A ascenção da Luna romance Capítulo 190

“Pois é,” confirmou Harvey, recostando-se enquanto falava. “Meredith anda em busca de Mirabella.”

Cassandra arqueou uma sobrancelha. “E o que tem isso? Mirabella é irmã dela, afinal.”

“Não, não é nada de reencontro familiar,” Harvey balançou o dedo. “Ela quer que Mirabella fique bem longe, sem pisar em Huxville novamente e, principalmente, que jamais apareça diante de Trevor ou da esposa dele.”

Cassandra parecia surpresa. “Por que ela quer isso?”

Harvey suspirou com um sorriso amargo. “É simples egoísmo. Hoje, Meredith é a única filha de Trevor e a herdeira da Matilha da Tempestade. Mas, se Mirabella voltar, Meredith perderá esse título exclusivo.”

“Ela enxerga Mirabella como uma ameaça,” murmurou Cassandra, com um brilho de compreensão.

Harvey estalou os dedos. “Exatamente. Escute essa — Trevor havia montado uma equipe de elite para Meredith. E sabe qual era o propósito desse grupo?”

Cassandra inclinou a cabeça, intrigada. “Não faço ideia. O que era?”

“Essa equipe estava pronta para apoiá-la quando Trevor passasse a liderança da matilha a ela, logo após o noivado com Thaddeus no ano que vem,” Harvey explicou com ironia. “Trevor formou esse grupo especialmente para Meredith, mas de repente o dissolveu. Consegue imaginar por quê?”

Cassandra estreitou os olhos, com uma ponta de satisfação surgindo em seu rosto. “Isso significa que ele está repensando a escolha de Meredith como herdeira.”

“Exato. A única explicação é que Trevor agora considera a possibilidade de passar a liderança para Mirabella se ela retornar. É claro que Meredith percebeu e está ansiosa para encontrar a irmã e mandá-la embora.”

Cassandra riu com desdém. “Mesmo sem a questão da herança, Meredith provavelmente gostaria de afastar Mirabella. Pense bem, com Mirabella fora tanto tempo, Trevor com certeza estaria repleto de culpa e carinho ao revê-la. Meredith nunca aceitaria perder o centro das atenções.”

Harvey sorriu, impressionado. “Você tem um faro incrível para essas coisas, Cassandra. Acabou de me dar uma ideia brilhante.”

“Oh? Que ideia é essa?” Cassandra perguntou, curiosa.

“É melhor discutirmos pessoalmente,” disse Harvey. “Isso precisa ser explicado cara a cara.”

Cassandra olhou para o relógio. Já eram quase seis, e a noite envolvia a cidade. Estava prestes a recusar, mas Harvey, notando a hesitação, insistiu: “Vou viajar amanhã para o exterior e ficarei fora por um bom tempo. Se queremos agir, precisa ser agora.”

Relutante, Cassandra cedeu. “Está bem, onde quer se encontrar?”

“Ótimo! Que tal no Parque de Diversões Premier?”

Ela riu. “Um parque de diversões? Por que não um café?”

Harvey coçou a nuca. “É que meu primo e a esposa deixaram o filho deles comigo enquanto estão fora, e ele não para de me pedir para ir ao parque. Cassandra, me dá essa ajuda.”

Ela massageou as têmporas. “Tudo bem, tudo bem.”

O sorriso de Harvey se iluminou. “Vou buscá-la.”

“Não precisa. Eu mesma dirijo até lá. Vamos nos encontrar na entrada.”

Assim que desligou, Harvey desceu rapidamente para encontrar o sobrinho Bertie, que brincava tranquilamente com um quebra-cabeça no sofá.

Sem muita cerimônia, Harvey pegou o menino e anunciou: “Bertie, vamos ao parque de diversões!”

Bertie se contorceu, limpando o beijo que o tio lhe dera na bochecha. “Eu não quero ir. Prefiro ficar aqui com meu quebra-cabeça.”