Apaixonada Pelo Meu Pior Inimigo romance Capítulo 42

Christopher

— Ele está vindo, Cris, come um pedaço de bolo enquanto espera — a avó do Pedro me oferece um farto pedaço de bolo de chocolate.

Estou sem apetite nenhum e o meu estômago não está nada bem, mas eu não posso recusar nada da dona Nardina.

— Dona Nardina, a senhora caiu do céu! — brinco enfiando um pedaço do bolo na boca.

— Isso, come, quem sabe assim a sua carinha fica mais vistosa, você está muito magrinho, não tem se alimentado direito?

— Ah, a senhora me conhece bem, não é mesmo?

— Não é só você não, o Pedrinho também não está muito bonito ultimamente, que bom que você veio pra resolver essa briguinha de vocês.

— Ah, comendo esses boloa gostosos que a senhora faz eu duvido que ele esteja ruim de apetite.

— E não estou, sorte que eu pratico exercícios ou eu estaria enorme.

— Pedro, — automaticamente o clima fica mais tenso na sala de estar da casa do Pedro, até a dona Nardina sentiu o peso no ar e saiu com uma desculpa qualquer.

Arranho a garganta tentando me lembrar de como eu planejei iniciar a conversa.

— Christopher... Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — ele pergunta com as sobrancelhas levantadas.

— Olha cara, só vim aqui pra te dizer que você tem razão...

— Sério?

— Sim, eu vim me desculpar com você por ter te ignorado quando tentou me corrigir, — falei brincando com as minhas mãos, não estou acostumado a pedir desculpas e a assumir os meus erros, e foi isso que me deixou na situação em que estou.

O Pedro respira fundo antes de responder:

— É, que bom que você sabe que agiu mal, esse é um bom começo pra você tentar consertar tudo.

— É por isso que eu estou aqui, pra tentar consertar a nossa amizade — sorrio de canto, meio sem jeito.

— Tudo bem, eu sei que quando se trata da Charlotte você só faz bobagens, — torceu os lábios em um movimento positivo com a cabeça.

— Exatamente, e agora aconteceu a pior coisa de todas, depois que eu caguei tudo eu descobri que gosto dela.

— Demorou tanto assim pra perceber que gosta dela porque sempre foi teimoso.

— O que importa é que agora ela me odeia.

— Ela sempre te odiou — o Pedro se levantou, veio mais perto de mim e me convidou para um abraço.

Me levantei e o abracei.

— Valeu, irmão.

— Relaxa, estamos juntos, a gente vai resolver isso, tá?

Nos sentamos novamente.

— Vamos falar de outra coisa, e você e a Sara, estão de boa?

Pedro dá um sorriso tão bobo e feliz que me causa inveja, porque eu sei como eu estou me sentindo, nesse momento eu valorizo muito mais a felicidade... Me lembro que quando os meus pais se separaram eu me senti muito mal, mas agora eu sei que no fundo eu estava bem, porque não havia acontecido diretamente comigo, eu sofri pela minha mãe, só agora eu entendo um pouquinho do que ela passou.

— Estamos bem, Christopher, eu acho que eu e ela vai dar casamento, escreve o que estou te falando.

— Eu não duvido nenhum pouco.

Sinto-me feliz pelo meu amigo, ele merece colher o fruto do que plantou, se ele fosse um idiota igual eu ele não estaria feliz como está agora.

Depois de conversar por quase duas horas voltei pra casa decidido a não desistir da Charlotte, estar com o Pedro novamente me fez perceber que eu não sou um cara mau, se eu fosse um cara tão mau assim o Pedro certamente não seria meu amigo, ele é bom demais pra se envolver com alguém babaca, me lembro dos puxões de orelhas que ele me dava quando eu zoava a Charlotte, é, ele sempre me ajudou a manter os pés no chão e não perder a noção... Por isso eu não posso desistir, eu mereço ela, e eu sei que ela é uma garota boa apesar de ser mais azeda que limão com sal quando quer... e como a minha mãe falou: contato físico não significa nada, não me importo se ela ficou com alguém nesses últimos dias, bom, que ela ficou com alguém eu sei porque vi com os meus próprios olhos e me lembro da náusea que senti e isso significa que eu me importo sim, mas devo manter o foco no que realmente importa: reconquistar a Charlotte. Eu já conquistei ela duas vezes, na primeira vez eu era um pirralho que só bastou sorrir e segurar na mão dela, na segunda vez eu só não precisei aparecer... E agora tudo o que eu preciso fazer é continuar a ser eu mesmo, vou fundo, dê no que dê.

Cheguei em casa e a minha mãe me chamou pra sair, ela disse que quer conversar sério comigo e eu estou sentindo que lá vem bomba. Será que finalmente ela vai me contar que vai se casar novamente? Ou que tem um namorado pelo menos... De qualquer forma hoje eu vou comer hambúrguer com ela, gosto muito quando fazemos isso fora de casa, ela sabe como me agradar para contar uma notícia ruim pra mim, mas ela está enganada se pensa que eu não vou levar numa boa, se o meu pai merece ser feliz ela merece muito mais.

(...)

— E aí, filho, como anda as coisas? Seu treinador falou comigo, ele disse que você anda muito distraído ultimamente.

— Mãe, eu sou maior de idade, porque as pessoas insistem em me tratar como se eu não fosse?

— Olha o respeito! O seu treinador cuida de você desde que você tinha doze, ele só está preocupado com você! E quanto à mim, filho, eu vou me preocupar com você até você completar os seis oitenta anos!

— Mas até lá você vai estar com uns cento e lá vai cacetadas.

— Olha, não vamos sair do assunto, daqui a pouco o nosso pedido chega e a gente só vai querer saber de comer e vamos acabar não conversando.

— Pois é, a gente não brinca em serviço, né? Olha só a senhora está até ganhando uns quilinhos nesse último ano, deveria voltar pra academia, mãe, é bom pra saúde.

— Ganhando uns quilinhos? — me divirto com a expressão indignada que ela faz.

Dei um sorriso largo, quase uma gargalhada, a minha mãe é uma ótima companhia.

— Fala aí, mãe, estou à disposição — pego uma batata frita do pote que o garçom sempre trás enquanto esperamos o pedido ficar pronto.

— Então, seu treinador me falou que você...

— Ah! É o treinador! Já saquei tudo, mãe, agora as peças estão se encaixando.

— O que? Do que você está falando?

— O cara com quem você está saindo, ah, não se faça de desentendida, mãe, não foi pra isso que a senhora quis sair? Pra me contar sobre o seu namoro?

— Bom, isso também, mas... Não chegamos nessa parte ainda, então, o que está acontecendo com você?

— Mãe, a senhora já sabe, eu ando desmotivado de tudo, eu preciso que as coisas voltem ao normal.

— Com isso você quer dizer que a Charlotte volte pro colégio?

— Exatamente — como mais uma batata.

— Pra quem está meio pra baixo você está cheio de apetite, né?

— É a sua companhia, mãe, me deixa mais animado — ganho um beijo na mão com um olhar carinhoso, pisco pra ela.

— Que rapazinho lindo você é, em?

— Chega, mãe.

— O mais lindo do universo.

— Obrigado.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, percebi que a minha mãe ficou meio sem graça.

Nosso pedido chegou.

— Mãe, me fala sobre aquele assunto, eu te conto tudo da minha vida e espero o mesmo de você, — mordi um pedaço do lanche enorme.

— Foi pra isso que eu te chamei aqui, calma, só estou tomando fôlego — disse enquanto mastigava.

— Do jeito que está comendo você vai é perder o fôlego, dona Camilla.

— Ah, Cris — tomou um gole de suco — dá um tempo.

— Mãe, eu vou levar numa boa, não precisa ficar com medo de eu fazer drama.

— Ok, eu vou falar de uma vez, filho, o que eu queria te falar é que eu estou grávida.

— Grávida?

— Sim, grávida, pronto falei.

— Como isso foi acontecer?

— Foi um acidente.

— Espero que ninguém tenha se machucado.

— Pare de fazer piadas, Christopher.

— Mãe, a senhora está ciente de que eu é quem sou o jovem aqui, né? Eu é quem deveria estar dando trabalho.

— Você disse que não iria fazer drama, e saiba que você está me dando muito trabalho.

— Eu acho que você está brincando, você não está grávida nada.

— Estou grávida sim, e do seu pai ainda.

Caracas meu. Como assim? Em que planeta eu vivo?

— Você se tornou amante do meu pai e agora está grávida dele? — minha voz saiu embargada.

Eu esperava tudo, menos isso. Isso é demais pra mim.

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