrou um sorriso: "Assim está melhor..."

"...Mas eu não concordo."

O sorriso de Andreza congelou em seu rosto: "O quê?"

Rita nem olhou no rosto dela novamente, apenas devolveu a caixa de presente para Sandra e subiu direto para o andar de cima.

Andreza xingou: "Ingrata, eu sabia que ela só traria problemas para a família! E aquela mãe dela não serve nem para fazer as contas, continua fazendo uma bagunça. Sandra, agora que você está de volta, tome conta da casa!"

Sandra deu uma piscadela: "Mãe, a gente conversa depois".

Rita, já subindo as escadas, parou por um momento ao ouvir isso. Olhou para a empregada que limpava no segundo andar: "Minha mãe está onde?"

"No Elsa Jardim dos fundos."

Rita pensou por um momento e assentiu, subiu para deixar a mochila e desceu em direção ao fundo da casa.

-

Elsa Jardim quase teve uma dor de cabeça.

Com a bagunça do café da manhã, os quatro na cozinha estavam disputando a responsabilidade e, no final, não se chegou a nenhuma conclusão. Elsa Jardim simplesmente deduziu meio salário de cada um deles e promoveu Marina a cozinheira-chefe, e se algo acontecesse novamente, seria ela.

Essa ideia era o que Caio fazia na empresa, e ela a aplicou com o mesmo efeito.

Mas o dia foi uma bagunça total.

Ela não parou um minuto e ainda estava verificando as contas de agosto com o departamento financeiro, bem como as despesas de setembro.

O responsável pelas finanças da casa era o primo da matriarca, Francisco Sequeira, um homem na casa dos quarenta anos que não levava Elsa Jardim a sério e sorria ao fazer o relatório:

"... Senhora, olhe essa página, são os gastos diários, os ovos custam R$ 2,80 cada, a família precisa de cinquenta ovos por dia para as refeições, os empregados precisam de outros cinquenta, no começo do mês teve uma festa e usamos 89 ovos para fazer um bolo. Além disso, os ovos não são fáceis de conservar, há perdas no transporte, com uma taxa de perda de 2%. Aqui está o custo dos ovos, e também temos legumes, carne de porco, carne bovina, frango... Senhora, você anotou tudo?"

"..."

Elsa Jardim massageou suas laterais da cabeça: "Diga-me só o total."

Francisco Sequeira citou um número exagerado.

Elsa Jardim franziu a testa, achando que uma família não poderia gastar tanto, mas Francisco Sequeira ou entrou em detalhes demais sobre os preços ou deu um total e pediu que o dinheiro fosse liberado de uma vez, não deixando espaço para negociação!

Francisco Sequeira até ameaçou: "Senhora, a matriarca sempre cuidou de coisas como essa e nunca tivemos problemas. Já está escurecendo, por favor, libere o dinheiro do próximo mês para que eu possa organizar tudo. Se houver algum atraso, haverá mais aborrecimentos novamente".

Amanhã seria o primeiro dia de setembro e, se ela não entregasse o dinheiro agora, Francisco Sequeira se atreveria a cortar os fundos amanhã, culpando-a!

Elsa Jardim sentiu o peito apertar de raiva.

Meia hora depois, suas pernas estavam bambas, pois as falhas em seu livro de contas eram evidentes.

Ele tinha planejado o tempo, achando que Elsa Jardim não teria chance de conferir as contas a tempo, então não se preparou o suficiente. Agora...

Em uma hora e meia, Rita revisou o livro e descobriu que Francisco Sequeira superestimava as despesas em oitocentos mil todo mês!

Elsa Jardim pegou o livro de contas e partiu, deixando Francisco Sequeira sentado no chão.

-

Rita não se envolveu mais com o assunto.

Depois do jantar, enquanto estudava, ouviu vagamente gritos de raiva de João e súplicas de Andreza vindo de baixo.

No dia seguinte, Elsa Jardim contou a ela que Francisco Sequeira fora demitido.

Todos os aliados diretos de Andreza foram dispensados, e ninguém mais na Família Serra ousou causar confusão.

Rita balançou a cabeça e foi para a escola.

Como de costume, desceu na Parada Penhor, e após o café da manhã, segurou a mão de Vicente por dois minutos, sem lhe dar um único olhar.

Quando a dor no peito cessou, ela se levantou com o rosto frio para ir embora, mas então Daniel de repente falou: "Rita, aquela coisa estranha que aconteceu contigo, não foi obra do chefe!"

Rita virou lentamente a cabeça: "O quê?"

Daniel não se conteve.

O chefe andava de mau humor. Estava assim desde que Rita havia começado a ignorá-lo. Agora seus dias em Penhor estavam insuportáveis!

Hoje, de um jeito ou de outro, ele precisava esclarecer as coisas, para que Rita não continuasse com o mal-entendido!