Acordo Desfeito com O CEO romance Capítulo 18

Parte 1...

— Onde você vai? - Igor perguntou.

Ela levantou apressada, pegando a camisola jogada no chão.

Aline queria falar, mas nada saía. Sua garganta até ardia com a acidez que subiu de vez ao entender que havia muito mais nesse acordo do que Alana a tinha feito acreditar. E era muito mais sério do que apenas uma mentira para agradar.

Ele não mentiria sobre algo sério assim, mas com certeza Alana o faria. Começou a sentir um suor frio que lhe arrepiou as costas e saiu rápido de volta ao quarto.

Ela não seria capaz de fazer tal coisa. Era absurdo demais crer que Alana, sua única irmã, fosse tão mau caráter a esse ponto. Precisava falar urgente com a irmã, não dava para adiar mais. Tinha caído de paraquedas em uma grande armação perversa.

Um medo estranho passou por sua cabeça.

E se ele cobrasse o dinheiro de volta agora que não teria um filho envolvido? E se quisesse abusar dela para que cumprisse esse acordo? Afinal, ela nada sabia mesmo dele, ainda estava no início da descoberta.

Tinha aceitado a palavra de Alana e agora mais uma vez se sentia idiota. Mais uma decepção em sua vida causada pela irmã. Só que dessa vez uma em alto nível e de difícil resolução.

Depois de muito pensar e se coçar de ansiedade, resolveu falar a verdade para ele, mesmo com medo do que poderia acontecer. Mas antes ligou para a irmã em busca de ajuda e só caía na caixa postal.

Depois de cinco tentativas, ela desistiu. Estava com as mãos frias e tremendo um pouco. Talvez sua pressão tivesse baixado com o susto da descoberta de que havia uma criança envolvida nisso.

Andou de um lado para outro apressada, tentando pensar em como começar a explicar. Se encheu de coragem e voltou ao quarto dele. Igor estava quase dormindo.

— E-eu... Preciso falar com você – sua voz um pouco trêmula. Ele sentou olhando-a contrariado — É importante.

— Estou com sono, Aline. Amanhã falamos.

— Não! – ela apertou os dedos nervosa — Tem que ser agora – antes que a coragem sumisse — Eu... Eu não sabia dessa parte do acordo... Sobre filhos.

— Um filho... Filha, seja o que for – ele disse frio — E se leu e assinou o contrato, como pode me dizer que não sabia? O que está fazendo? Que conversa é essa? - fechou o semblante — Meu advogado explicou muito bem em detalhes. Não se faça de boba.

— Eu... - engoliu pesado — Realmente não sabia...

Igor levantou e foi até o closet vestir algo. Depois do barulho de portas e gavetas batendo ele retornou. Aline engoliu seco de novo e sabia que sua garganta ficaria dolorida devido o nervosismo.

Estava começando a desistir de contar a verdade, mas agora já era. A expressão no rosto dele era fria e a olhava feio. Parecia que iria pular em cima dela a qualquer momento, o que a deixava mais nervosa.

Estava em outro país com um homem estranho, em seu quarto. Qualquer coisa poderia acontecer ali e ninguém saberia. Ela não parou para analisar direito antes de se deixar levar e dizer que faria isso para a irmã.

— Comece a falar logo – cruzou os braços — Não me deixe esperar mais.

Ela sentiu vontade de sair correndo, mas respirou fundo e começou.

— Eu... Eu não assinei nada... Foi... Minha irmã – apertou os lábios, com um pouco de receio e vergonha — Ela usou meus dados... Se passou por mim e...

Igor ficou incrédulo. Até a cor sumiu do rosto. Ele ergueu as sobrancelhas espantado com o que ela falava.

— Espere... - ergueu a mão direita — Você está me dizendo que não foi a mulher escolhida por meu advogado? – seu rosto mostrava irritação — Que houve uma troca? Que palhaçada é essa? - falou alto.

— Isso é uma fraude premeditada. As duas podem ir para a cadeia - ele gesticulava nervoso — Eu tenho todo direito de pedir sua prisão.

Aline ficou pálida e sentiu um calafrio correr por seu corpo. Estava acontecendo o que ela temia.

— Comece a falar os detalhes – ele deu um passo à frente — Quero saber tudo. É melhor ter uma boa explicação ou não vai gostar do que vou fazer.

Ela contou tudo exatamente como havia acontecido, assim como a própria irmã havia lhe passado sobre o acordo com o advogado. Não queria e nem podia mentir para ele agora ou a confusão seria bem maior. Porém, não foi fácil.

Aline sentia as pernas bambas e uma vontade grande de chorar, mas estava conseguindo se segurar por enquanto.

Igor sentiu uma vontade enorme de bater nela por toda a sujeira, mas jamais agredira uma mulher na vida e não começaria agora. E a cara dela parecia que estava prestes a chorar, talvez até desmaiar. Estava muito pálida enquanto falava.

Apesar de tudo o que lhe contara, ela tinha sido corajosa em revelar a verdade e isso era um ponto positivo. E ainda era sua mulher agora. Estavam mesmo casados e não sairia dessa sem uma vantagem.

No mínimo ela teria algum ganho se abrisse a boca sobre o ocorrido, mesmo isso estando no contrato. Pegou o celular e mandou que o chefe de segurança viesse imediatamente. Não poderia dar a ela a chance de fugir. Tinha que passar algumas ordens para ele.

— Você fica aqui – disse frio — Não se me mexa e nem pense em ligar para a safada da sua irmã.

Aline ficou sem reação. Odiava xingamentos, mas agora até ela queria soltar um palavrão bem grande para aliviar seu estresse.

Igor desceu apressado e foi falar com Samuel. Passou várias instruções para ele, mandou gravar todas as ligações que ela fizesse, pediu um relatório sobre Aline e a família, que fosse falar com o advogado também.

Mandou que ela fosse vigiada dia e noite, o tempo todo. Samuel saiu para começar o serviço imediatamente.