Amaldiçoado romance Capítulo 66

Alexandre Monte Negro

Não sei o que ocorreu, só sei que minha vista escureceu e não me recordo de absolutamente nada nessa desgraça!

cai duro no chão igual uma tora de maneira podre!

__ acho que ele está despertando!

Ouço a voz da nanica de longe também ouço uns sons esquisitos de bebê,

Dou um salto do leito, minha cabeça latejando mais não me importo com nada nesse inferno, começo a recordar que minha mulher estava em trabalho de parto, olho a nanica sentada no leito e ela parece está bem, ainda meio grogue caminho até ela, e fico me recordando de um sonho engraçado que tive quando cair duro no chão, na verdade o sonho que tive era assustador, um pesadelo, sonhei que era pai de duas meninas.

__ Kassandra eu tive um sonho pavoroso, sonhei que você tinha parido duas meninas, sendo que eu só faço filho homem! Cadê nosso filho, nosso pequeno Alexandre? Pensando bem se tiver puxando ao pai não vai ter nada de pequeno!

A nanica me olha de um jeito estranho que sinto minha espinha gelar, não estou com um bom pressentimento nessa desgraça.

__ ursinho, o Alexandre nasceu, ele é lindo e está adormecido no seu pequeno leito, meu peito se enche de orgulho, um orgulho totalmente masculino de macho, um filho homem como sempre quis, sangue do meu sangue, carne da minha carne, meu herdeiro, minha herança!

Beijo a cabeça da minha mulher e meu peito se encher ainda mais de amor por esse pequeno anjo, nunca conheci mulher mais forte que Kassandra, tão pequena e ao mesmo tempo tão gigante!

__ obrigada anjinho, você é a mulher mais perfeita do mundo, a única!

Quando vejo o doutor me olhando de forma esquisita pela forma que falei com minha esposa me ergo fazendo a cara de bravo e terminando com toda essa melação, essas coisas de mulherzinha!

__ vou ver meu filho!

Falo dando as costas e antes que de um passo ouço a voz da nanica.

__ ursinho espere...

Novamente sinto aquela inquietação, e novamente sinto um mau pressentimento.

__ fale!

Falo rosno a olhando!

__ não tivemos só o Alexandre, tivemos outros bebês...

__ como assim? Gêmeos? São dois meninos?

__ na verdade tivemos trigêmeos!

__ porra! Três meninos machos, três cipós! Isso é maravilhoso, foda demais!

__ ursinho, tivemos duas meninas e um menino.

__ não foi um sonho?

Pergunto suando frio, minhas pernas bambeando, minhas mãos geladas, e a nainca balança a cabeça acabando de me matar de vez!

Corro até onde os bebês estão e os olhos três bebês enrolados em panos afrescalhados e fofinhos de bebês,

Primeiro olho meu filho, sei que é ele pois está enrolado num pano azul, mesmo adormecido tem uma cara de quem está zangado, muito cabeludo e com traços lindo, então meus olhos correm para o lado e parece que vou vomitar algodão doce junto com arco-íris!

Um bebê todo rosado, a primeira coisa que vejo é seus longos cílios que lhe dar um ar totalmente angelical, sua cabeleira fina e loira clara, tenho certeza que a cor do cabelo será igual ao da mãe quando estiver moça, suas bochechas salientes, tão miúda e delicada, ao seu lado está outro bebê rosado e são totalmente idênticos, duas meninas lindas e perfeitas,

sinto uma fisgada no coração eu que achava nem possuir esse órgão,

__ desgraça!

Minha paz acabou!

eu estou fodido!

não vou mais viver minha vida, minha existência agora é proteger minhas filhas de qualquer urubu, patife, pulhas, par de calças que sonhar em por os olhos nelas, sinto que não será uma tarefa fácil, mal consigo respirar!

Vou caminhando até o leito e me sento para não desabar novamente,

__ Senhora Monte Negro, não esqueça de beber bastante líquidos principalmente água, precisa produzir bastante leite para alimentar esses bebês, mesmo sendo um parto tranquilo foram três bebês então nada de esforço ou estripulia, e respeite o tempo de resguardo 45 dias.

Esse mês que passou foi o mês mais intenso da minha vida, eu vivi mais ele que minha vida inteira e ainda tive que passar tudo isso sem poder tocar na minha mulher da forma como queria!

A nanica me fez trocar fraldas e mais fraldas cheias de cocô!

__ ursinho são três bebês e você tem que me ajudar!

__ isso é tarefa de mulherzinha, você está me escravizando nessa desgraça!

Vou com minha cara feia trocar a fralda da minha filha, ela é miúda igual a mãe, quando a olho minha cara feia se dissipa no mesmo segundo, ela me dobra inteiro quando me olha com seus olhos puxados e verdes idênticos ao meu e piscava repetidas vezes com seus cílios longos me deixando dopado, a ponto da baba escorrer por minha barba.

__ quem é a ursinha mais linda nessa desgraça de mundo?

Como se entende-se ela abri a boca mostrando um sorriso banguelo e fanzedo um som indecifrável!

__ isso princesinha é você e sua irmã!

Logo eu estava sorrindo feito um maricas e trocando fraldas e mais fraldas de bosta e ainda achava cheirosa.

A nanica me surpreendeu mais uma vez, mesmo sendo tão nova, ela cuidava dos nossos filhos com tanta dedicação e amor que contagiava,

mesmo tendo a ajuda de Antônia todo tempo, ela sempre quer fazer tudo e só deixa para Antônia o que não consegue por está com um dos bebês no colo.

Uma certa noite ela caiu adormecida de cansaço e as meninas adormeceram com ela, cada uma agarrada nos peitos da Kassandra iguais a duas cabritas, Alexandre estava desperto e eu o peguei no colo e me sentei com ele numa poltrona do quarto.

Alexandre II tem uma cara séria, um vinco formado entre suas sobrancelhas emoldurando seu rosto delicado de bebê.

Você vai ajudar o papai a cuidar das suas irmãs, não pode deixar os garotos se aproximarem, juntos vamos colocar todos para correr debaixo de bala!

Ele parece entender e fecha ainda mais a cara aumentando a linha de expressão no meio da testa.

Alexandre não demora e logo adormece suavizando sua expressão de bebê.

Aqui acaba de nascer uma amizade e um companheirismo que vai durar por toda uma vida.

7 anos depois

Kassandra Monte Negro

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