A ama e o pai alfa romance Capítulo 306

Ella

A alcova escura onde o estranho me puxou oferecia uma sensação enganadora de segurança, mas cada fibra do meu ser gritava perigo.

Antes que eu pudesse entender como conhecia esse homem, seus dedos apertaram meu pulso e sua outra mão subiu para repousar em meus lábios, silenciando qualquer grito em potencial. O brilho suave de um candelabro distante criava um jogo de luz e sombra em seu rosto, enfatizando seu olhar intenso.

Meu lobo rosnou dentro de mim, um ronco baixo de advertência que vibrava em meu âmago. "Lute", sussurrou ela, me instigando a atacar o estranho e escapar. Eu podia sentir meus músculos se tensionando em preparação, cada instinto pronto para obedecer à voz primal dentro da minha cabeça.

Mas, assim que eu estava prestes a agir, uma voz assustadoramente familiar ecoou pelo corredor, me congelando no lugar. Harry e seus homens. Eles estavam vindo na nossa direção.

"...não sei por que você confiou nele em primeiro lugar", zombou um dos homens.

"É por isso que ele está morto agora", veio a voz de Harry, pingando com malícia casual. O som dos passos ficou mais alto, ecoando o medo que crescia no meu peito.

Meu coração disparou enquanto me pressionava mais profundamente nas sombras da alcova, o aperto do estranho inabalável. Esforçando meus ouvidos, peguei mais da conversa deles.

"Essa droga 'W' é nosso passaporte para o topo", disse Harry, as nuances sinistras em sua voz me arrepiando. "Aquele rato teve que ser eliminado."

"Sim, chefe, mas como ele conseguiu passar as informações para a gangue rival? Nós fomos cuidadosos", outra voz se juntou.

Harry riu, o som enviando calafrios pela minha espinha. "Sempre há ratos nas sombras. Mas eles não são tão espertos quanto pensam. Eles vão cometer erros, e quando o fizerem, estaremos esperando."

Ouvindo atentamente, a magnitude da situação ficou dolorosamente clara. O homem que eles mataram era um informante, um espião que estava passando informações para uma gangue rival. A droga 'W', algo que eu só tinha ouvido sussurros naquela noite, agora estava no centro de um jogo perigoso, e eu tinha inadvertidamente entrado em seu caminho.

"Eles vão mostrar seus rostos em breve", continuou Harry confiantemente, "e quando o fizerem, vão desejar nunca terem cruzado meu caminho."

O aperto do estranho em mim nunca vacilou, mesmo quando Harry e seus capangas passaram pelo nosso esconderijo. Cada segundo parecia uma eternidade, e tudo o que eu conseguia pensar era no perigo muito real que pairava por perto. A tentação de fugir era avassaladora, mas o firme controle do estranho me mantinha ancorada.

Quando as vozes deles finalmente desapareceram, um silêncio espesso envolveu a alcova. Eu podia ouvir minha própria respiração ofegante, o batimento acelerado do meu coração ameaçando nos entregar.

Momentos depois, o estranho me soltou, dando um passo cauteloso para trás. Instintivamente, alcancei meu pulso, sentindo as leves marcas de seus dedos. Virando-me para encará-lo, fui recebida por aqueles mesmos olhos intensos, procurando os meus por qualquer sinal de reconhecimento ou compreensão.

Na penumbra, eu podia vê-lo mais claramente agora. Sua mandíbula esculpida, maçãs do rosto marcantes e cabelos desalinhados lhe davam um ar de rusticidade. Mas era a profundidade de seus olhos que me cativava - uma mistura turbilhonante de mistério, perigo e algo que eu não conseguia identificar.

Os olhos familiares que me encaravam enviaram arrepios pela minha espinha. Eles quase pareciam dançar com travessura, mas havia uma profundidade neles, uma história guardada que me intrigava.

"Quem... quem é você?" Minha voz tremia, ecoando o tamborilar acelerado do meu coração.

Os lábios do estranho se curvaram em um meio sorriso, revelando uma covinha. "Devon", ele sussurrou, seu olhar nunca deixando o meu. "Eu achei que reconhecia você na festa. Você tem um talento para encontrar problemas, não é?"

Eu pisquei, tentando processar suas palavras enquanto ainda lutava contra o medo e a adrenalina correndo em minhas veias. "Você é o homem do parque, não é? Aquele que me ajudou a lidar com aqueles outros caras."

O estranho assentiu, mas não disse nada.

Engoli em seco, me perguntando como esse homem estava conectado a Harry... e como ele tinha de alguma forma me encontrado duas vezes seguidas. "Eu... eu não pretendia testemunhar... seja lá o que aquilo foi. Eu só precisava de um pouco de ar fresco."