Eu me chamo Cristina, mas todos me chamam de Cris.
Eu tenho 25 anos, sou ruiva, altura mediana e olhos castanhos claros.
Eu tinha apenas 22 anos quando conheci a Dandara, e ele me chamou pra trabalhar na pousada dela.
Eu estava na pior, e foi ela que me ajudou a sair dos problemas financeiros em que eu me encontrava.
O Dilan, o irmão dela, passava pela pousada todos os dias, pra ver o pai dele e a Dandara, e com a frequência que isso acontecia, começamos a nos aproximar.
Durante o primeiro ano, eu e ele alimentamos uma amizade bem legal, saímos juntos, mas nunca passou disso, até que eu comecei a desenvolver um sentimento por ele além da amizade.
Um dia, decidi revelar esses sentimentos e o pedi pra dar uma chance pra gente, afinal todo o amor é construído através da amizade.
Apesar dele falar que tinha alguns bloqueios, deixamos rolar, dávamos um passo por vez, e tudo começou a ficar mais sério, passamos a nos encontrar com mais frequência, ele passou a dormir algumas vezes na minha casa, o sexo era bom e envolvente, e o meu sentimento por ele foi evoluindo.
O Dilan sempre foi um cara incrível pra mim, um verdadeiro cavalheiro, carinhoso e companheiro.
Com o passar do tempo, eu comecei a desejar mais, a sonhar em ter uma família, a ter filhos, ter uma base forte e sólida, pois eu nunca tive isso, pois morei até os meus 18 anos em um orfanato, e eu não queria passar a vida sozinha, queria e ainda quero amar os meus filhos como eu nunca fui amada antes.
A pessoa mais próxima de uma família é a Dandara, que se tornou a minha melhor amiga.
Quando passei a dividir os meus planos com o Dilan, ele não reagiu muito bem.
Sempre ficava inventando desculpas e falando que esses não eram os planos dele.
Comecei a estranhar algumas atitudes dele, por exemplo, sempre que discutíamos sobre isso, ele tirava um lenço do bolso, e ficava apertando e olhando pro lenço.
Quando ele fazia isso, ele simplesmente parava de me responder, como se a mente dele estivesse em outro lugar.
De início pensei que fosse apenas uma atitude involuntária, mas depois vi que era uma atitude que acontecia com bastante frequência.
Sempre tenho o costume de conversar com a Dandara sobre diversos assuntos, e em uma dessas conversas, essa atitude especifica do Dilan entrou em pauta.
Foi nesse exato momento que ela fez uma revelação que mudou todo o rumo das coisas.
Ela me disse que o paninho em questão, era de um amor de infância do Dilan.
Ao perceber que eu não tinha conhecimento dessa história, ela tentou desviar o assunto, mas eu não deixei ela fugir e fiz ela me contar tudo.
Eu senti o meu mundo desabar, pois eu já estava completamente apaixonada pelo Dilan, e eu pensei que com o tempo ele iria mudar de ideia e querer construir uma família comigo, mas depois de saber da história dele com essa mulher, eu vi que eu não tinha nenhuma chance.
Eu senti uma mistura de raiva, tristeza e decepção.
Ele teve todas as oportunidades do mundo de me falar sobre ela, mas não me falou.
Ele nunca se permitiu amar ninguém, por acreditar cegamente que um dia ele a encontraria.
Quando ele me falou que tinha alguns bloqueios, eu jamais imaginei que eram bloqueios que ele mesmo determinou pra vida dele, afinal a decisão de amar alguém ou não sempre foi dele, mas ele nunca deu abertura pra ninguém fazer morada no coração dele.
Senti que eu estava enxugando gelo, investindo em um relacionamento que não teria um futuro, então eu decidi terminar.
Eu sofri, chorei, fiquei depressiva e até hoje, tento a todo custo me curar dessa dor que o Dilan me causou.
Nosso relacionamento já ia fazer dois anos, então foram dois anos de pura perda de tempo.
A Dandara na tentativa de me animar, passou a me falar que isso era loucura do Dilan e um dia ele iria se dar conta que a tal mulher não iria voltar, afinal, quem em sã consciência acreditaria em uma promessa que foi feita quando ainda se era criança?
Na cabeça da Dandara, essa mulher nem lembrava mais disso.
Por um momento, tentei me agarrar nessa pontinha de esperança, talvez um dia ao ver que ela realmente não iria voltar, ele pudesse olhar pra mim como um recomeço pra ele, mas apesar de me agarrar a isso, ainda era difícil ter que encará-lo todos os dias.
Era doloroso ter que vê-lo todos os dias, e não poder chamá-lo de meu.
Então eu o ignorava pra não precisar sofrer.
Eu estava me curando, pelo menos eu achava, até uma hóspede aparecer na pousada com a ajuda de um amigo nosso.
Ela era simpática, um sorriso genuíno, um olhar meigo, cabelos castanhos e ondulados, e muito bem feita.
Ela tinha uma simplicidade no jeito de ser, além de ser super educada.
Ela queria um quarto, e até então eu achava que era uma hóspede como outra qualquer, mas quando ela falou o nome dela, eu senti o meu coração perder algumas batidas.
Qual a probabilidade de uma pessoa com o nome dela aparecer na pousada? logo o mesmo nome do amor de infância do Dilan?
Eu não consegui esconder a minha insegurança e a olhei com desconfiaça, e torci muito pra ser apenas uma coincidência.
Fiz o cadastro dela e perguntei quantos dias ela ficaria e ela disse que não sabia.
O que me deixou um pouco atordoada, pois se ela não sabia quantos dias ficaria , se fosse a mesma pessoa que o Dilan esperava, eu teria grandes problemas pela frente, e a minha esperança de tê-lo de volta iria por água abaixo.
A Dandara chegou, e a levou pro quarto, ela não percebeu os meus olhares em direção a ela, tentando me comunicar a respeito da hóspede.
Mas quando a Dandara retornou a recepção, o olhar dela já era outro.
Ela estava tão atordoada quanto eu.
Dandara: Cris, você não acha que essa Kyra é a mesma do Dilan né? porque se for, ele vai enlouquecer.
Senti os meus olhos encherem de lágrimas, mas consegui manter o meu controle emocional.
- Amiga, eu realmente espero que não seja ela, eu não tenho como competir com essa garota, você viu o jeito dela? ela não tem nenhum defeito Dandara.
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