Amelie
Assim que o disjuntor foi desligado, o grito mais alto: "NÃOOOOOOOOOOOOO!" veio do quarto de James. Em seguida, ouvimos a porta se abrir. Do alto da escada, ele gritou: "Quem aí está querendo morrer? Quem fez isso?" Olhei para cima e vi nosso irmãozinho, que não era mais um bebê. Era uma figura imponente, de 1,90 m, com cabelo castanho claro com reflexos cor de caramelo semelhantes aos meus. Ele também tinha os olhos azuis brilhantes de nosso pai e as maçãs do rosto salientes. Ainda era um pouco magro, pois tinha só dezessete anos e não tinha encorpado. Era possível dizer que seria mais imponente fisicamente do que o nosso pai, mas será que seria mais inteligente e estratégico? Veremos. Do jeito que as coisas se encontravam, nós estávamos ganhando, e o pequeno futuro Alfa ficando maluco. Hope e eu só podíamos nos esconder zombeteiramente.
"Ah, Hope, olha só o cachorrinho, ele parece estar bravo. Que medo!", falei rindo enquanto James vinha apressado escada a baixo. Corremos pela casa, brincando de um jeito estranho de pega-pega até nosso pai aparecer.
"Já chega", disse usando sua voz de Alfa e nos fazendo parar onde estávamos. Que injusto. "Vocês são adultos, mas ficam agindo que nem criança sempre que estão juntos. Agora parem de destruir a casa antes que a mãe de vocês grite comigo." Todos nós sabíamos quem era o verdadeiro "Alfa" da família. Nós nos contivemos, tentando ao máximo não rir.
Nosso pai apenas sacudiu a cabeça para os três adultos que sempre seriam seus bebês e disse: "A janta está pronta. Venham antes que esfrie." Ele suspirou e esperou eu me aproximar. Então, colocou o braço em volta do meu ombro e me deu um beijo na cabeça. "Como você está, criança?"
"Estou bem, pai. É bom estar em casa de novo." Ele sorriu para mim, mas pude ver um pouco de dor em seus olhos. "Juro que estou bem. Os negócios estão andando. Está tudo certo."
"Ok, menina. Entendo." E, com isso, continuamos em direção à pequena sala de jantar que era usada apenas pela família do Alfa.
Então, Inari apareceu. "Eu disse que ele já sabe. Ele consegue sentir a dor através da conexão da família. Você não pode mentir pros seus pais, precisa falar com ele."
Eu sabia que ela tinha razão, mas só queria vivenciar aquele momento de alegria sem que a vergonha e a tristeza tomassem conta de mim. "Inari, você tem razão, mas vamos esperar o fim da cerimônia. Vim aqui por causa de James. Além do mais, tenho um parceiro agora; ele não consegue mais me sentir na conexão da família como antes, você sabe." Senti Inari concordar e voltar para dentro. "Vamos correr hoje à noite. Vamos para o nosso lugar." Ela concordou, e eu entrei na sala.
Luna Celest me deu um grande abraço e um beijo na bochecha. "Oi, amor, você fez uma boa viagem?"
"Sim, eu sempre admiro as colinas e as montanhas no caminho." Eu a abraço de volta e me sento à mesa.
Me enxaguei no chuveiro e coloquei um pijama. Então, o rosto de Tate surgiu na minha mente. Me dei conta de que não tinha olhado o celular desde que tinha chegado. Pânico puro percorreu meu corpo. Não queria olhar, mas sabia que precisava. Cinco chamadas perdidas e vinte mensagens. A última me deu calafrios.
"Não responde minhas ligações e minhas mensagens há horas; haverá consequências", li em voz alta. M*rda, o que eu ia fazer?? Olhei a hora. Ainda eram dez e meia da noite, não estava tão tarde. Depressa, mandei uma mensagem para ele, esperando diminuir sua raiva.
"Oi, amor! Desculpa por responder tarde, eu estava passando tempo com o pessoal. Te ligo assim que acordar. Te amo. Boa noite." Soltei um grande suspiro e rezei para que aquilo fosse o suficiente para acalmá-lo.
Contudo, ele não respondia, e eu esperei com o coração ameaçando saltar para fora do peito, tentando pensar nas consequências que ele tinha dito até que o telefone acendeu de repente e uma mensagem surgiu na tela. "Não deixa isso acontecer de novo."
Era isso. Por enquanto, tinha evitado o desastre. Graças a Deus. Joguei o celular para o lado, murmurei baixinho de alívio e aos poucos adormeci…

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