Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 59

Olhando para as duas pilhas de dinheiro, eu balancei minha cabeça. "Gina, você é mesmo surpreendente! Então você já tinha esse dinheiro preparado em montinhos para que pudesse armar para mim quando surgisse uma oportunidade?".

Gina ficou lívida quando me ouviu chamá-la pelo primeiro nome.

Paft! Antes que eu pudesse reagir, Jeremy se aproximou de mim, com a mão erguida, e me deu um tapa na cara!

O tapa foi tão forte que a minha visão ficou turva e meus ouvidos zumbiram.

Não satisfeito, Jeremy me repreendeu, exasperado: "Nós demos você à luz. E a criamos por três anos. E agora você rouba nosso dinheiro! Como ousa nos chamar dessa forma?".

"Charlotte!" Fingindo preocupação, Caroline se aproximou para me abraçar e disse a Jeremy: "Papai, a Charlotte agora tem ficha criminal. Não é fácil para ela encontrar um emprego. Ela não vai conseguir entrevista em nenhuma empresa. Então, com certeza, ela fez isso por desespero".

Eu ri com desdém e afastei Caroline. "Pare de ser fingida!"

"Charlotte…"

"Olha só! Você a defende e ela nem leva em consideração a sua bondade. Ela é mesmo muito ingrata!"

Gina puxou Caroline para o lado dela.

"É isso mesmo. Você…"

"Basta!"

Quando Jeremy ergueu a mão, com a intenção de me bater novamente, Rosy, que estava sentada ao lado, finalmente se manifestou.

Ela acenou para mim e disse, gentilmente: "Venha, Charlotte, sente-se aqui comigo".

"Mãe, não se deixe enganar por ela de novo!"

Vendo que eles estavam fazendo um estardalhaço há tanto tempo e que, mesmo assim, Rosy não tinha mudado de atitude em relação a mim, Jeremy ficou tão bravo que as veias de sua testa saltaram.

Assim que Rosy me chamou, sentei-me no sofá ao lado dela.

Ela tocou meu rosto e perguntou, preocupada: "Está doendo?".

Eu assenti com a cabeça e perguntei a ela: "Vovó, você acredita em mim?".

Naquela família, Rosy era a única pessoa que eu considerava minha parente.

"Você é a minha neta. Como é que eu não acreditaria em você?"

Ao dizer isso, ela segurou minha mão e a acariciou.

Ela estava me tratando igual a antes. Parecia que nada havia acontecido.

Vendo aquela atitude, Gina ficou nervosa e disse: "Mãe, você por acaso se esqueceu de como ela armou para a Caroline várias vezes? Nós temos provas concretas do que ela fez!"

"Mamãe, esqueça isso…"

Caroline segurou a mão de Gina, confortando-a. Mas seus olhos estavam um pouco vermelhos.

Conforme o tempo passava, ela estava ficando cada vez melhor no seu papel de atriz.

"Parem com isso. Faz muito tempo que eu não vejo a Charlotte e quero ter uma boa conversa com ela. Vocês podem voltar para casa."

Assim, Rosy imediatamente ordenou que eles fossem embora.

Gina e Jeremy ficaram perplexos. Principalmente Gina, que me olhava fixamente, como se quisesse me engolir viva.

Eles ainda murmuraram mais algumas coisas, mas Rosy não mudou de ideia e pediu que Diane os acompanhasse até a porta.

Depois que eles foram embora, Rosy me puxou e disse: "Charlotte, eles esconderam tudo tão bem de mim. Eu não sabia nem que você tinha ido para a prisão. Você foi injustiçada".

Enquanto ela falava, seus olhos foram ficando vermelhos.

Eu acreditava que Rosy me amava genuinamente.

Peguei o braço de Rosy e encostei minha cabeça em seu ombro. Em seguida, eu disse: "Isso tudo já passou, vovó. Vou fazer o possível para começar uma nova vida. É só que…" Fiz uma pausa e depois continuei: "Fui enganada e injustiçada".

Eu tinha que contar a ela o que tinha acontecido.

"Eu sei, eu sei. Se eu soubesse disso tudo antes, nunca permitiria que você fosse para a cadeia! É tudo culpa minha. Como eu não dou muita atenção para o que ocorre do lado de fora de casa, eu não fiquei sabendo de nada…".

Rosy me deu um tapinha no ombro.

Eu podia sentir, pelo seu tom de voz, um sentimento de culpa.

Nós conversamos muito. Ela me perguntou sobre o meu trabalho e eu contei a ela dos projetos que estava desenvolvendo na empresa de Seth.

Ficamos conversando até a noite.

Rosy me pediu que ficasse para o jantar. Durante a refeição, ela me perguntou: "Já que você não vai voltar, precisa contar sobre isso ao neto de Ned?".

"Bem…" A pergunta dela me deixou pensativa por um momento. Mesmo assim, optei por mentir: "Não preciso. Ele tem viajado muito a negócios ultimamente".

Rosy olhou para mim e não respondeu nada.

No entanto, depois que terminamos de jantar, ela me disse: "Na verdade, eu sei de tudo sobre o neto de Ned e Caroline. Embora Caroline seja espertinha, ela não consegue fazer tudo de maneira perfeita. Isso foi tudo obra do neto dele, não é?".

"Vovó, não…"

Eu não queria que Rosy se preocupasse com o meu casamento.

Mas eu não esperava que ela investigasse e descobrisse todas essas coisas depois de saber que algo havia acontecido comigo.

Depois que expliquei a ela sobre o que tinha acontecido, Rosy balançou a cabeça e disse: "O Ned pode não acreditar em você, mas você é minha neta. Eu a conheço muito bem e acredito em tudo que você diz".

Então, ela tirou do armário uma pasta de arquivo e uma chave. Em seguida, ela me entregou a chave e disse: "Depois do que aconteceu da última vez, eu achei melhor não ficar guardando o seu bônus das ações. Pensando que você tinha ido estudar no exterior e, sem saber quando voltaria, comprei uma casa com o seu dinheiro, para evitar que se desvalorizasse. Então, você pode ir morar lá, e não precisa mais ficar na casa do neto de Ned".

"Vovó, você não precisa fazer isso. Eu…"

"Pegue a chave. Você é minha neta. Nossa família Archer pode não ser tão poderosa quanto a família Cowell, mas pelo menos você não precisa continuar vivendo às custas de outra pessoa!"

Sabendo que eu iria recusar, Rosy colocou a chave na minha mão.

Em seguida, ela tirou um cartão de banco da bolsa e me deu, dizendo que o resto do bônus das minhas ações estava no cartão.

Eu recusei algumas vezes, mas Rosy insistiu que eu ficasse com o cartão.

Naquele dia, fiquei na casa da vovó Rosy até as dez da noite.

Quando eu estava prestes a ir embora, Rosy pediu à empregada que pegasse uma caixa do armazém e me entregasse.

Assim que abri a caixa, vi que o computador que usei na faculdade estava lá dentro.

Na caixa havia também alguns álbuns.

Ela disse que, quando viu Jeremy jogando minhas coisas fora, pediu aos empregados da família Archer que guardassem o que era meu. Pensando que essas coisas poderiam ser úteis para mim um dia, ela as guardou para mim.

Fiquei muito grata a Rosy.

Ao mesmo tempo, só então eu soube que ela tinha alguém infiltrado entre os empregados da família Archer, uma pessoa que poderia ficar de olho no que estava acontecendo por lá.

Fui embora com a caixa nas mãos.

Assim que cheguei em casa, tentei ligar o computador, mas ele parecia estar quebrado.

Desolada, deixei o computador da lado.

Quando chegou o final de semana, recebi um telefonema de Rosy, pedindo-me que me mudasse para a casa nova.

Eu não tinha muitas coisas para levar, então empacotei minhas roupas, meu computador e meu tablet. Em seguida, abri a certidão de registro do imóvel. Quando vi o endereço da casa, fiquei de queixo caído.

Unidade nº 1, Cidade Y.

Se alguém quisesse saber qual o bairro residencial da cidade Y mais bem localizado e mais caro, descobriria que era a Unidade nº 1.

……

A Unidade nº 1 era um bairro cercado de água por todos os lados. E a gestão de suas propriedades era de primeira classe.

Se não fosse pelo meu nome na certidão de registro, eu teria pensado que Rosy tinha me dado o documento errado.

Depois que peguei um táxi até a entrada do bairro, um segurança me olhou de cima a baixo e me mandou embora, de forma muito grosseira. "Vá embora. Não é permitido entregar folhetos por aqui."

Então, eu me apressei para explicar: "Eu sou a proprietária de um dos imóveis. Estou me mudando hoje".

……

"Proprietária? Então qual é o endereço da sua casa?" Em um bairro residencial tão sofisticado, até mesmo os seguranças eram arrogantes e julgavam os outros pela aparência.

Ele olhou para mim fixamente, parecendo ter certeza de que eu estava lá apenas para entregar folhetos de propaganda. Além disso, ele tinha uma expressão prepotente em seu rosto, como se fosse me desmascarar.

Quando eu estava prestes a colocar minhas malas no chão para mostrar a ele a certidão de registro da minha casa, ouvi uma voz gentil e firme atrás de mim, dizendo: "Eu posso garantir que ela é a dona".

Eu me virei e olhei para a pessoa que estava de pé atrás de mim, e ela me parecia um pouco familiar…

Logo me lembrei de quem era. Embora estivesse muito relutante em chamá-lo desta forma, eu disse: "Tio!".

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor Pós-Divórcio