A ascenção da Luna romance Capítulo 36

Desde que Cassandra assinara o contrato com a Utopia Manufacturing, tudo parecia caminhar perfeitamente.

Enquanto trabalhava em seu escritório, foi interrompida pelo som de batidas na porta. Sua secretária entrou e entregou um envelope.

— Sra. Raeburn, este documento foi enviado pelo Sr. Harvey Caldwell.

— O que será que ele quer agora? — murmurou Cassandra, abrindo o envelope curiosa.

Ao folhear os papéis, encontrou um dossiê completo sobre a Perfect Union, incluindo uma análise para sua aquisição. Parecia que Harvey havia preparado um plano detalhado para comprar a empresa.

Intrigada, Cassandra ligou imediatamente para Quentin.

— Harvey me enviou informações sobre a Perfect Union, sugerindo que a adquiríssemos — explicou.

— Seria uma boa jogada, mas a Alcateia Sandstrider teve muitas despesas recentes e não temos tanto capital disponível. — Quentin hesitou.

— E noventa milhões? Isso resolveria? — perguntou Cassandra.

Ela havia notado que a avaliação da compra estava entre noventa e cento e quarenta milhões.

— De onde você conseguiu todo esse dinheiro? — Quentin perguntou surpreso.

— Cyrus me deu.

Quentin soltou um longo suspiro de inveja.

— Não sabia que a carreira de modelo masculino pagava tão bem! Se eu falir, quem sabe eu também me torne um modelo.

Cassandra revirou os olhos.

— Se você fosse modelo, nem ganharia cem mil.

— Ah, claro! Todo mundo é mais bonito do que eu para você — Quentin provocou, estalando a língua. — Mas agora falando sério, por que Harvey não compra a Perfect Union ele mesmo? Por que enviar essas informações para você?

Ele fez uma pausa e acrescentou em tom de brincadeira:

— Está claro que ele tem um interesse por você.

Sem paciência para suas insinuações, Cassandra encerrou a ligação sem responder.

Pouco depois, Quentin mandou uma mensagem no WhatsApp:

“Querida, hoje é meu aniversário. Quando você estava na Alcateia da Lua Negra, nunca tinha tempo para comemorar comigo. E agora, mesmo livre daquele inferno, continua sem tempo?”

Com um sorriso, Cassandra respondeu:

“Lembrei-me, sim. Reservei o Crescent Club para a comemoração. Agora vou comprar seu presente. Vou escolher o mais caro!”

Com o trabalho do dia concluído, Cassandra saiu para procurar um presente e decidiu comprar um relógio para Quentin.

Coincidentemente, a vendedora que sempre a atendia estava na loja e a recebeu com entusiasmo:

— Sra. Raeburn, que prazer vê-la! Faz tempo.

— É aniversário de um amigo, e quero presenteá-lo com um relógio. Pode me mostrar algumas opções?

Quando vivia na Alcateia da Lua Negra, Cassandra comprava relógios caros para Thaddeus, o que a tornou uma cliente VVIP. Rapidamente, a vendedora apresentou uma seleção da mesma linha que Cassandra costumava escolher.

Enquanto examinava os relógios sobre o veludo macio, uma voz familiar ecoou ao seu lado:

— Este relógio é lindo. Vou levá-lo.

Cassandra virou-se e viu Meredith, acompanhada por uma amiga, com várias sacolas nas mãos. Era evidente que estavam fazendo compras juntas.

Meredith sorriu com malícia, deixando claro que estava disposta a pegar qualquer coisa que interessasse a Cassandra.

Meredith ficou boquiaberta.

Sua amiga, furiosa, exclamou:

— Vocês estão de brincadeira! É apenas um relógio! Chamem o gerente!

— Nem o gerente pode mudar essa política, senhorita. Essa série tem regras específicas — explicou a vendedora educadamente.

— E por que Cassandra pode comprar? — desafiou a amiga de Meredith.

— Porque a Sra. Raeburn é nossa cliente VVIP há dois anos e atende a todos os critérios — respondeu a vendedora calmamente.

Meredith lutou para manter uma expressão serena, mas seu orgulho estava claramente ferido.

Com um sorriso triunfante, Cassandra pegou o relógio das mãos de Meredith e entregou-o à vendedora:

— Como ela não pode comprar, eu vou levar.

A vendedora prontamente embrulhou o relógio e trouxe o recibo.

Cassandra agradeceu e, antes de sair, lançou um último olhar para Meredith.

— Srta. Meredith, algumas coisas você não pode ter, mesmo que eu as deixe para você.

Aquelas palavras acertaram Meredith como um tapa invisível.

Enquanto Cassandra se afastava tranquilamente, Meredith permaneceu imóvel, tentando disfarçar o constrangimento.

Ao se lembrar das palavras de Lucian no jantar, os olhos de Meredith escureceram de raiva.

Por que Cassandra sempre tenta pegar o que é meu?