Christopher
— Magrela, magrela! Fique tranquila que vou resolver esse probleminha pra nós... — sussurro comigo mesmo enquanto vou caminhando até o nosso quarto.
Eu sei como a gente pode resolver a nossa questão, nos beijarmos sem culpa e sem nos sentimos envergonhados... Ela não estaria me beijando e eu não seria EU quando fosse abraçá-la.
Entro no quarto, vou até o banheiro escovar os dentes e aproveito para urinar. Quando saio do banheiro tomo um susto ao ver Charlotte deitada na cama de bruços ouvindo música com o fone de ouvido, minha vontade é de me aproximar e ficar do ladinho dela enchendo a paciência dela. Deixo-a quieta e me jogo na cama ao lado, vou seguir cuidadosamente com o meu plano.
Christopher:
Não vai me responder?
Tô ficando triste...
20:54 ✔️
Mando a mensagem e olho o momento exato em que a mensagem chegou no celular dela, ela abriu a mensagem e ficou olhando, mas ela não responde.
Christopher:
O que aconteceu com você?
Tá tudo bem?
Eu queria tá do seu lado agora,
Sabe o que eu iria fazer?
20:59 ✔️
Charlotte:
Que parte do
"eu cansei de você"
Que você não entendeu?
2
1:01 ✔️
Christopher:
Eu iria te fazer esquecer
Qualquer idiota que estivesse
na sua Cabeça
21:01 ✔️
Ouvi ela se mexer na cama e no mesmo instante a olhei e ela me viu, se assustou como se eu fosse um fantasma, protegendo o celular de mim com medo de que eu visse o que for que estivesse escrito. Acontece que eu já sei o que é.
Charlotte
Só falo com você
Se você me dizer quem é você
21:02 ✔️
Christopher
Sabe o motivo de eu não
Te dizer quem sou? É
Porque você não me conhece
Você não faz ideia
De quem eu sou ?☹️
21:03 ✔️
Charlotte
Tchau, fui
Se mandar mais
uma mensagem
eu vou bloquear
21:04 ✔️
Christopher
Eu sou o Diego
Estudo na sala em
Frente à sua
— Seria bom na TV.
— Não quero perder tempo, vamos ver por aqui mesmo, tudo bem?
— Mas a tela é muito mais pequena...
— Charlotte, vamos assistir juntos, eu vou aí me sentar do seu lado.
— Nem pense! Fique aí mesmo! Você está estritamente proibido de se aproximar! — reclamei, mas tarde demais.
— Não se esqueça de que passaremos as noites na mesma cama, então assistir um filme do meu lado deveria ser a manor das suas preocupações — diz se sentando enquanto eu me afasto mais para o canto.
— Então, pelo menos deixe-me escolher o filme.
— Claro, desde que escolha um filme que exista!
Reviro os olhos. Que culpa eu tenho se não existe o filme Crônicas De Marlenout? Enfim, as pessoas que produzem os filmes não sabem o que estão perdendo.
Cris me passa o notebook e eu tento não tremer muito quando os seus dedos tocam os meus. Eu já sei o filme que iremos assistir... Ele está precisando de uma boa aula sobre o machismo...
— Eu Não Sou Um Homem Fácil? — Cris lê o título do filme que eu coloquei.
— Sim, está vendo? Sou tão gentil que encontrei um gênero masculino.
— E desde quando o título do filme é o gênero?
— Christopher, o filme já começou, podemos assistir?
Ele me olha por alguns segundos mas eu não tiro os olhos da tela, o notebook está no meu colo. Conforme o filme vai passando o Cris vai entendendo a minha intenção com o filme.
— Charlotte, você não perde uma, né? — pergunta tirando a minha atenção do filme.
— O que foi? Está na melhor parte!
— É que o seu cabelo está meio... bagunçado aqui... — Christopher levanta a sua mão e eu fico paralisada enquanto ele afasta uma mecha de cabelo olhando-me profundamente nos olhos e vai tirando a mão devagar, mas ao contrário do que eu penso ele não tira a mão e sim a estica sobre o meu rosto e permanece segurando-o enquanto me olha intensamente.
Pergunto-me se ele também está com vontade de ficar comigo... Mais cedo eu deixei claro com as minhas ações que eu não sou imune à ele.
— Christopher... — coloco a minha mão em cima da dele com a intenção de tirá-la, por mais que eu não queria isso
— Por que a gente se odeia mesmo?
— Christopher, não se faça de bobo — digo voltando a minha atenção para o filme — assista o filme, você ainda tem muito o que aprender aqui...
— Dane-se o filme — Christopher se levanta abruptamente da cama e sai bravo para fora do quarto.
Nunca o vi tão bravo assim comigo. O que eu fiz de diferente?
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