Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 68

Quando isso aconteceu, finalmente caí em mim.

Qualquer ilusão que eu tinha se desfez por causa daquele pequeno comprimido.

Baixei meus olhos e reprimi a tristeza em meu coração. Fingindo indiferença, peguei o copo d'água e o comprimido.

Eu queria beber a água rapidamente, mas minhas mãos tremiam sem parar.

Não tive escolha a não ser colocar o comprimido na boca. Então, segurei o copo com as duas mãos e bebi.

Para meu alívio, Patrick não acendeu a luz nesse meio-tempo.

Se tivesse acendido, ele certamente veria o desamparo e a tristeza estampados em meu rosto.

Depois de engolir o comprimido e me acalmar, eu falei, com uma voz indiferente: "Já tomei a pílula. Não se preocupe, Sr. Cowell. Não vou engravidar de você. Pode ir embora agora?".

No entanto, Patrick não foi embora.

Ele continuou parado ao meu lado.

Achei que ele estivesse com medo de que eu o enganasse e não tomasse o comprimido.

Para provar que havia engolido a pílula, olhei para cima e bebi toda a água do copo. Então, eu coloquei o copo na frente dele e, encarando-o, afirmei: "Sr. Cowell, não estou mentindo. Eu juro que engoli a pílula".

Patrick olhou para mim e pegou o copo.

Como estava muito escuro, eu não conseguia ver seus olhos com clareza. Mas eu o ouvi dizer, no final: "Desculpe. Não é hora de você engravidar agora".

Depois disso, ele se virou e levou o copo de volta para a cozinha.

Passado um tempo, parecia que Patrick não tinha intenção de ir embora.

Então, fui perguntar a ele: "Quando você vai embora, Sr. Cowell?".

"Eu não vou embora", respondeu Patrick, categoricamente. "Somos um casal, não é? Então é normal vivermos juntos".

"Sr. Cowell, esta é a minha casa. Será que você quer mesmo vir morar comigo? Ou será que o Towering High Group está passando por uma crise financeira e, por isso, você não pode nem mesmo bancar sua própria casa?".

Eu fiz o que pude para que meu tom soasse o mais frio e distante possível.

Porque só assim eu poderia me manter longe dele.

Só assim eu poderia mantê-lo a distância.

Patrick estava sentado no sofá da sala. Aparentemente, ele estava respondendo alguns e-mails em seu laptop. Ao ouvir minhas palavras, ele se endireitou, olhou para mim e perguntou: "Que tipo de casa você gosta? Vou comprar uma para você. Se você não gostar de uma casa pronta, posso comprar um terreno para construir uma casa do jeito que você preferir".

Quando ouvi a proposta de Patrick, tive vontade de cair na gargalhada.

"Sr. Cowell, você diz isso a todas, não é mesmo?"

Embora já tivesse se passado muito tempo desde que ouvi alguém dizer aquele tipo de coisa, eu me lembrei de algo com muita clareza.

Lembrei-me de que, quando Rosy perguntou se Caroline e Patrick moravam juntos, Gina disse que Patrick pretendia comprar um terreno para Caroline, para que ela pudesse construir uma casa lá.

"Você é a minha esposa."

Patrick não me respondeu explicitamente. Mas suas palavras serviram como uma espécie de resposta para mim.

Olhei para Patrick, que estava sentado no sofá. Por um momento, senti que aquele homem era muito bom em mentir. E ele também era bom em obter vantagens de ambos os lados. Uma pessoa como eu certamente não poderia vencê-lo.

Para forçá-lo a se comprometer, dei alguns passos, parei na frente dele e abaixei minha cabeça. Depois, eu disse: "Você não queria ter uma boa vida ao meu lado, Sr. Cowell? Você quer que eu seja sua esposa obediente e que me coloque à sua disposição, não é?"

"Bem, não…"

"Tudo bem. Se você concordar com as minhas condições, eu serei uma esposa obediente para você. Enquanto você precisar de mim, eu serei a Sra. Cowel pelo resto da minha vida. Além disso, vou obedecê-lo enquanto eu viver."

Foi o que eu disse, antes mesmo que ele terminasse de falar.

No entanto, depois que eu falei tudo isso a ele, Patrick levantou a cabeça e olhou sério para mim. Então, ele se levantou e disse: "Quais são as suas condições?".

"Eu quero que você apresente as provas que tem em mãos e diga a todos que eu sou inocente das duas acusações e que a única culpada é a Caroline. Ela foi a responsável por todas as coisas, incluindo a morte de Ronald!"

Embora não tivesse certeza, eu acreditava piamente que Patrick não faria papel de bobo e não ficaria à mercê dos outros.

Eu acreditava que ele tinha evidências que provavam que Caroline era culpada.

Ele também devia ter provas relacionadas às mensagens de texto no celular de Caroline, que não foram enviadas por mim, e aos telefonemas, que eu também não fiz.

Foi Seth quem me avisou que talvez meu celular tivesse sido hackeado.

Ao ouvir minhas palavras, Patrick, que, até alguns segundos antes, tinha uma expressão serena no rosto, imediatamente ficou com um semblante sombrio. Então, ele respondeu, sem rodeios: "Impossível!".

Sua resposta soou cruel.

Sua resposta soou decisiva.

"Olha só! Você ama Caroline tão profundamente que não consegue nem mesmo seguir seus princípios. E mesmo assim você está se envolvendo comigo. Como é que você ainda diz que não está me torturando?"

Levantei minha cabeça e encarei os olhos negros de Patrick: "Como mulher, eu só quero um marido que me ame de verdade. No entanto, se meu marido for você, meu sonho nunca se tornará realidade."

"Charlotte…"

"Sr. Cowell, deixe-me lembrá-lo pela última vez. Caroline é a culpada pela morte de Ronald Weil. Ronald era apenas um trabalhador. Você pode até compensar a esposa de Ronald com um dinheiro que ela não conseguiria ganhar durante a vida inteira, mas, mesmo assim, você nunca vai poder mudar o fato de que três crianças ficaram órfãs de pai."

Dito isso, voltei para o quarto de hóspedes.

E me deitei na cama.

O Patrick…

O Patrick me decepcionou muito.

Depois daquele dia, embora Patrick ocasionalmente viesse à minha casa, eu passei a tratá-lo como se ele fosse um estranho. E ele também me tratava dessa forma.

Nós nem nos falávamos.

Quanto ao fato de eu ter enviado meu currículo para diferentes empresas de design, parece que não adiantou nada. Eu praticamente não recebi respostas.

Algumas pessoas me ligavam ocasionalmente. Mas a primeira coisa que queriam fazer era confirmar se eu era a Charlotte que havia incriminado a própria irmã tempos atrás.

Nem Ned e Rosy ficaram sabendo sobre esse assunto na época.

Então eu ficava imaginando como era possível que todas as empresas de design sabiam sobre aquilo.

Eu pensava que alguém deveria estar tentando me sabotar.

Depois de duas semanas, perdi as esperanças de encontrar um emprego. Por fim, mudei meu objetivo e decidi trabalhar meio período em algum restaurante de fast-food ou cafeteria.

Visitei alguns cafés.

Após muito tentar, finalmente consegui um emprego de meio período em uma lanchonete no centro de CBD, que me pagaria 20 dólares por hora. Além disso, havia uma taxa extra de cinco dólares por entrega.

Embora o salário não fosse alto, eu não queria ser uma pessoa inútil e desempregada.

Se eu continuasse daquele jeito, eu perderia o respeito por mim mesma.

Combinei com o gerente da cafeteria e de começar a trabalhar lá na próxima segunda-feira. Assim que cheguei ao café, ouvi uma voz fazendo um pedido: "Um mocha pequeno. Depressa".

Percebi que era a voz de Angie.

Quando me virei, vi Angie parada na frente do balcão, com uma aparência cansada. Ela parecia um pouco abatida.

Ao vê-la, não pude deixar de pensar em Seth. Então, dei um passo à frente e tomei a iniciativa de cumprimentá-la.

Quando ela me viu, revirou os olhos e disse: "Charlotte, por que eu tenho sempre que trombar com você, aonde quer que eu vá? Você só traz azar para os outros!".

A julgar por suas cruéis palavras, percebi que algo de ruim devia estar acontecendo com a Glorious Seth Design.

Ignorando sua rebeldia, perguntei a ela, de forma educada, o que havia acontecido.

Angie não quis me contar os detalhes de primeira.

A princípio, ela me ignorou sem dó. Depois de esperar muito tempo pelo café, que estava demorando a ficar pronto, ela finalmente se abriu.

Foi então que eu soube que a Glorious Seth Design não estava apenas enfrentando alguns problemas; na verdade, a empresa estava basicamente prestes a fechar as portas.

Tudo começou com a morte de Ronald.

O local onde Ronald morreu era uma residência privada. Ninguém sabia como aconteceu, mas o cliente ficou sabendo que um dos trabalhadores morreu lá durante as obras. Ele ficou tão zangado que exigiu uma compensação de Seth.

Segundo o cliente, alguém havia morrido na casa dele e, por isso, ele não poderia mais morar lá. Seth, então, teria que comprar uma outra casa, seguindo os valores de mercado. Caso contrário, o cliente entraria com um processo contra a Glorious Seth Design e enfrentaria Seth nos tribunais.

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