Amor Sombrio romance Capítulo 48

Pedro manteve o olhar em Michael, o qual continuava a beber ignorando as pessoas ao seu redor, o barulho do bar onde estavam e o olhar do garçom em sua direção. Quando recebeu a ligação do príncipe não esperava que fosse acabar indo para um bar underground em uma rua desconhecida, e em seu intimo sentia medo de perguntar como Michael havia descoberto aquele local.

O bar era localizado em um tipo de porão, havia poucas mesas, as quais estavam ocupadas por pessoas sombrias, na opinião de Pedro. As bebidas que eram servidas possuíam nomes que ele jamais escutara, enquanto o bar tinha uma imagem até normal, se comparada ao resto.

― Vai acabar me falando o motivo de estar bebendo assim? – A pergunta de Pedro fez com que Michael erguesse a cabeça por alguns segundos exibindo olheiras profundas. O príncipe estava com os cabelos bagunçados e a roupa desleixada. O modo como Michael se comportava assemelhou-se ao momento em que recebeu a noticia de quae Susana estava morta anos atrás. – Algo aconteceu com Lis? – Indagou com a voz baixa temendo a resposta, contudo o príncipe assentiu antes de encarar o seu amigo por alguns segundos.

― Ela me abandonou como todos fazem. Ela realmente desistiu de mim. – A forma como Michael disse fez com que Pedro abaixasse a cabeça. Ele desejava consolar o seu amigo, mas imaginava o que havia acontecido para Lis ter o abandonado finalmente. E ao indagar o que ocorreu, o príncipe suspirou antes de responder. – Ela acredita que eu preciso parar com a vingança, seguir a minha vida e esquecer Susana para amá-la.

― E ela está errada? – Perguntou pensativo – Fiquei ao seu lado na guerra e continuei como seu amigo após tudo o que passou. Mas isso não foi o suficiente para que eu permanecesse cego diante as suas insanidades, Michael. Sempre pensei em te falar isso, mas não queria te machucar. – Confessou ao olhar para o copo a sua frente. – Passou muito tempo sofrendo em sua vida. Sua família te rejeitou, foi torturado e ainda descobriu que a pessoa que amava se matou. Tudo isso acaba com o psicológico de alguém, eu sei disso, você também sabe, mas desde que voltou do Iraque manteve em sua mente o desejo de fazer sua família pagar por tudo o que aconteceu e nunca pensou em si mesmo. Você não está bem, meu amigo. Seus pesadelos são constantes, não consegue segurar uma arma sem tremer, não confia nas pessoas, odeia a sua família, passa a maior parte do tempo odiando e desconfiando das pessoas a sua volta. Acha que tudo isso é normal?

Michael queria poder afirmar, contudo suspirou.

― Tenho certeza de que Lis voltará para você. – Pedro disse confiante – Ela pareceu ser o tipo de pessoa que pode confiar.

― Ela foi a primeira que me fez desejar deixar tudo para trás e seguir em frente.

― Faça isso então – Deu de ombros – Não precisa do dinheiro de sua família, a empresa está indo muito bem e tem alguém que te ama. O que mais pode desejar? – Sorriu ao colocar a mão no ombro dele. – Vamos seguir em frente. Nós dois merecemos. Você merece mais do que qualquer pessoa.

Michael bebeu mais um gole do drink que estava em seu copo ao analisar a situação o mais friamente que a bebida deixava.

― Mas e se ela não me quiser mais?

― Pode simplesmente conquista-la. Homens fazem isso com as mulheres que amam – Sorriu ao ver o olhar de seu amigo. – Vai ser bom para você. Procure ajuda psicológica e depois vá atrás dela. Vocês serão felizes, eu tenho certeza.

A forma com que Pedro disse trouxe esperança para o coração do segundo príncipe, o qual assentiu ao terminar a bebida.

― Vou seguir em frente – Michael decidiu-se ainda incerto sobre o seu futuro. Desde que havia retornado do exercito seu objetivo havia sido destruir a sua família e expor as crueldades de sua família, contudo não via mais utilidade em perseguir tal objetivo se Lis não estivesse ao seu lado. Lis havia sido a única pessoa que não fugiu dele quando ele tentou machuca-la e sempre permaneceu pronta para abraça-lo. Ela o amava, mas ele não devolveu o amor que ela tanto lhe demonstrou. – Minha família vai se autodestruir sem que eu precise fazer alguma coisa, mas ainda vou enviar para a imprensa os documentos que tenho sobre o meu pai – Decidiu-se – Mesmo querendo dar as costas a tudo, não vou permitir que eles escapem facilmente.

― É o seu direito – Sorriu – Faça o que for melhor para você.

― Depois, vou atrás dela.

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