Enquanto isso, na sala de jantar...
Harry estava visivelmente irritado e impaciente. Sem cerimônia, ele empurrou seu prato para longe. "O que é isso? Nem cachorro come essa gororoba!"
"Sinto muito, senhor. Vou pedir aos cozinheiros que preparem outra coisa." Joe agiu com rapidez, levantando-se e recolhendo a comida que havia caído.
"Não precisa. Simplesmente demita todos esses inúteis. Diga a eles pra não aparecerem amanhã", ordenou Harry, sem rodeios, soltando uma enxurrada de palavrões direcionados aos empregados. Em seguida, ele levantou-se mesa e saiu bufando de raiva.
No entanto, enquanto passava pela sala, seus olhos foram atraídos para o vídeo CFTV na televisão, que também exibia imagens da câmera frigorífica.
Grace estava estendida no chão, à beira da morte, com o rosto coberto de gelo. Contudo, sua beleza única ainda evidente, mesmo naquele estado patético. Ela parecia um anjo com as asas quebradas.
Harry fixou o olhar no rosto dela, notando que uma lágrima solitária escorria lentamente por suas bochechas. De repente, ele sentiu um tremor em seu corpo, e uma emoção desconhecida transbordou de seu coração.
M*ldição! Mesmo naquele momento, essa mulher ainda o estava seduzindo.
O rosto de Joe, enrugado mas ainda assim belo, contraiu-se em tensão.
"O que posso fazer pelo senhor?"
"Quanto tempo passou desde que a trancamos aí?"
Joe dirigiu seu olhar à TV e, num instante, compreendeu o que Harry queria dizer. "Cinco horas, senhor."
Harry permaneceu em silêncio, fitando fixamente a tela. Seus lábios grossos se franziram, e um lampejo de raiva se acendeu em seus olhos.
Temendo que o pior acontecesse, Joe criou coragem e comentou: "Receio que a Srta. Astor não aguente mais, senhor. Você quer muito saber se ela é a mulher que invadiu o castelo, não quer? Se ela morrer, nunca será capaz de lhe dizer a verdade".
"Não preciso de suas lições de moral", retrucou Harry, lançando um olhar sombrio ao mordomo. Porém, antes de sair, ele riu e deu-lhe sua permissão: "Mas, já que é assim, vá soltá-la. Se ela morrer, vocês serão os responsáveis".
Atchim! Atchim!
Depois de espirrar algumas vezes, Grace começou a se sentir um pouco mais quente, e seu corpo gradualmente recuperou os sentidos.
Seus longos cílios tremularam ligeiramente e, ao abrir os olhos, ela avistou uma lâmpada de cristal brilhando acima de sua cabeça. Notou, então, que estava deitada em uma confortável cama.
"Que bom que você acordou, Srta. Astor", uma voz gentil soou.
Grace ergueu a cabeça e viu o cientista, Roy, que usava um jaleco branco, e Joe, que vestia seu uniforme de mordomo.
Na mesma hora, a porta foi chutada, e alguém entrou no quarto.
Antes que pudesse reagir, ela foi bruscamente levantada da cama, e uma voz firme ecoou: "Sua mulher m*ldita! Como se atreve a falar assim de mim!?".
Assim que viu que era Harry, Grace berrou, debatendo-se: "Me larga, seu filho da p*ta! Me põe no chão!".
"Pelo jeito, mesmo depois de ficar trancada, você ainda não aprendeu a lição." Harry a jogou na cama, sacou uma arma e apontou para a cabeça dela. "Acha mesmo que eu não tenho coragem de te matar?"
De repente, a tensão tomou conta do ambiente.
"Sr. Charles, por favor, não fique zangado. A Srta. Grace não quis te ofender", Roy tentou dissuadi-lo.
Joe apressou-se e tentou ajudar: "Não mesmo, Sr. Charles. A Srta. Astor ficou trancada na câmara frigorífica por muito tempo, e ainda não se recuperou totalmente. Seu cérebro ainda está em choque".
"Acho que, na verdade, a cabecinha dela simplesmente não consegue entender o quão poderoso eu sou", respondeu Harry, em tom de gozação. "Se eu não colocá-la em seu lugar, ela nunca vai obedecer."
Conforme falava, ele pôs o dedo no gatilho.

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