JG narrando.
Chegamos no hospital e logo os médicos levaram a Michelli. Fiquei sentado esperando notícias, enquanto penso no que falar pra Bia, ela vai surtar e pode até passar mal.
-Vai ligar pra tua dona encrenca não pow?- perguntou Gui se sentando ao meu lado.
-Ainda não sei, vou esperar o médico dá notícia, dizer como ela tá, pra mim falar com a Bia.
-É melhor, vai dá tudo certo parceiro, essa menina é forte já passou por cada coisa- falou e eu assenti.
Fiquei pensando, em tudo isso que aconteceu, nessa vida do crime nem eu e nem minha família tá segura, talvez tudo isso seja culpa minha, mas eu nasci aqui taligado, é minha responsabilidade cuidar desse morro e das pessoas que mora aqui.
Minha cabeça tá um turbilhão e eu só peço a Deus pra não deixar que nada de mal aconteça com a minha menininha, nunca vou me perdoar se ela for embora.
-Parentes da Michelli?- perguntou o médico.
Me levantei rápido junto com o Gui e assentimos, o médico olhou no caderninho alguma coisa.
-Sinto muito, a sua filha perdeu muito sangue e tivemos algumas complicações na cirurgia, se ela não receber a doação do sangue, "O negativo" hoje ainda, ela corre risco de morrer- falou e meu coração quase saiu pela boca.
-Puta que pariu- falei com a mão na nuca.
-Eu posso doar- falou Gui coçando a cabeça.
Não precisa ser muito próximo do Guilherme pra saber que esse daí morre de medo de agulha, quando o pirra foi fazer a primeira tatuagem até desmaiou.
-Então vamos fazer alguns exames e se tudo der certo, você pode doar- falou o médico.
Rapidinho o Gui foi saindo com o médico, me deixando sozinho, resolvi ligar pra Bia e falar tudo.
Gui narrando.
Cara eu não sei nem explicar, o quanto eu tô nervoso, com uma agulha desse tamanho na mão desse corno do médico, tô suando frio.
-É só uma picadinha, nem vai dor- falou o médico dando um sorriso.
-Dá uma picadinha no teu rabo então- falei e o filho da puta enfiou sem dó.
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