A Dama Cisne Partida romance Capítulo 482

Ele sempre a chamava de "Giselle". O que o atingira hoje?

Embora "meu bem" e apelidos do tipo fossem comuns e até um pouco clichês, ser chamada assim ainda fazia o coração se sentir como ao morder um bombom com recheio cremoso, sentindo a doçura se espalhar, como se o coração inteiro estivesse mergulhado em chocolate.

"Joarez, por que você está tão fofo hoje?", ela sorriu, com os olhos curvados.

"Estou falando sério!", ele enfatizou. "Agora me arrependo de não ter tido mais atitude na faculdade. Se eu tivesse me esforçado um pouco mais naquela época, com certeza teria tido uma chance!"

Giselle lhe deu outra colherada do mingau doce. "Mas agora não é a oportunidade perfeita?"

"Eu só lamento o tempo perdido, esses anos a menos em comparação com os outros", disse ele, com um sabor amargo na boca, apesar do doce.

Giselle o repreendeu com o olhar. "E as próximas décadas que serão todas minhas, você não diz nada?"

Ao ouvir isso, o rosto de Joarez se iluminou. "Meu bem, você está dizendo que… vai se casar comigo? Que teremos uma vida feliz juntos?"

"E você não vai?", Giselle revirou os olhos. "Está só brincando comigo?"

"Não! Claro que não! Eu só…", Joarez colocou a pedra de volta na caixa e a devolveu a ela. "Eu só queria um presente especial, como este."

Giselle pegou a pedra, observando-a atentamente, e suspirou. "Com tantas coisas boas no mundo, você tem certeza de que quer algo tão sem valor?"

Era apenas um seixo colorido. Na juventude, ela não pensava direito e o usou como presente. Se tivesse cinco anos a mais, jamais faria algo tão infantil.

Dez anos depois, a pedra estava polida e lisa pelo tempo, e a imagem de Patrício em sua memória já era apenas um contorno vago, como se visto através de um vidro embaçado pelo hálito quente. As linhas de seu rosto haviam sido borradas pelo tempo, não eram mais nítidas.

Já que estava de volta, deveria visitar os pais de Patrício. Aquele casal de idosos que perdeu o único filho partia seu coração.

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