Apaixonada pelo meu senhor romance Capítulo 149

Naquela época, os dois eram como crianças ingênuas.

Diante dos colegas, eles nem tinham coragem de se olhar nos olhos.

Enrico observou Chloé, no fundo dos seus olhos surgiu um brilho.

Sua expressão indecifrável deixou Chloé de cara franzida.

- Eu estou dizendo a verdade, por que você não acredita em mim?

- Eu acredito em você. - Enrico respondeu, rindo.

Ele adorava o jeito dela tentando se explicar para evitar mal-entendidos!

Ele não era uma pessoa que ficava revirando contas velhas, mas ouvindo suas explicações, se sentia muito feliz.

Chloé sentiu as bochechas queimando sob seu olhar.

- Vai lá fazer suas coisas, eu posso terminar de comer sozinha.

- Não tem problema, deixe ele esperar um pouco mais. - disse Enrico.

Como Théo seria mais importante do que sua fofinha?

Chloé não aguentou a risada, dizendo:

- Como você pode ser assim? Ele é seu sobrinho de sangue, poxa! Sua irmã te mataria se soubesse disso.

Se bem que, no coração de Heloísa, o lugar desse filho talvez nem esteja acima do de Enrico... Afinal de contas, é seu filho!

- Espera eu voltar. - Enrico colocou a mão sobre a dela e a apertou de leve, dizendo. E então se levantou, saindo da sala de refeições.

Gabriel conduziu sua cadeira de rodas até o escritório e, assim que entrassem, viram Théo em pé ao lado da escrivaninha, comtemplando o retrato de Chloé sobre ela.

Mesmo que seja apenas uma foto, através do seu olhar, era claro de se ver que ainda tinha sentimentos por ela.

E essa cena fez com que Gabriel suasse frio. Chamou, avisando:

- Sr. Théo.

Que ironia do destino!

O tio e o sobrinho amavam a mesma pessoa.

Mesmo que o relacionamento de Théo e Chloé tivesse ficado no passado, não tinha como evitar que isso fosse virar um espinho entupido no coração de Enrico.

Théo se virou, olhando para Enrico.

Seu tio vestia uma camisa branca casual e larga, mas não tinha um ar nada passivo exalando dele.

Na verdade, ele só deixava essa seriedade toda de lado quando estava ao lado de Chloé.

Enrico olhou na sua direção e estendeu a mão, virando o retrato de Chloé para baixo. Sua voz sem emoção ecoou pelo quarto:

- Veio especialmente para me procurar, por quê?

Os olhos de Théo não deixaram escapar esse gesto cheio de possessividade de Enrico, e isso o fez hesitar por alguns segundos antes de dizer com seriedade:

- Eu só queria te perguntar, quando eu meti em brigas na escola, foi o senhor que deu um jeito de resolver?

As regras da Universidade J eram muito rigorosas, mas a briga com Tadeu de ele e Chloé não resultou em nenhuma punição.

- Fui eu.

- Mas o senhor não odiava brigas? Da primeira vez que eu briguei na escola, quando cheguei em casa, o senhor me mandou correr por duas horas sem parar como castigo. - questionou Théo, sem compreender.

Gabriel trouxe café e estendeu para Enrico. Enrico levantou sua xícara e bebericou antes de responde-lo:

- A baderna foi feita pela minha esposa. Resolver as consequências são de minha responsabilidade!

Quando Enrico disse a palavra "esposa", seu tom exalava orgulho.

Dava para entender que, sua proteção, era apenas pela sua Chloé, e isso não tinha nada a ver com esse seu sobrinho Théo.

Théo queria cuspir sangue com essa resposta.

- Eu que sou seu sobrinho legítimo.

- É? - Enrico lançou um olhar indiferente sobre ele, como se não se lembrasse de ter um sobrinho deste tamanho.

Sua expressão de "daí que você é meu sobrinho" fez com que Théo se sentisse um completo nada. Ele protestou:

- Você me adorava quando eu era pequeno, dizia que eu era fofo. Quando eu estava no fundamental e você no médio, você me ajudava com as lições todos os dias, e me tratava super bem.

Desde sempre, Théo era o tesouro da família.

Ele era o mais novo, e todos o mimavam, incluindo Enrico.

Mas ele não esperava que, com o surgimento de Chloé, ele fosse acabar como um órfão adotado nesta casa.

Gabriel sentiu o cenho tremer com as palavras de Théo.

Na verdade, se não contar o relacionamento dele com Chloé, ele era um bom menina .

Enrico olhava para ele sem emoções, como se olhasse para um idiota.

- Eu não me lembro.

Théo ficou meio chateado com a reação fria do tio que ele mais adorava. Ele disse:

- Na verdade, hoje vim aqui por outra coisa também.

- O que você quer? - Enrico o olhava com frieza, como se fosse um desconhecido.

- Eu queria morar de favor aqui na sua casa por um tempo. - disse Théo.

Enrico ficava sem jeito.

Sentiu que ele devia ter uma ideia de repente, era claro que ele estava procurando desculpas de improviso pra deixá-lo bravo como vingança pela sua frieza.

E como ele iria concordar com uma coisa dessas?

- Não pode. - recusou Enrico, com mais frieza ainda.

Ele estava morando aqui numa boa com sua Chloé, não precisava o terceiro.

- Eu quero morar aqui, a minha casa é muito longe da escola, aqui é bem mais perto.

- Volte pra seu dormitório então.

- Tio, você está sendo injusto! - Théo disse com o ego exaltado. - Chloé também vai pra escola que nem eu. Ela pode vir aqui, então eu também posso!

Gabriel esbugalhou os olhos, há quanto tempo que não via Sr. Théo desse jeito mimado!

Ele era o mimado da casa quando era mais pequeno.

Não imaginava que agora, com essa idade toda, continuava infantil como antes!

Enrico o olhava como se Théo tivesse problemas na cabeça.

- Você deve estar sonhando! Cuidado que eu vou mandar alguém te jogar pra fora.

Esse rapaz queria se comparar com sua esposa?

Sem noção!

- Então vou dizer à vovó pra vir conversar contigo. - disse Théo.

Os pais de Enrico não sabem que Théo e Chloé já estiveram juntos. E antes, Enrico realmente cuidava muito de Théo e o mimava.

Théo queria morar aqui, ele não devia ter motivos para recusar.

Enrico franziu a sobrancelha, dizendo:

- Théo, você está me ameaçando?

Esse garoto estava muito atrevido.

A família toda não sabia de relação passada entre Chloé e Théo. Então ele estava usando esse segredo para ameaçá-lo, sim!

Era óbvio que queria deixá-lo com problemas, mas Théo dizia com um tom inocente:

- Claro que não é uma ameaça. Você é meu tio, e eu estou apenas com saudades de você!

Gabriel sentiu um arrepio percorrer seu corpo.

Sr. Théo, você não queria mais manter sua imagem, né?

Enrico olhou para esse jeito cínico e infantil de seu sobrinho, disse:

- Morar aqui, pode. Mas se você dar encima da minha mulher, eu vou te dar de comer aos peixes.

Quando Chloé terminou de comer a sobremesa e desceu do andar de cima, viu que Bruna estava arrumando um novo quarto. Perguntou curiosa:

- Tem gente nova vindo morar aqui?

- Théo disse que vai morar aqui por uns dias, estou arrumando as coisas para ele.

Chloé se espantou. Théo? Morar aqui?

Ele tomou algum remédio errado?

Assim pensando, Théo apareceu na sua frente. Ela o encarou e perguntou:

- Você vai se mudar para morar aqui?

- Estou com saudades do meu tio, queria vir aqui passar mais tempo com ele. - ele respondeu olhando pra ela, como se ele não tivesse mesmo ter vindo por ela.

Chloé revirou os olhos, dizendo:

- Você tomou remédio errado hoje?

Normalmente, só de ele aparecer na sua frente, Chloé já se sentia incomodada. Agora ele iria morar na sua casa?

- O tio já disse que posso. - disse Théo.

O problema não era Enrico concordar ou não.

O problema era ele!

Chloé não fazia ideia do que Théo estava querendo aprontar.

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