A sua espera romance Capítulo 56

— Você quer parar de se mexer? Borrarei a sua maquiagem toda — disse Ana me dando um tapa no ombro.

— Não posso, não quando Arthur não para de chutar — falei tocando minha barriga.

— Falei que vocês deveriam esperar até o bebê nascer.

— Gabriel não quis. Pensou que seria legal que seus dois filhos participasse da cerimônia.

— Arthur participará de qualquer forma — Ana revirou os olhos — e falta tão pouco, menos de um mês. O que custava esperar mais um pouco?

— Chega de reclamar? Luiz está impaciente no bebê conforto — disse Manu entrando no quarto.

Gabriel acabou me contando o que havia acontecido com ela. André havia sido preso por estupro e cumpriria quinze anos em regime fechado.

Manu acabou deixando a empresa. Havia aceitado a proposta de gerenciar a empresa da família de Gabriel. Claro que isso levou um bom tempo, já que Manu estava muito zangada com ele por conta do que havia acontecido conosco.

Após descobrir toda a verdade, seu noivo acabou reatando o noivado e juntos se mudaram para Minas Gerais. Eles haviam vindo somente para o nosso casamento, já que havia muito trabalho para ser feito depois que foram descobertas algumas fraudes no gerenciamento de Eduardo. Ele estava fazendo negócios ilícitos e por conta disso, ele fora afastado, deixando Gabriel com o total comando.

Também por conta disso, ele teve que pedir afastamento da empresa do Japão até conseguir se organizar, ficando apenas supervisionando os trabalhos aqui do Brasil.

Eduardo teve que sair do país por um tempo, até seu escândalo ser esquecido. Mas antes, cuidei para que ele jamais reclamasse a paternidade de Valentina. Entramos em um acordo, assinando um contrato, onde ele jamais procuraria minha filha até ela ter idade suficiente para decidir se iria procurá-lo ou não.

— Pronto! Acredito que consegui agora. Fique de pé veja o meu trabalho maravilhoso — disse Ana me guiando para um grande espelho do outro lado do quarto.

Decidi querer me casar na mesma igreja onde os pais de Gabriel se casaram. Ele ficou emocionado quando sugeri e acredito que de alguma forma, eles estariam presentes no nosso grande dia.

Gabriel enviou convites para os meus pais, mesmo eu dizendo que eles jamais viriam. Tiveram esse tempo todo para me procurar e nunca recebi uma ligação deles.

Talvez fosse melhor assim, mas Gabriel disse que seria bom começar nossa vida do zero e que se eu quisesse, ele mesmo poderia falar com eles.

Neguei. Eu já o tinha na minha vida, tinha Valentina e em breve teria Arthur.

Teria uma família para me dedicar. Era só o que me importava.

Fiquei diante do espelho e não me reconheci.

— Uau! Você realmente se superou dessa vez — falei tocando meu rosto.

— Não é todo dia que minha melhor amiga se casa. Quis deixar marcado para a eternidade.

— Não me faça chorar novamente, por favor. Essa final da gestação é a pior.

Meu vestido era longo, como sempre sonhei. Tivemos que adaptá-lo para minha enorme barriga.

As mangas se estendiam ao longo dos meus braços por uma renda. Uma faixa de cetim foi colocada logo abaixo dos meus seios, dando o toque angelical. Ana deixou meus cabelos presos, com algumas mexas soltas.

O véu, eu quis igual ao da minha personagem preferida de Um amor para recordar. E como no filme, eu quis que o padre usasse as mesmas palavras.

Ana me condenou, dizendo que a garota morria no final. Eu ri e falei que isso não aconteceria comigo. Que envelheceria ao lado de Gabriel.

— Vamos logo correr com isso, daqui a pouco, o louco do Gabriel entra no quarto e te vê vestida de noiva — disse Ana já me levando para a sala, onde a avó de Gabriel nos aguardava.

— Deus que me livre disso acontecer — disse Manu fazendo o da cruz.

Todos os homens já estavam na igreja, e os convidados também. O carro que me levaria ao encontro do meu futuro marido, me aguardava do lado de fora.

Ana iria em seu carro alugado com Manu e a avó de Gabriel.

— Oh! Você está tão linda…

— Vó, por favor, não comece a chorar. Foi uma luta conseguir maquiar minha amiga. Se ela borrar, teremos que fazer tudo de novo.

— Ana…

— Sua amiga está certa. Vamos logo para a igreja. Gabriel deve ter feito um buraco andando de um lado para o outro.

Levamos menos de vinte minutos para chegar.

— Preparada para tudo isso? — Ana perguntou sorrindo.

— Mais do que preparada. Nasci para esse momento.

— Então você terá seu momento.

O avô de Gabriel ficou de me conduzir até o altar, então quando ele se aproximou, Ana me abraçou e foi tomar seu lugar no altar.

— Você está linda, minha filha.

— Obrigada.

— Preparada para ser feliz pelo resto dos seus dias?

— Sim — falei com um sorriso tão largo que faria inveja ao Coringa.

Ele me ofereceu seu braço para me apoiar e juntos nos preparamos para entrar na igreja.

Quando o primeiro toque da música soou, dei o primeiro passo com a perna direita para dar sorte e ergui o olhar.

Lá estava ele. Gabriel.

Vestido em seu terno na cor chumbo, com gravata preta e uma pequena rosa branca simbolizando o nosso início de vida juntos.

Ele me olhou como se eu fosse a própria constelação. Não havia mais ninguém na igreja, apenas eu e ele.

Seu sorriso estava tão grande quanto o meu e todos observavam o quanto esse momento era importante.

A cada passo dado, a certeza de que nossos caminhos não tinham se encontrado por acaso. Estava escrito em algum lugar que pertencíamos um ao outro desde sempre.

Quando passei pelo local dedicado aos meus pais, e eu não os vi, minha alegria diminuiu um pouco.

Epílogo 1

Epílogo 2

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