Amor além do tempo romance Capítulo 15

Eu sei que fui covarde ao escolher não abrir a porta pra Cris, eu sempre fui assim, sempre tive medo do que as pessoas pensavam ao meu respeito ou o que eu as fazia sentir.

Eu sabia que o Dilan tinha razão, as coisas ficaram um pouco mais sérias agora.

Mas revelar isso assim pra Cris seria muito pesado pra ela.

O fato de eu ter transado com o Dilan, não fazia de nós um casal.

Mas também nada seria como antes.

Eu estava me sentindo mais viva do que nunca, sentindo coisas novas da qual eu nunca senti com ninguém, e eu não queria que o Dilan pensasse que tudo foi só sexo pra mim, pois não foi, e nem foi isso que eu quis dizer.

Mostrar as minhas emoções assim, tão explicitamente não é algo fácil pra mim, e eu acho que estamos indo rápido de mais pra uma direção incerta.

Eu nunca precisei lutar por ninguém na minha vida, nunca precisei competir com outra mulher pelo amor de um homem, e eu não queria fazer isso, nem se esse homem fosse o Dilan.

Ver o sofrimento de alguém não é algo que me faça bem, eu me senti uma impostora, uma intrusa.

Eu não me arrependo de nada que fiz com o Dilan, mas só em pensar na Cris chorando, já me bate um desespero.

Comecei a chorar por pensar nisso, e o Dilan me consolou, deixando claro que isso não é algo da qual tenho culpa, que eu não posso ficar buscando aprovação da Cris pra uma história como a nossa.

Mas porquê eu continuo me sentindo culpada?

Quando o Dilan falou que precisava ir pra casa, voltei a me desesperar, pois quando a Cris o visse passando, ela saberia que a gente estava dentro do quarto enquanto ela batia.

Eu queria que o Dilan não fizesse isso, era insensível e cruel fazê-la se sentir assim, tão rejeitada, talvez até trocada, mas o Dilan não quer esconder nada dela e nem de ninguém.

Eu não quis ir com ele, eu não queria ter que olhá-la depois de a tê-la ignorado.

Ele me beijou e saiu com a promessa de vim me buscar no dia seguinte.

Quando ele saiu, olhei pra bagunça da cama, e senti aquele frio familiar na barriga.

Ele me tocou com tanta devoção e ao mesmo tempo com tanto desejo, que era impossível não pensar no toque dele sem sentir vontade de tê-lo dentro de mim novamente.

Olhei no relógio e vi que já tinha passado o horário do almoço.

- Eu estou me alimentando muito mau, desde que cheguei aqui que não almoço, eu tenho que organizar as minhas refeições e proucurar um lugar bom e barato pra eu comer. Falei pra mim mesma enquanto ajeitava a cama.

Se não fosse o jantar que a Dandara me serviu na noite anterior, eu estava me sustentando apenas com os lanches.

O pior era que a minha barriga já está doendo de fome, mas eu não queria sair e ter que encarar a Cris.

Fui tomar um banho, coloquei uma roupa e deitei na cama, esperando as horas passarem até ser seguro eu sair sem precisar encará-la. Eu não sabia exatamente o horário de trabalho dela, mas eu achava que a noite seria um bom momento pra ir atrás de comida.

Acabei me deixando levar pelo sono.

Quando acordei, era quase 19:45.

Levarei, dei uma leve ajeitada no cabelo, peguei dinheiro e coloquei no meu bolso e saí do quarto.

- Com certeza a Cris já deve ter ido embora. Falei confiante.

Essa confiança foi por água abaixo assim que cheguei na recepção e a vi, novamente com o rosto vermelho, conversando com a Dandara.

Quando olhei nos olhos dela, eu não vi a mesma simpatia de sempre, ela estava me olhando com raiva, desprezo e eu não sabia como reagir a isso.

A Dandara falou comigo normalmente de forma amigável.

- Boa noite meninas?!

Falei indo em direção a saída, mas a Cris me interrompeu.

Cris: Você estava esse tempo todo no quarto Kyra?

- Ai meu Deus, falei pra mim mesma.

Eu lembrei do que o Dilan disse, de não precisar me esconder, então eu olhei pra ela e a respondi tentando demonstrar segurança.

- Sim, estava.

Ela deu a volta no balcão, e a Dandara tentou impedi-la, mas ela se soltou das mãos da Dandara.

Cris: E você não ouviu eu te chamar?

Perguntou ameaçadoramente.

- Sim, ouvi.

Cris: E porque você não me atendeu?

Dandara: Cris, por favor.

A Dandara ficou claramente nervosa, já eu, não estava tanto, eu não sei onde tirei tanta coragem pra respondê-la.

- Eu não sei em que momento eu passei pra você a impressão de que eu aceito qualquer coisa Cris, pois eu não aceito.

E uma dessas coisas é você me tratar como se eu fosse alguma rival sua, pois eu não sou.

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