Whisky Chocolate romance Capítulo 49

A loja de penhor caiu num silêncio.

Depois de um instante, Vicente soltou um riso abafado.

Ele colocou de lado o livro que tinha em mãos, e um brilho astuto surgiu em seus olhos castanhos: "Pequena, com o que você estava sonhando?"

Sentindo o rosto esquentar ao ouvir isso, Rita ficou constrangida.

No sonho, ela não apenas o tocara, mas também...

Até mesmo uma pessoa normalmente indiferente como ela se sentia envergonhada agora, amaldiçoando sua memória excepcionalmente clara que lembrava cada detalhe do sonho.

Até mesmo a sensação de tocar o abdômen dele, e mais... parecia tão real.

A névoa nos olhos de Rita pareceu se dissipar, revelando pupilas escuras e brilhantes. Ela olhou para Vicente e o acusou novamente: "Desprezível!"

A garota não costumava ter grandes oscilações emocionais, e essa era apenas a segunda vez que Vicente a via com tanta raiva. Suas bochechas delicadas estavam inchadas de raiva, o que o fez querer tocá-la, imaginando que seria uma sensação agradável.

Mas esse gesto provavelmente a irritaria ainda mais.

Segurando a vontade de tocá-la, Vicente se recostou preguiçosamente, com um sorriso se formando em seus lábios. Não era uma risada leve ou um sorriso discreto, mas uma expressão genuína de alegria. Quando ele sorria assim, até mesmo os traços nítidos de seu rosto pareciam se suavizar de alegria, e sua risada baixa fazia cócegas no coração de quem a ouvia.

Então Rita o ouviu dizer: "A culpa é minha".

Ela ficou furiosa. Será que tinha sido ele mesmo a causar tudo aquilo?

Quando ela estava prestes a explodir de raiva, ele falou com lentidão: "Há um velho ditado que diz, o que se pergunta de dia, sonha-se à noite."

O sorriso em seus lábios se intensificou: "Foi minha falha em não satisfazer você, pequena, que a levou a ter tais sonhos. Eu assumo a culpa."

Rita demorou um pouco para processar, e então um ponto de interrogação se formou em sua mente.

O som de uma cadeira sendo arrastada pelo chão ecoou pelo espaço, e Vicente se levantou, com sua impressionante altura de um metro e oitenta e oito, ele era muito mais alto que Rita. Ele deu a volta no balcão e a figura esguia parou na frente dela, inclinando-se ligeiramente e sussurrando em seu ouvido: "Tenho uma boa ideia para que você não sonhe mais."

Rita acelerou o passo: "Que ideia?"

O homem riu baixo novamente, seu hálito fazendo cócegas em sua pele, e então ela ouviu sua sugestão atrevida: "Que tal realizarmos na realidade o que aconteceu no sonho?"

"............"

Dois segundos depois, Rita deu um passo para trás com o pé direito e, com o punho cerrado, atacou o rosto dele com força, velocidade e precisão!

"Ploft!"

O golpe foi rápido, mas o miserável conseguiu bloqueá-lo com a mão, e até provocou com uma sobrancelha levantada: "Se você estragar meu rosto, não serei mais tão bonito em seus sonhos."

"............"

Nos últimos dias, Rita desenvolveu sua própria maneira de lidar com ele, descobrindo que se ela o visse como um amante, seu coração não sofreria tanto.

Por exemplo, ela não gostaria de machucá-lo. Essa ideia já lhe causava dor.

Essa ideia já lhe causava dor.

Então, para atingi-lo, ela tinha de surpreendê-lo. Sem pensar, apenas agir. Sem pensar, apenas agir. Mas agora que ele havia bloqueado, ela não podia mais atacá-lo.

Enquanto os dois permaneciam em um impasse, a Pequena Canina chegou com o café da manhã: "Ei, como está cedo hoje! O que está fazendo? Treinando?"

"............"

A tensão do ambiente desapareceu.

Rita recuou o punho e, como se nada tivesse acontecido, se dirigiu à mesa e mordeu furiosamente um pão de queijo, pensando no homem. A suavidade do pão de queijo lembrava a sensação dos lábios dele no sonho...

Ela parou de comer, seus olhos parecendo se perder no vazio.