Uma hora depois, o restaurante já exalava o aroma delicioso do café da manhã recém-preparado.
Patrick, guiado pela babá, sentou-se em sua cadeirinha, vestindo roupas limpas e arrumadas. Carla sorriu com ternura e disse:
"Patrick, este é o seu leite de cabra puro favorito."
Como de costume, ela entregou o copo de leite para Patrick, cujo rostinho sério manteve-se frio, sem demonstrar qualquer emoção.
No fundo do restaurante, passos firmes e ritmados soaram.
O olhar de Carla se desviou e ela viu Sílvio, com seu imponente um metro e noventa, adentrando com passadas longas, elegantes e seguras pela porta do restaurante.
A camisa clara ajustava-se perfeitamente ao seu corpo atlético, largo nos ombros e estreito na cintura. Os botões estavam fechados até o último, a gravata impecável, um visual formal que contrastava completamente com a postura relaxada e despretensiosa que exibira no bar na noite anterior.
Carla logo compreendeu o motivo: naquele dia, iriam à antiga mansão da família encontrar o patriarca para tratar do divórcio.
Talvez por pensar nisso, Sílvio parecia de bom humor.
Ele passou a mão grande na cabecinha de Patrick e perguntou com voz grave e aveludada:
"Patrick, quer saber quem é sua mãe?"
O corpo inteiro de Carla ficou tenso.
Será que Sílvio havia finalmente decidido apresentá-la oficialmente ao filho?
Lágrimas brilhavam nos olhos de Carla enquanto ela olhava para Patrick, mas o menino fechou a expressão e respondeu friamente:
"Não quero!"
Clang!
O coração de Carla despencou; suas pupilas estremeceram.
Sílvio lançou um olhar para Carla e voltou a perguntar:
"Por que não quer?"
Patrick fez um biquinho:
"Aquela mulher já me abandonou há muito tempo. Mesmo que ela apareça na minha frente, não quero saber dela!"
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