Por um momento, pondero se devo realmente ouvi-lo. Meu coração, dividido entre a mágoa e o desejo de entender o que aconteceu, parece acelerar a cada segundo. Olho para Eric, que me dá um olhar encorajador e preocupado ao mesmo tempo. Respiro fundo, tentando acalmar a tempestade interna que se forma dentro de mim.
— Tudo bem, Sean. — respondo, passando a mão pelos cabelos antes de olhar para o meu amigo. — Eric, obrigada por estar aqui, mas acho que preciso resolver isso sozinha.
— Como queira, querida. — Eric responde, me puxando para um abraço. Ele sussurra: — Há um botão de emergência ao lado do aparador. Se precisar, não hesite em usá-lo. Vou deixá-los a sós, nos vemos na segunda-feira.
— Muito obrigada. Até segunda.
— Quanto a você, — ele se vira para Sean e levanta a sobrancelha, continuando em um tom sério: — se magoar minha amiga novamente, juro que me esqueço que você é meu chefe e resolveremos isso como homens.
— Isso não será necessário, Eric. Até segunda.
Os dois apertam as mãos e Eric me dá um último olhar antes de seguir para seu carro. Acompanho-o com o olhar e, quando o carro finalmente começa a andar, saindo da propriedade, volto meus olhos para Sean, que permanece focado em mim.
Respiro profundamente, dando um passo para o lado para que ele entre. Por um momento, o silêncio se instala entre nós, sendo quebrado apenas pelo estalar das lenhas que aquecem o ambiente. Sean para no meio da sala de estar, passando a mão na barba antes de começar finalmente a falar.
— Até que aqui é aconchegante. — ele diz, percorrendo o olhar pelo ambiente. Nego com a cabeça.
— Se você veio para avaliar o lugar onde ficarei, acho que já fez isso e pode ir embora.
— Sabe que não vim para fazer isso, Zoe. Por favor, sem ironias! Vim tentar resolver o que está acontecendo entre nós.
— Sean, não há nós. — respondo, tentando manter o tom de voz firme enquanto o encaro. Ele solta uma risada amarga, aproximando-se de mim.
— Você sabe que há, ou não estaria aqui. — Sean declara, me fazendo desviar o olhar para o chão. — Para início de conversa, sei que está chateada com o que viu ontem, mas posso explicar.
— Acho bem difícil conseguir provar o contrário, mas tente.
— Primeiro, quero que saiba que meu interesse em Kate é puramente profissional e…
— Profissional… — corto suas palavras, soltando uma risada irônica. — O cheiro dela em você foi totalmente profissional, e acredito que o beijo de ontem também foi estritamente profissional, certo? Apenas um teste para saber se os novos batons da Cult são resistentes.
— Zoe, o que você viu ontem não foi o que pareceu.
— Eu não fugi de você! Nem tenho motivos para isso.
— Ah, não? — Sean pergunta, levantando a sobrancelha enquanto abre um sorriso que não chega aos olhos. — Por que está aqui?
— Porque… — minha voz falha enquanto luto para encontrar uma resposta convincente, mas tudo o que sinto é a intensidade do seu olhar.
— Porque você não quer admitir que sente ciúmes. — completa, com a voz rouca.
Ele encara o teto, passando a mão nos cabelos como se procurasse as melhores palavras, e solta um suspiro pesado antes de me encarar e continuar:
— Se isso facilita as coisas para você, eu também estou com ciúmes. Não gosto de imaginar você com Benjamin, Eric ou qualquer outro.
— E eu não gosto da ideia de você estar com outras mulheres. — resmungo, externando meus pensamentos conflitantes. Sean abre um sorriso ladino, aproximando-se até ficar a poucos centímetros de mim.
— Fiz uma proposta justamente por isso, Zoe. — fala, com a voz rouca. — Porque não quero dividir você com ninguém. Farei o mesmo, pois você é a única pessoa com quem quero estar. Agora, me diga, Zoe, você está disposta a aceitar?

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