Amor doce de Henrique romance Capítulo 335

Depois do almoço, Alice deixa Júlia no hotel e vai para o hospital.

Ela vai fazer uma visita a Cecília.

Cecília não parece nada surpresa com a chegada dela.

"Pode nos deixar a sós?" Ela diz à enfermeira.

Assim que a enfermeira sai, ela puxa o cobertor sobre a perna, sem dizer uma palavra e sem olhar para Alice.

A enfermaria está um silêncio só.

Alice olha ao redor da enfermaria e ergue os cantos da boca levemente, "É uma enfermaria VIP, o ambiente não é nada mal. Quer dizer que se tratar aqui é melhor de que em um centro de detenção, Cecília?"

Ela dá ênfase exagerada à expressão "Cecília", com a zombaria misturada à sua voz.

Cecília vira a cabeça e olha pela janela, ignorando-a.

Alice não se importa. Caminha até o parapeito da janela, depois se vira e encara Cecília.

Sem esperar que Alice fosse dar a volta até lá, Cecília parece um pouco atordoada.

Alice a encara com frieza no olhar, "Cecília, essa nem parece a senhora. Costumava falar muito quando me encontrava. Por que guarda silêncio hoje? Acaso tem medo de acabar falando demais e se expor?"

Com isso, Cecília finalmente responde com frieza, "Alice, você gosta mesmo de fazer seu achismo?"

"Meu achismo?" Alice ergue as sobrancelhas, "Seu coração é que vai dizer se estou ou não fazendo achismo."

"Pois eu não sei e nem quero saber.", responde a senhora com frieza.

Alice ri, e a conversa toma um outro rumo, "Cecília, Hanna voltou ao mundo do entretenimento. Eu realmente a admiro. Depois de tudo o que aconteceu, ela ainda tem a coragem de voltar."

Ao ouvir isso, os olhos de Cecília transbordam de malícia e frieza.

Alice caminha até a sua frente e a encara com desdém. Seu olhar intimidador é tão frio quanto uma geada no inverno.

Instintivamente, Cecília agarra o cobertor à sua perna. Há tempos ela não via a aura amedrontadora de Alice, que a surpreende cada vez mais e faz o medo surgir irrefreável em seu coração.

Basta uma frase ecoar de maneira bem nítida: "Cecília, Hanna se atreve a voltar ao mundo do entretenimento..."

Um estranho sorriso toma o canto dos lábios de Alice, "Vou mostrar a ela que a indústria do entretenimento não é um lugar de onde se possa sair e voltar com facilidade e quando desejar."

"O que você está tramando?" Cecília a encara ferozmente.

"Tramando?" Alice dá uma sonora gargalhada, "Ela já teve a reputação arruinada, por que viria a temer alguma ação de minha parte?"

"Alice, se você se atrever a fazer qualquer coisa contra Hanna, você não vai me escapar."

A ameaça chega a ser risível, e Alice não dá a mínima. Ela olha em volta e lança um olhar zombeteiro para o rosto furioso da adversária: "Cecília, sua doença é grave, e é melhor se cuidar bem. Se chegar a hora e tiver que acontecer alguma coisa com Hanna, o fato de você dizer que não vai me deixar escapar não vai fazer a menor diferença.

"Vadia!" Cecília se levanta encolerizada e ergue a mão para bater nela.

Alice agarra a mão dela com facilidade, e a pouca força que aplica já basta para deixá-la gemendo. Cecília lhe faz uma severa reprimenda: "Alice, solte-me agora mesmo!"

"A senhora já não estava nas últimas? Por que de repente esse vigor todo?" Alice ergue as sobrancelhas, "Será que não está fingindo a doença?"

Um traço de pânico percorre o rosto de Cecília, "Que asneira é essa que está dizendo?"

"Se foi asneira ou não o que eu falei, é a sua consciência que vai dizer."

Dizendo isso, Alice solta a mão de Cecília e a encara friamente, "Diga a Hanna para não ser tão confiante. Cuidado, que o excesso de confiança pode levar a um final ainda pior do que antes."

A paciente massageia o braço dolorido, e o medo toma corpo no fundo de seus olhos.

Alice mudou mesmo, e mudou de um jeito de até a assustar.

Ela disse o que precisava dizer, e não precisa mais continuar ali.

Dá uma última olhada para Cecília, vira-lhe as costas e sai sem olhar para trás.

Depois que Alice sai, Cecília sente os pés fraquejarem e desaba de costas no sofá.

O rosto segue apreensivo, e cada palavra de Alice reverbera sem cessar em sua mente. Ela não consegue evitar a preocupação por Hanna.

Será que Hanna é páreo para essa Alice atual?

……

Alice deixa o hospital e vai direto para a mansão da Família Tang.

Logo após a última assembleia geral de acionistas, Cecília foi levada pela polícia em uma investigação, e Hanna deixou a mansão da família.

Com isso, a casa está atualmente desabitada.

Alice abre a porta, e ver tanta coisa familiar provoca nela sensações complexas.

Tudo aqui foi criado pela mãe e pelo pai dela. Eles disseram que queriam lhe dar um lar aconchegante e feliz.

Quando criança, ela era ingênua a ponto de pensar que os três poderiam viver felizes para sempre.

Mas a realidade sempre mostra o peso de sua crueldade. O caso do pai, a depressão da mãe na sequência, e um lar que nasceu feliz termina arruinado.

Ela passa os dedos na sapateira do corredor, que já havia acumulado uma boa camada de poeira.

Ainda que não vá morar ali, ela precisa de alguém para fazer a limpeza com regularidade.

Enquanto pensa nisso, Alice pendura novamente o quadro de sua mãe, removido do lugar por Cecília.

Ela dá um giro no andar térreo e se prepara para subir, quando de repente a campainha toca.

Alice franze a testa. A casa está vazia, quem iria aparecer por ali?

A pessoa que tocou a campainha continua insistindo, e o som repetido faz Alice enrugar a testa ainda mais, e só lhe resta ir a passos largos em direção à porta.

Ao espiar pelo olho mágico, ela se depara com um homem de expressão grave.

Embora não o conhecesse, sente uma certa familiaridade.

Com medo de que possa ser algum criminoso, ela levanta a voz para que chegue lá fora: "Quem é?"

"Sou Lúcifer Zhao, o filho de Pedro.", responde a pessoa lá fora.

Pedro? O nome parece familiar.

Alice faz um sério esforço para se lembrar de onde havia ouvido aquele nome.

Sem obter resposta do lado de dentro, o homem continua: "Sou o filho do empregado que vocês contrataram."

Empregado? Esse seria Pedro Zhao.

Alice enruga o rosto de espanto, e logo abre a porta sem dizer nada.

Lúcifer se alegra ao ver a porta aberta. E assim que vê Alice, já vai perguntando: "Olá, meu pai está aí?"

"Seu pai não havia ido para casa há muito tempo?" Pelo menos foi o que Cecília disse a ela.

"Não, meu pai nem apareceu em casa." Ao perceber que o pai não está ali, Lúcifer entra em pânico.

"Não pode ser." Alice enruga a testa. Será que Cecília a enganou?

Mas, se Cecília mentiu e Pedro não foi para casa, então que fim levou ele?

Vendo o rosto confuso de quem não consegue entender, Lúcifer pergunta, ansioso: "É a Srta. Alice?"

Alice acena com a cabeça, "Sim, sou eu."

Ouvindo a resposta afirmativa, Lúcifer continua: "Senhorita Alice, eu não consigo contato com meu pai há bastante tempo. Fiquei com medo de que pudesse ter acontecido alguma coisa com ele, então vim aqui direto da minha cidade natal. Já toquei a campainha várias vezes, mas ninguém nunca abria a porta. Mesmo assim, continuei vindo todos os dias. Tinha medo de vocês voltarem para cá em um dia em que eu não viesse e eu acabar perdendo a chance de ter notícias do meu pai."

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