ZERO romance Capítulo 5

Zero desviou o olhar assim que pôde.

Avó Cleonice, no entanto, franzindo a testa, disse: "Por que essa criança não gosta de conversar? É muito tímida, não é?"

Foi só então que Teresa percebeu que, desde o encontro, eles nunca haviam ouvido a voz de Zero.

Os rostos da família Oliveira não pareceram muito felizes por um momento, e Pérola, vendo isso, disse apressadamente: "Minha irmã é um pouco introvertida, ela simplesmente não gosta de conversar".

Quando a atmosfera estava prestes a ficar tensa, alguém falou de repente.

"Vovó, eu gostaria de falar com a Sra. Zero a sós".

Era uma voz extremamente agradável, que lembrava o som de gotas de água caindo sobre pedras ao luar, profunda e refrescante, fazendo cócegas nos ouvidos.

Quem falou foi o Sr. Guimarães, sentado em sua cadeira de rodas.

Sua fala surpreendeu a todos. Vovó Cleonice nem se importou com a insatisfação dele, seu rosto se iluminou de alegria, exclamando: "É claro, é claro, vai! É raro você falar!"

Depois de dizer isso, ela pegou a mão da vovó Rita e disse: "Conhecendo-o há mais de dez anos, nunca vi o Leon demonstrar o menor interesse pela Pérola. Mas então sua filha mais nova volta e ele a olha de uma maneira diferente. Parece que meu neto me atraiu, ele reconhece a beleza!"

O rosto de Pérola se contorceu levemente, olhando para Zero com olhos venenosos, cheios de ciúme e ressentimento.

No entanto, naquele momento, Zero já estava empurrando a cadeira de rodas de Leon para fora, com uma pessoa parecida com um secretário seguindo em silêncio atrás deles. Assim que saíram do salão de festas, a pessoa fechou as portas do terraço atrás deles.

A sombra do secretário refletia como a de um guardião na porta de vidro.

Zero desviou o olhar, olhando para Leon à sua frente.

Sob a luz fraca, o Sr. Guimarães parecia ainda mais belo de perto, mesmo com um olhar frio e distante, havia uma aura nobre como se estivesse observando o mundo de cima.

— Não é à toa que tantas mulheres a olham com inveja e medo.

A inveja provavelmente vem da admiração, e o medo, do respeito.

Acrescentando um pouco de schadenfreude, isso seria por causa... daquelas pernas.