Abaixar a Cabeça? Impossível! romance Capítulo 32

Ricardo saiu do Apartamento Horizonte Azul, com a cabeça zunindo com um turbilhão de pensamentos.

Nathan o aguardava do lado de baixo, e ao ver Ricardo descer com a face pálida e machucada, não pôde evitar um arrepio.

"A Sra. Resende ainda não aceitou?" - perguntou Nathan, surpreso.

Não aceitar o pedido de casamento era uma coisa, mas agredir?

Ao pensar no temperamento de Sylvia, Nathan não pôde evitar outro calafrio.

Ricardo lançou um olhar gélido para Nathan.

Com aquele olhar frio, Nathan soube imediatamente que ele havia falhado de novo.

Nathan não conseguiu evitar um suspiro: "Mulheres precisam ser conquistadas."

"Conquistadas, haha!" - Ricardo respondeu com uma ponta de sarcasmo na voz.

Nathan ficou sem palavras.

Considerando o temperamento de Sylvia, conquistá-la de fato não parecia nada fácil. Afinal, ela era conhecida por sua intransigência.

Essa era a impressão que Sylvia deixava em todos.

Poucas qualidades, mas um temperamento explosivo.

Ricardo, com um olhar penetrante, disse: "Investigue quem é o homem que tem ficado tão próximo dela ultimamente."

"O quê?" - Nathan exclamou, incrédulo.

Homem? Havia outro homem ao lado da Sra. Resende?

"Isso é impossível. A Sra. Resende está sempre sozinha, ou, no máximo, acompanhada pela Sra. Pacheco."

Nas palavras de Nathan, a descrição mais gentil de Sylvia seria: uma reclusa!

Nada lisonjeiro seria chamá-la de preguiçosa, do tipo que mal sai de casa.

Poucas habilidades, grande temperamento, e ainda assim, orgulhosa!

Uma mulher assim poderia ter um homem ao seu lado?

Se não fosse pela Família Menezes, provavelmente nem Ricardo estaria ao seu lado.

Ao ver a incredulidade de Nathan, Ricardo se tornou ainda mais ameaçador: "Eu me deparei com isso agora, como pode ser falso?"

Nathan ficou em silêncio.

Eles tinham se encontrado! Isso...

A imagem de Jeferson com aqueles olhos penetrantes e um rosto estranhamente familiar passou pela mente de Ricardo, mas ele não conseguia lembrar onde o tinha visto antes.

E havia a facilidade com que Jeferson sacou uma arma!

"Ele deve ser uma figura do submundo."

Ricardo pensou em voz alta.

Ele estava determinado a descobrir quem era esse homem. Afinal, quem mais na Cidade Orozco poderia ser uma figura dessas?

Não importava quem fosse, Ricardo estava disposto a enfrentá-lo.

A menção a uma "figura do submundo" só aumentou a perplexidade de Nathan.

Não fazia sentido! Com o temperamento de Sylvia, não parecia possível que ela se envolvesse com alguém do submundo.

...

Enquanto do lado de baixo, Ricardo estava furioso.

Do lado de cima, depois de toda aquela confusão, Sylvia perdeu completamente o sono, especialmente com a presença ameaçadora de Jeferson.

"De qualquer forma, eu já te expliquei o motivo de ter ficado noiva do Ricardo. Só não saia matando pessoas, por favor."

Ter inimigos e buscar vingança é uma coisa, mas tirar a vida de alguém era algo totalmente diferente.

Mesmo após tantos anos ao lado de Jeferson, ela ainda temia que suas mãos se manchassem de sangue.

Ele percebeu a tensão que ela tentava esconder.

Jeferson sabia que aquele acontecimento do passado tinha deixado uma cicatriz profunda em seu coração.

Caso contrário, ela nunca teria se curvado tão facilmente às ameaças da Família Franco.

Pensando nisso, Jeferson sentiu um certo peso ao perceber o medo que ela carregava por dentro.

O frio em seus lábios foi se dissipando, dando lugar a um toque de ternura fraternal.

"Tudo bem. Vamos fazer do jeito da Sylvia… ser um bom cidadão?"

Sylvia não estava muito convencida.

Jeferson passou a mão pelos seus cabelos macios: "Vai dormir mais um pouco?"

Sylvia balançou a cabeça.

Como ela poderia dormir?

Depois de passar por tantas coisas, ela nem sentia mais sono.

Jeferson, percebendo a inquietação dela, sugeriu: "Se não está com sono, então vamos!"

"Vamos? Para onde?"

Sylvia olhou instintivamente pela janela, notando que estava escuro do lado de fora. Depois, olhou para o relógio na parede: seis horas!

Na Cidade Orozco, o amanhecer chegava sempre mais tarde.