Dimitri me segurava pelo braço em meio a luz tremula da tocha em sua mão, rapidamente descemos pelos degraus de pedra até chegar ao que parecia ser um depósito, então ele me soltou e seguiu direto para outra porta que com outra chave ele a abriu, voltou e me puxou novamente e recomeçamos a andar, dessa vez por um longo corredor cavernoso e ainda mais escuro, eu podia ouvir os insetos e os ratos passando perto de nós, e se não fosse o fato de estar sendo raptada, supostamente para o restante de todos eu estaria fugindo para casar, eu poderia me importar com os ratos correndo no escuro.
Eu tentei falar com ele, tentei mesmo, obrigar minha boca a se abrir e protestar contra aquilo, mas meu corpo não me obedecia, eu era apenas uma observadora em meu próprio corpo, e isso era aterrorizante.
O pânico de toda aquela situação começando a se instalar em meu coração, meu coração batendo acelerado, minhas pernas tremulas... eu queria que meu corpo reagisse e lutasse com ele, presumi que seria melhor morrer aqui lutando pela minha honra do que ser esposa dele.
Infelizmente meu corpo não compartilhava esse sentimento, e continuou a segui-lo sem oferecer qualquer resistência.
Passados alguns minutos chegamos a o que parecia ser o fim do corredor, ele me soltou e iluminou o teto procurando algo, a luz fraca da tocha em suas mãos revelou uma abertura a cima de nós, uma escotilha que ele abriu com uma de suas chaves, ele parecia carregar várias delas, quando ele abriu a luz da lua iluminou seus olhos azuis, ele se virou de volta para mim e me segurou pela cintura, em movimentos rápidos me levantou em direção a saída, estava me tirando primeiro que ele... isso só me deu uma triste certeza, seja o que for que ele tenha feito em mim quando me espetou com sua unha, ele tinha absoluta certeza que eu não poderia resistir, ele tinha certeza de seu poder.
Quando eu me vi do lado de fora olhei em volta, estava na floresta, e ao longe eu podia ver o palácio.
Ele veio a superfície mais rápido do que eu imaginei, eu olhei para ele tentando entender suas motivações, se sua intenção era se casar comigo bastava ele matar um único homem, e ele estava em completa vantagem com essa espécie de poder sobre a vontade das pessoas, eu não o via perder para Chase, então porquê arriscar tudo me sequestrando? mesmo que acreditassem que fui por vontade própria, ele ainda teria afrontado um rei! Por que arriscar tudo isso tendo esse poder em suas mãos?
Todas essas perguntas fervilhavam em minha mente enquanto eu fazia um esforço descomunal para verbaliza-las.
Ele franziu o cenho e fechou os olhos, massageou as têmporas com expressão cansada e murmurou:
— Eu sei que você tem perguntas, mas vai ter que esperar até chegarmos ao porto de Rochester.
Então ele caminhou em minha direção e me puxou, me guiando para dentro da floresta.
Caminhamos por toda a noite pela trilha, ele parecia querer evitar as estradas, e Rochester não era a vila mais próxima, Dalton era, mas ele não parou em Dalton, na floresta ele havia deixado uma bolsa com suprimentos, que comemos durante a viagem, Dimitri sempre pedia para que eu parasse de tentar formular palavras que tinha que esperar ate Rochester, mas eu continuava a tentar.
Em um certo momento quando passamos perto de Duvov, um dia de Rochester ele parecia muito cansado de usar sua energia para me impedir de falar e fez uma proposta.
— Se eu deixar que você faça uma pergunta você para de resistir e espera até Rochester?
Eu arregalei os olhos com sua proposta, rapidamente balancei a cabeça pensando nas milhões de perguntas que tinha que fazer, e tentei decidir a mais urgente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Escolhida Do Alfa Ilha do Corvo
Gostei bastante do estilo da sua escrita, aguardando os próximos capítulos...
Maravilhosa série espero por mais capítulos...