Amor Sombrio romance Capítulo 52

UM MÊS DEPOIS....

O olhar de Philipe vagou pela sua casa, ainda incrédulo sobre tudo o que acontecera no ultimo mês. A família real havia sido tirada do poder pela população, enquanto o seu país monárquico transformou-se em uma democracia. Tudo aconteceu tão rápido que nem ao menos conseguiu tempo para pensar como se sentiria a parir de tudo. Philipe jamais desejou ser o herdeiro do trono como sua mãe desejava, pois seu objetivo era ter uma vida tranquila onde pudesse divertir-se sem se preocupar com as preocupações sobre politicas ou escândalos.

Mesmo que mantivesse sua calma habitual ainda pensava em Lis sempre que fechava os olhos, imaginando como seria sua expressão de dor, caso ela aceitasse permanecer ao seu lado e experimentar o seu sadismo. Um largo sorriso deturpado surgiu em seu rosto antes de desaparecer rapidamente assim que avistou Augusto entrar na cozinha com o semblante cansado.

Desde que seu pai e sua mãe foram presos, Augusto deixou o país optando por viver com Philipe, pois tinha certeza que Michael não iria ajuda-lo.

― Já pensou sobre o que irá fazer? ― Philipe indagou a Augusto assim que ele abriu a geladeira. Por mais que Augusto fosse o seu irmão não conseguia sentir empatia com alguém que passara a vida aproveitando-se dos privilégios em ser um príncipe.

― Ainda não ― Negou-se ao olhar para Philipe com raiva. Augusto não era tolo para acreditar que tudo acontecera de forma espontânea. A reação da população tinha sido rápida demais para ser um ato ao acaso. Ele tinha certeza que um de seus irmãos estava por trás de tudo. A alternativa mais provável era Philipe, pois Augusto sempre soube da preferencia de sua mãe. Gloria sempre amou Philipe ao ponto de seu amor tornar-se uma cega obsessão em que tudo deveria ser entregue a ele. Nunca conseguiu entender o motivo, mas sabia que Philipe não apreciava esse amor exagerado dela.

Augusto acreditava que Michael não se importaria em perder o seu tempo para tramar um plano sórdido como aquele para destruir sua própria família ainda mais depois de ser enviado para a guerra. Alguém que sofrera tanto nunca poderia pensar em vingança por temer a retaliação, pelo menos era assim que Augusto imaginava. Suspirou fortemente antes de olhar para soslaio para Philipe imaginando o que poderia fazer de sua vida em seguida. Ele passara toda a sua vida acreditando que iria ser o próximo rei, sem preocupações supérfluas em relação a dinheiro ou a onde morar, contudo tudo foi destruído rapidamente.

Augusto não tinha nada além de seus irmãos.

― Michael deve estar sofrendo da mesma forma que eu ― Murmurou ligeiramente contente por ter alguém com quem partilhar seu sofrimento.

***

Lis sorriu largamente ao ver Kate se despedir de Sebastian na entrada da universidade sem ainda conseguir acreditar que sua amiga conquistara Sebastian.

― Como conseguiu? ― Lis se viu indagando, curiosa ao encarar Kate com atenção. Sebastian foi a primeira pessoa com quem ela se sentiu segura para confessar muitos dos seus pensamentos e temores, e por tanto desejava a sua felicidade.

― Precisei subornar o seu marido. Foi realmente assustador ― Kate sorriu como se não tivesse sentido medo algum, o que na verdade foi o que aconteceu. Ela somente precisou pensar em Sebastian para tomar coragem. ― Fui sincera com ele, o ataquei e fui ainda mais sincera.

A forma nada convencional fez Lis sorrir ainda mais antes de assentir. Caminharam juntas para a sala de uma das disciplinas antes de serem paradas por Augusto. O primeiro príncipe mantinha uma expressão apática ao olhar para Lis, a sua futura cunhada.

― Você parece muito bem ― O tom repleto de sarcasmo fez Lis estreitar o olhar ao encará-lo. Mesmo Michael tendo prometido não buscar qualquer informação sobre o que aconteceu com sua família, Lis acreditava ser de extrema importância descobrir, e por isso leu todas as noticias que existiam. Não foi uma surpresa encontrar-se com Augusto. Ela já tinha imaginado que ele iria procurar seus irmãos, afinal ele era o único que sempre viveu com os recursos fornecidos pelo palácio.

― Sim, estamos muito bem. ― Lis sorriu sutilmente antes de dar de ombros. ― O que deseja? Sei que não veio até aqui para conversar.

― Está correta. ― Não se envergonhou ao manter o seu olhar firme a encarando. Mesmo sem dinheiro, Augusto ainda tinha um ar nobre. ― Tentei ligar para Michael, mas ele não me atendeu. Quero saber onde posso encontra-lo.

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