Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 60

A pessoa atrás de mim era ninguém menos que o tio de Patrick, aquele que eu tinha visto na casa de Ned quando conversava com Caroline no jardim.

Quando o segurança o viu, ele imediatamente se endireitou e disse, demonstrando respeito: "Sr. Cowell, não sabia que o senhor conhecia esta senhora. Peço desculpas".

Depois disso, o segurança também se desculpou comigo.

O tio mais novo de Patrick se aproximou de mim e me estendeu a mão: "Quer que eu leve uma mala para você?".

"Não precisa."

Eu certamente não teria coragem de pedir a ele que me ajudasse.

Mas ele tomou a iniciativa de pegar a mala que eu carregava na mão e me perguntou em que prédio eu morava.

Então, ele me acompanhou até a entrada do prédio.

"Obrigada. É este aqui."

Quis ser educada e tentei pegar a mala de volta.

No entanto, para minha surpresa, o tio de Patrick disse: "Eu também moro neste prédio".

Havia um total de seis ou sete edifícios em toda a Unidade nº 1 da Cidade Y. Portanto, não era tão estranho que nós morássemos no mesmo prédio.

Entramos no elevador juntos. Nosso edifício contava com 36 andares. Eu o vi apertar o botão do 32º andar.

Quando o elevador chegou ao 32º andar, saí com a minha bagagem e, parada na porta da minha casa, agradeci: "Obrigada por me trazer até aqui. Agora que nós moramos no mesmo bairro, espero que eu possa contar com você daqui para frente".

Embora ele fosse cerca de dez anos mais velho do que eu, ele era tio de Patrick.

E, levando em conta meu relacionamento com Patrick, eu poderia considerá-lo um parente meu.

Mas, quando ele me viu tratando-o de maneira tão formal e educada, ele sorriu e disse: "Meu nome é Shelton Cowell. Você pode me chamar de Cowell ou de Shelton, como preferir".

Balançando a cabeça, eu respondi: "Não, melhor não. Você é o tio de Patrick".

Shelton olhou para mim e balançou a cabeça, pesaroso: "Muitos não sabem sobre seu relacionamento com o Patrick, mas eu sei. Então, não se preocupe. Pode me chamar de Shelton".

Depois que ele foi tão direto, eu relaxei um pouco, em vez de ficar envergonhada.

Então, eu tomei a iniciativa e respondi: "Tudo bem, Shelton".

Shelton acenou com a cabeça.

Naquele momento, eu pensei que ele iria voltar para o elevador. O que eu não esperava era que ele se virasse e abrisse a fechadura eletrônica da porta ao lado…

Bip! Um som tocou.

Em seguida, o botão vermelho da porta ficou verde.

Eu fiquei perplexa.

Vendo minha cara de espanto, Shelton sorriu levemente com o canto da boca. "De agora em diante, seremos vizinhos. Você pode me ligar se precisar de qualquer coisa".

Depois disso, ele entrou no seu apartamento e fechou a porta.

Havia um total de três famílias naquele andar. Com base no design da porta, eu imaginei que tanto o meu apartamento quanto o oposto ao meu deviam ser menores.

E que a casa de Shelton provavelmente era bem grande.

Depois que ele entrou, também não fiquei mais na porta.

Assim que entrei no meu apartamento, fiquei deslumbrada com as grandes janelas de vidro, que iam do chão ao teto. A janela tinha uma vista para o rio, assim como para um panorama da Cidade Y.

A casa estava toda mobiliada e tinha sido bem decorada.

Arrumei minhas coisas e, com o laptop em meus braços, pretendia sair para levar meu computador para o conserto.

Aquele era meu único dia de folga na semana, então eu tinha que fazer o que precisava de uma vez por todas, sem postergar.

Assim que saí pela porta, meu celular tocou. Era Patrick me ligando.

Como a casa dele tinha muitos empregados, eu sabia que, assim que eu partisse, eles certamente informariam Patrick sobre o que estava acontecendo.

"Por onde você esteve?"

Assim que atendi a ligação, ouvi a voz fria de Patrick me questionando.

Eu não queria inventar uma desculpa. Então, sem rodeios, contei a ele o que Rosy havia dito para mim anteriormente: "A vovó já sabia que estávamos em um beco sem saída. Ela disse que, embora a família Archer não seja tão poderosa quanto a família Cowell, eu não precisava ficar debaixo das suas asas".

"Mas onde mais você poderia morar? Charlotte, é melhor você me obedecer e voltar para casa agora mesmo, para que eu não precise ir até você."

A voz de Patrick ao telefone indicava que ele já estava um pouco descontente com a situação.

"Sr. Cowell, você nunca fica em casa. E, de qualquer forma, eu estou sempre ocupando um quarto sozinha. Não faz diferença onde eu esteja."

Depois de dizer isso, senti tanta raiva que desliguei o telefone na cara dele.

Como se não fosse o suficiente, também desliguei meu celular.

Assim que fiz isso, meu coração bateu ainda mais acelerado.

Mas eu sabia que não poderia estar sempre à mercê das vontades de Patrick e que precisava dar esse passo.

Eu fui para a loja Cidade dos Computadores com meu laptop. O técnico deu uma olhada e disse que conseguiria consertá-lo, mas que levaria pelo menos três dias para ficar pronto.

Saí da Cidade dos Computadores e comprei alguns vegetais no mercado que fica na entrada do prédio, antes de subir.

Assim que cheguei ao meu andar, tirei a chave da bolsa e estava prestes a abrir a porta quando vi uma figura alta parada, encostada em um canto e fumando.

"Por que você está chegando tão tarde?"

Patrick me olhou com descontentamento. E seu tom de voz também soou bastante ríspido.

Eu levei um susto. "Como… como você descobriu que eu estou aqui?"

"Abra a porta."

Patrick não respondeu à minha pergunta. Em vez disso, ele me passou uma ordem.

"Esta é a minha casa!" Aquela era a casa que Rosy tinha comprado para mim. Um lugar para me abrigar e me manter segura.

E eu não queria ser controlada por ele novamente.

No entanto, Patrick simplesmente arrancou a chave na minha mão, abriu a porta e entrou.

Depois que entramos, assim que a porta foi fechada, Patrick subitamente me empurrou contra a parede e me prendeu entre seus braços musculosos. Então, ele olhou para mim e perguntou: "Se eu não tivesse procurado você, será que você nunca entraria em contato comigo de novo?".

Seu rosto estava a poucos centímetros de mim. Observando-o tão de perto, percebi que ele tinha traços faciais marcantes e um nariz alto.

Quando o encarei, percebi que algo parecia estar surgindo em seus olhos, que eram calmos na superfície.

Enquanto olhava para ele, meu coração pareceu parar de bater.

Antes que eu pudesse reagir, Patrick de repente me abraçou, encostou seus lábios finos no meu pescoço e disse algo baixinho.

Não consegui ouvir suas palavras com clareza.

Mas pareceu que ele disse algo como: "Senti muito a sua falta".

Eu fiquei tensa e exclamei: "Sr. Cowell!".

"Fique quieta!"

Antes que eu pudesse terminar a frase, Patrick abriu a boca e mordeu suavemente o meu pescoço, logo acima da minha clavícula.

Não doeu nada. Pelo contrário, aquela mordida me deixou com as pernas bambas e entorpecida.

Patrick ergueu a cabeça e segurou meu queixo com seus dedos finos. "Charlotte, você é a minha esposa. Então, você só pode me chamar de uma maneira, que é 'querido'. Você entendeu?"

Enquanto falava, ele me olhava profundamente, com seus olhos negros.

Além do mais… Parecia haver algum carinho no fundo de seus olhos, não é mesmo?

Eu recuperei meus sentidos em um piscar de olhos.

Como era possível que Patrick me olhasse com tanto carinho? Até onde eu sabia, ele era a pessoa que mais me odiava no mundo.

Patrick me pressionou contra a porta e disse: "Chame-me de querido".

Olhei para ele, franzi o canto dos lábios e respondi, em tom de deboche: "Sabe de uma coisa, Patrick? Eu já desejei chamá-lo desse jeito. Mas, pouco a pouco, você me forçou a ir embora. E, agora, você quer que eu o chame de querido? Bem, eu posso até chamá-lo de querido, mas nunca vai ser por livre e espontânea vontade".

Assim que eu disse o que pensava, o rosto de Patrick mudou de repente.

Então, ele calou minha boca com seus lábios.

Senti o cheiro e o gosto forte de fumaça, que ocupou toda a minha boca de forma dominante.

Ao mesmo tempo que eu queria afastá-lo, não pude deixar de me sentir atraída por ele, como se tivesse perdido todas as minhas forças para lutar.

Sem dúvidas, Patrick era um mestre na arte de flertar.

Foi só um beijo, mas bastou para fazer eu me apaixonar por ele.

Quando eu estava completamente envolvida em seus beijos, ele, de repente, parou de me beijar e disse, olhando fixamente para mim: "Eu não quero forçá-la. Você pode me chamar de querido quando se sentir à vontade. Mas, a partir de agora, você tem que pelo menos me chamar de Patrick, em vez de Sr. Cowell".

Enquanto eu olhava para ele, totalmente atordoada, ele se sentou no sofá, como se nada tivesse acontecido, e disse: "Estou com fome".

Mas aquela frase não soou como uma ordem.

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