Eu estava tão cansada, que peguei no sono muito rápido, era sempre a mesma coisa, eu dormia e acordava pensando no Dilan.
Eu ainda precisava fazer tantas coisas, dar uma volta na cidade, depois ir olhar a casa da minha mãe, ou o que restou dela.
Eu não sei se estou preparada pra entrar lá.
Olhei no relógio e já eram 16:00hrs.
Eu precisava sair pra merendar.
Assim que cheguei na recepção, eu não encontrei mais a Cris, apenas a Dandara.
Eu senti uma enorme vontade de perguntar se ela conhecia o Dilan, eu precisava buscar informações sobre ele.
Afinal, eu estava na mesma cidade que o conheci, alguém ali poderia saber onde ele estava.
- Boa tarde Dandara, onde foi servido a merenda da tarde?
Dandara: Boa tarde Kyra, deixa que eu te levo lá.
Fomos caminhando em silêncio até a parte de trás da pousada, onde tinha um espaço lindo, com mesas e cadeiras, rodeado de plantas e flores. Tudo na pousada era perfeitamente organizado.
Eu vi um senhor, colocando as bandejas com frutas, pães, bolos na mesa pras pessoas se servirem.
Eu o conhecia, eu saberia quem era ele em qualquer lugar que eu o encontrasse.
Meus olhos começaram a encher de lágrimas.
Fiquei paralisada, o observando.
Eu fiquei mais emotiva ainda, quando eu vi a Dandara o chamando de pai.
Eu não consegui segurar a minha emoção.
Aquele era o pai de Dilan, e aquela era a pequena Dandara, a irmãzinha de Dilan.
A Dandara olhou pra mim e viu as lágrimas que já estava a cair, ela fez uma cara de compaixão, como se ela soubesse exatamente o motivo das minhas lágrimas.
Ela caminhou até a mim, mas eu me levantei rápido da cadeira, tentando fugir daquela situação.
Dandara: Kyra, espera, volta aqui.
Eu dei as costas, ignorando totalmente o chamado dela.
Era por isso que ela tinha me olhado de maneira tão estranha.
E a outra mulher da recepção? quem seria ela? ela também me olhou estranhamente, mas eu não a reconheci.
Mas claramente ela também sabia quem era eu.
Saí de dentro da pousada, tentando lembrar como se chegava no pier.
Eu não sabia se ele ainda existia, mas eu precisava de um tempo sozinha, ouvindo apenas o som do mar, pra acalmar o meu coração.
Não demorou muito pra eu o encontrá-lo.
Tudo permanecia exatamente igual.
Como mesmo depois de tantos anos, eu ainda conseguia me lembrar dos detalhes desse local?
É impossível não ficar emocionada ao lembrar tudo o que esse lugar representa pra mim.
Porquê eu fugi?
Porquê eu não fiquei e perguntei pelo Dilan?
No fundo eu tive medo da resposta que eu receberia.
Eu tinha medo de saber que ele casou, que tem filhos, que foi perfeitamente capaz de seguir a vida sem mim.
Eu não poderia julgá-lo.
Quem em sã consciência levaria a serio uma promessa de criança?
O que eu falaria pra ele quando o visse?
e se a mulher dele fosse daquelas bem ciumentas que não me deixasse nem chegar perto dele?
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