Amor doce de Henrique romance Capítulo 337

Alice e Lúcifer saem do hospital direto para a delegacia.

A polícia coleta o depoimento deles e logo dá início a uma investigação de desaparecimento.

Mesmo sem encontrar o pai, Lúcifer manifesta toda sua gratidão a Alice.

Sabendo que o sumiço de Pedro está relacionado à sua história, a demonstração de gratidão a faz se sentir profundamente culpada.

Ela se despede dele ainda na delegacia e vai direto para casa. A ideia é descansar um pouco antes do jantar. Ela não imaginava que Júlia também estaria lá.

E veio de mala e cuia.

Alice olha para a mala ao lado de Júlia, e depois para o rosto dela, e torce ligeiramente as sobrancelhas, "Júlia, você está..."

"Vou morar aqui por uns tempos", ela responde com um sorriso.

Alice franze a testa, surpresa, "Morar por uns tempos? Henrique concordou?"

Júlia balança a cabeça: "Henrique ainda não sabe, mas..."

Ela ergue as sobrancelhas para Alice, "Mas se a cunhada concordar, então está tudo certo."

Alice não diz nada.

É claro que ela não concorda. É o lar deles, de Alice e Henrique, e ela não ficaria nada à vontade em abrigar aquele perigo em potencial.

Ela diz, "Sinto muito, Júlia, não posso decidir por minha conta. Você vai ter que perguntar a Henrique."

Ao empurrar o problema para Henrique, ela acredita que o resultado será satisfatório.

Ouvindo essas palavras, Júlia desaba e ainda faz beicinho: "Cunhada, você não é receptiva comigo."

Alice sorri: "Por que não sou receptiva? Só não posso decidir sozinha. Você vai ter que obter o consentimento de Henrique."

Júlia faz um muxoxo, "Tudo bem, então. Vou ligar e perguntar a Henrique."

Dizendo isso, ela retira o telefone da bolsa e disca na frente de Alice, que dá um sorriso, vira as costas e vai se sentar no sofá da sala.

Assim que se senta, escuta a voz de Júlia.

"Alô, Henrique."

Ela se vira e pousa o olhar na moça que fala ao telefone.

"Henrique, quero passar um tempo aqui na sua casa, pode ser?"

"Por que não posso?"

Henrique deve ter recusado. Só de ouvi-la, já subiu o tom de voz.

Alice torce os lábios. Afinal, como Henrique poderia querer que alguém perturbasse a sua vida a dois?

Mas Júlia é alguém que não desiste facilmente.

"Henrique, se você não concordar que eu venha morar aqui, eu volto para a capital e peço ao tio Valdir para marcar logo o nosso casamento."

É uma ameaça bem direta.

Alice ergue a testa e encara os olhos de Júlia com uma pitada de frieza. Fazer uma chantagem dessas com Henrique? Está na cara que não é uma pessoa de bom coração.

Aí é que ela não pode vir morar aqui mesmo.

Júlia usa Valdir como fichas de negociação, achando que isso tornaria Henrique mais ou menos escrupuloso e a deixaria morar ali.

Mas quem imagina...

"Júlia, aquele velhote não representa nada para mim. Por isso, não adianta usá-lo para me ameaçar."

E, antes que ela possa dizer qualquer coisa, o telefone é desligado.

Seus grandes e belos olhos estão incrédulos. Ela agarra o telefone com tamanha força, mas nem percebe a dor nas mãos.

Apesar de prever o resultado, Alice se alegra em segredo ao ver a expressão frustrada de Júlia.

Ela tosse levemente e pergunta, preocupada: "Júlia, qual é o problema? Que cara de desgosto é essa?"

Júlia ergue os olhos ligeiramente sombrios para encará-la.

A preocupação fingida lhe dá repulsa. Ela deve estar muito satisfeita em saber que Júlia foi rejeitada pelo irmão.

Não fosse por Alice, Henrique acabaria se casando com ela, Júlia.

É tudo culpa dela!

Um lampejo de ódio perpassa seus olhos. Júlia respira fundo, disfarça a escuridão no olhar e sorri de canto, desamparada, "Cunhada, meu irmão não me deixou morar aqui."

Alice franze os lábios e procura acalmá-la: "Está tudo bem. Ele pode não deixar você morar aqui, mas você ainda pode vir sempre que quiser."

Júlia responde com um débil sorriso, "Obrigada, cunhada."

Alice é gentil: "Não precisa me agradecer. Afinal, você é a irmã mais nova de Henrique. Ainda que não sejam de sangue, ele a trata como se fosse. Não fique zangada com ele."

Júlia não é nenhuma idiota, como ela não poderia entender o que Alice significa?

Irmã mais nova? Ela sorri por dentro, com desprezo. Alice está tentando mostrá-la o seu lugar?

"Você se preocupa muito. Eu e Henrique brincávamos juntos desde pequenos. É um sentimento ainda mais profundo do que você possa imaginar. Como eu poderia ter raiva do meu irmão?" Ela sorri, mas quem olhasse mais de perto veria a tristeza brilhando no fundo de seus olhos.

"É mesmo? Então posso ficar tranquila." Ainda que conservando um sorriso gentil, o sentimento dela é de puro escárnio.

Por mais profundo que seja esse afeto, Henrique a trata apenas como a uma irmã mais nova.

As duas mulheres ficam em silêncio por um momento. Então Júlia segura a alça da mala e diz a Alice: "Cunhada, já que meu irmão não me permitiu morando aqui, vou voltar para o hotel. "

"Está quase na hora do jantar. Jante primeiro, depois você vai." Alice se levanta para detê-la.

Júlia sorri, sacudindo a cabeça: "Não precisa. Eu janto no hotel mesmo."

Como está apenas fingindo querer que ela ficasse, Alice não renova o convite: "Tudo bem, mas tome cuidado no caminho."

"Tchauzinho, cunhada."

Júlia dá um leve aceno com a cabeça, e então se vira e sai arrastando a mala.

Enquanto a observa indo embora pelas costas, o sorriso nos lábios de Alice desaparece lentamente.

Para falar a verdade, se Júlia não sentisse mais por Henrique do que apenas um amor entre irmãos, elas bem que poderiam ser amigas.

Alice dá um leve suspiro, volta a se sentar no sofá, repousa a cabeça e contempla o teto perdida em devaneios.

São tantos problemas a deixar sua mente caótica que ela só quer ficar assim, parada, tentando não pensar em nada.

Ao voltar para casa e se deparar com aquela cena, Henrique cai na gargalhada.

Ele anda até ela, nota seus olhos fechados e se pergunta se ela não estaria dormindo.

Então ele a chama bem baixinho, "Licinha."

Ela, que viajava no vazio de seus pensamentos, ouve aquele ruído e arregala os olhos, surpresa, então encontra um par de olhos negros emoldurados em um sorriso.

Atordoada, logo reage, curvando os lábios para dizer, "Você chegou, Henrique."

"Sim, cheguei", ele diz, baixinho, enquanto ergue a mão gentilmente para acariciar o cabelo solto dela.

"O que está fazendo?" Ele pergunta.

"Estou...descansando de olhos fechados." Alice sorri, ajeita-se no sofá e continua: "Estava meio cansada, então resolvi tomar descanso."

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