Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 69

Na verdade, era compreensível a reação do cliente. Afinal, uma pessoa tinha morrido em sua nova casa e ele realmente não poderia continuar morando ali.

Era uma casa de condomínio fechado, que valia alguns milhões de dólares. Para uma empresa de pequeno porte como a de Seth, que estava operando há poucos anos, seria impossível pagar por uma casa daquelas.

E se o dono da casa entrasse com um processo, seria muito difícil para a Glorious Seth Design se restabelecer no setor. Por tudo isso, a empresa estava prestes a fechar as portas.

Eu não poderia me sentir mais culpada ao ouvir o relato de Angie.

De qualquer forma, tudo começou com o incidente envolvendo Ronald Weil.

Angie pegou o café e voltou para a obra em que estava trabalhando.

Já eu peguei um táxi e fui para o escritório da Glorious Seth Design.

Quando cheguei lá, vi que não tinha ninguém na recepção. Na sala onde eu costuma trabalhar também não se via ninguém, exceto alguns computadores em vários cubículos.

Parecia que os designers que trabalhavam lá já haviam se demitido.

Fui até a sala de Angie.

Como sempre, a sua mesa estava cheia de quinquilharias.

Depois de dar uma volta pelo escritório, finalmente cheguei à sala de Seth.

Coloquei meus ouvidos na porta e percebi que ele estava falando ao telefone. Parecia que ele estava pedindo um empréstimo a alguém.

Dava para perceber muita humildade em seu tom de voz.

Eu estava muito chateada.

"Afinal, é tudo minha culpa, não é?"

Tirei da bolsa o cartão do banco que Rosy me deu e bati à porta.

Seth ficou obviamente um pouco aborrecido quando me viu. Pude notar que seu rosto estava muito pálido e que suas olheiras estavam profundas, sinal de que ele não dormia bem há muitos dias.

Tentando parecer menos exausto, ele sorriu e disse: "Charlotte, o que a traz aqui?".

Coloquei o cartão do banco em sua mão e respondi: "Seth, tenho 1,2 milhão de dólares nessa conta. Embora seja uma quantia pequena, você pode usá-la. Minha avó disse que meus dividendos anuais serão sempre transferidos para esse cartão, e já estamos quase no final do ano. Portanto, mais dinheiro deve cair logo".

No entanto, Seth não quis aceitar minha ajuda.

Ele colocou o cartão de volta na minha mão e, curvando o canto da boca, disse: "Ah, Charlotte, mesmo se eu estiver sem um centavo, não vou pedir sua ajuda".

"Seth…"

Eu não queria envergonhá-lo, mas eu sabia de tudo o que estava acontecendo na Glorious Seth Design e também sabia que ele não conseguiria manter a empresa de pé.

Seth deu um tapinha na minha mão e disse: "Tenho algumas coisas para resolver. Desculpe não poder fazer companhia para você hoje".

Depois disso, ele pegou o terno que estava pendurado no cabide e o vestiu.

O terno, que tinha um caimento perfeito algumas semanas antes, agora parecia muito folgado em seu corpo.

Com o estômago vazio, eu fiquei perambulando pelo também vazio escritório da Glorious Seth Design. Olhando para as estações de trabalho vazias, fiquei muito chateada.

Quando voltei para casa, à noite, encontrei Patrick em meu apartamento.

Eu me escondi no quarto de hóspedes e fiz de tudo para evitá-lo.

Então, aturdida, adormeci na minha cama. Eu não sabia há quanto tempo estava dormindo quando ouvi meu celular tocar. Ainda sonolenta, peguei o telefone.

Depois, coloquei o celular próximo ao ouvido.

"Ei, você conhece um homem chamado Seth?"

Ao telefone, um rapaz com um sotaque forte me perguntou sobre Seth.

O jeito que ele perguntou fez com que eu despertasse de vez.

Quando olhei para a tela do celular, vi o nome de Seth no identificador de chamadas.

O homem que estava ao telefone me explicou a situação. Basicamente, Seth estava muito bêbado. Como o celular de Seth estava bloqueado com senha, a única função que o rapaz podia acessar era a de discar para os contatos mais próximos.

E no celular de Seth só havia meu nome marcado como contato próximo.

Por isso o rapaz me ligou.

Ao me lembrar da aparência abatida de Seth quando o vi no escritório, comecei a ficar nervosa e preocupada com ele.

Prometi ao rapaz que iria para lá imediatamente.

Depois de desligar o telefone, olhei para o relógio e vi que já era 1h20 da madrugada.

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