Completamente confusa com suas palavras, abro a boca para questionar, mas sou interrompida pelo advogado. Ignorando o olhar acusatório de Sean, concordo com a cabeça e sigo para o meu carro. Por opção minha, Emily me acompanha e em poucos minutos chegamos à sede da Blue Earth Gallagher Co.
— Obrigado por vir, Srta. Adkins. — Sr. Freeman diz, apontando para uma das cadeiras.
Sean senta-se na cadeira que há anos pertenceu ao seu pai. Com toda a imponência que só um Gallagher parece ter, ele se ajeita no assento, entrelaçando os dedos sobre a mesa.
— Prossiga, Sr. Freeman. — ele ordena, num tom autoritário. — Essa… mulher já está aqui, não há motivos para tomar ainda mais o meu tempo.
— Talvez você não se importe, mas perdemos uma pessoa especial aqui e ainda estamos nos recuperando, Sr. Rossi. — comento, ressaltando o sobrenome que ele me deu naquela noite.
— Imagino que tenha sido uma grande perda. Principalmente para você, não é mesmo?
— Sim, porque Richard era…
— Richard… Quanta intimidade para uma simples assistente pessoal. — Sean me interrompe, forçando uma risada amarga enquanto balança a cabeça em descrença. — Diga-me, Zoe Adkins, o que pretendia afinal? Se cansou de se divertir com o meu pai e resolveu se oferecer para mim? Quanto empenho para conseguir um sobrenome…
— O quê? Eu nem sequer sabia quem era você! Ou se esqueceu de que se identificou como Sean Rossi?
— Podemos acalmar os ânimos por aqui? — Sr. Freeman intervém, enquanto Emily observa a cena, tão chocada quanto eu. — É um momento muito difícil para nós, mas…
— Srta. Adkins, — Sean mais uma vez interrompe, vindo em minha direção —, sinto muito por frustrar seus planos ambiciosos, mas não sou tão ingênuo quanto você acredita e já entendi perfeitamente quais eram suas intenções. — ele cospe as palavras antes de puxar sua carteira e me dar um olhar gélido. — Mas como sou um homem justo, me dê seu preço pelos seus serviços naquela noite. Esse será o único dinheiro que você tirará de mim.
Suas acusações fazem com que eu me cale, controlando o ritmo da minha respiração para não chorar. Engulo em seco e encaro meus pés, sentindo que o olhar de todos permanece em mim.
— Já que a minha acompanhante de luxo não quer cobrar pelos seus serviços, pode prosseguir, Sr. Freeman. — Sean ordena, sentando-se novamente.
O Senhor Freeman inicia a leitura do testamento, mas suas palavras parecem distantes e sem sentido para mim. Minha mente parece fora do ar, resultado da dor da acusação injusta e da tristeza pela perda de Richard.
— 10%? — A voz autoritária de Sean me traz de volta à realidade. Ao erguer meu olhar, encontro-o me dando um olhar mortal. — O meu pai estava tão cego assim? Como ele pôde deixar 10% das ações para essa mulher?
— Sr. Gallagher, eu não tenho controle sobre os desejos de seu pai — Sr. Freeman responde, mantendo a calma diante da hostilidade de Sean. — Richard deixou instruções claras em seu testamento, e como seu advogado, estou aqui apenas para executá-las.
— Últimos desejos… isso só pode ser uma piada. Deixar uma porcentagem tão generosa para uma assistente. — Sean resmunga, com a voz carregada de desprezo.
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