Whisky Chocolate romance Capítulo 71

Vivian Serra olhou para trás rapidamente e viu que Rita Serra, com a cabeça baixa, estava lendo um livro, aparentemente sem ter ouvido a conversa anterior e sem mostrar interesse no teste para a peça. Isso a fez suspirar aliviada.

Bella estava prestes a dizer algo mais, mas Vivian a interrompeu:"Melhor deixar para lá."

Bella apertou os lábios, com sua feição carrancuda, revirou os olhos:"Por que não posso falar?"

Vivian baixou os olhos, escondendo as emoções complexas que lutavam dentro de si. Sentada atrás da carteira escolar, com as mãos sobre os joelhos e segurando a barra da calça do uniforme, falou com uma voz um tanto baixa:"Se você continuar assim, ela vai ficar chateada."

Jeferson Lima, embora estivesse de cabeça baixa, folheando um livro de questões difíceis, estava com a orelha em pé desde que Bella fizera aquela insinuação sobre Rita, e estava visivelmente descontente. Ao ouvir o que Vivian disse, ele levantou a cabeça em concordância e elogiou:"Você está certa, Vivian."

Embora Vivian não fosse tão boa nos estudos quanto Rita, era reconhecida por ser bondosa e generosa. Além disso, tocava piano, o que, em comparação com a frieza de Rita, a fazia parecer uma verdadeira dama refinada.

Jeferson Lima, que desde que tinha se separado e percebido o quanto Rita era talentosa, vinha lidando com sentimentos conflituosos, finalmente se sentiu mais tranquilo.

Ele olhou para Vivian e disse:"Força na peruca."

Vivian sorriu, embora tenha sido um sorriso forçado.

Bella, ao ver que Jeferson Lima havia se pronunciado, mesmo que ainda não concordasse totalmente, não voltou a tocar no assunto Rita, mas mudou o foco de sua atenção: "Mas por que Osíris está procurando Raquel Leme? Se bem me lembro, o piano dela é apenas para exibição, não é?"

Vivian não se importou: "Talvez eles só precisem de alguém para completar o grupo".

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"Eu sou só para completar mesmo!"

Raquel tinha plena consciência de seu papel, mas estava de bom humor: "Deixando de lado as pessoas das outras turmas, até a Vivian é melhor do que eu, mas o que importa é participar, né?"

Logo Raquel rearranjou seu ânimo: "E quem sabe, na audição, eu não encontro meu ídolo?"

Ao falar isso e lembrar-se dos eventos após a escola, ela recuperou seu espírito lutador, com uma expressão feroz:"Meu ídolo é tão incrível, como alguém ousa usar o nome dele para enganar as pessoas? Não vou deixar barato!"

Rita explicou calmamente:"... Provavelmente não é um enganador."

As pessoas do"Grupo do Chefão" eram, no mínimo, confiáveis. Por exemplo, o professor de matemática que a ajudou com uma dissertação, o pianista era Luan, que parecia ter uma boa reputação, além de Lucas e o multifacetado Chefão.

De repente, ela pensou que o professor poderia ser até mais incrível que Lucas. Será que ele sabia que"se não namorar, morre"?

Ela pegou seu celular e mandou uma mensagem para o Chefão no WhatsApp: "Professor, eu gostaria de te fazer uma pergunta."

Chefão: "Diga."

Rita digitou lentamente: "Como terminar com um namorado?"

No Penhor.

Vicente Pacheco, atrás do balcão, leu a mensagem e ficou um tempo olhando para o celular antes de responder: "Seu namorado não é bom para você?"

A resposta da garota veio rápido: "Não é isso, só acho que está tomando muito do meu tempo de estudo."

Estudo...

Vicente havia se precavido contra Leandro, desestabilizado emocionalmente Artur Barros e, no final, perdido para seus estudos?

Vicente levantou uma sobrancelha, pensando em algo para responder, quando chegou outra mensagem dela.

Estudo: "E eu também não quero ser obrigada a namorar".

Os olhos de Vicente se arregalaram, fixos nas palavras "ser forçada" por um longo tempo, como se ele pudesse ver através do celular.

Eu não era tão boa na escola quanto a Amanda, minhas notas eram medianas, mas desde quando notas definem uma pessoa?

Naquele momento, eu estava desesperada, queria deixar o mundo, usar minha morte para punir meus pais.

Quando subi ao topo do prédio, com o vento assobiando em meus ouvidos e olhando para cidade familiar, estiquei os braços, pronta para voar.

Mas então alguém colocou uma música.

Era "Força", de Emerson Borges.

Havia um verso que Emerson parecia gritar, que entrou em meu coração: "Não importa o que os outros digam, eu serei forte!"

Era uma música de rap que me acalmou lentamente.

Desde então, minha paixão por celebridades só cresceu.

Raquel contou tudo isso com leveza e então, com novo ânimo: "Meu ídolo é tão positivo, não sei quantas pessoas ele já inspirou, e tem gente se passando por ele para enganar, hoje não vou deixar barato!"

Conversavam enquanto caminhavam até a porta do almoxarifado.

Ao chegar ali, Raquel fez uma expressão feroz, aqueceu o pulso e empurrou a porta.

O almoxarifado estava cheio de equipamentos esportivos. Assim que a porta se abriu, uma sombra se moveu atrás dela. Raquel, sem olhar, acertou a pessoa na cabeça com o estojo.

"Ai!" A pessoa recuou, hesitante: "Rita?"

Ao ouvir essa voz familiar, Raquel tremeu!

Ela olhou rapidamente e, ao ver aquele rosto incrivelmente lindo, exclamou instintivamente: "Amor?"