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Após a volta da ex-namorada, a herdeira parou de fingir romance Capítulo 527

Naquela época, Mateus já tinha dezoito anos e estava no terceiro ano do ensino médio.

Com os estudos cada vez mais exigentes, ele não tinha mais tempo nem energia para gastar provocando a irmã. Na verdade, fazia muito tempo que ele não mexia com Inês.

O prédio do ensino médio ficava bem próximo ao do ensino fundamental. Naquele dia, depois das aulas, Mateus foi até uma livraria do lado de fora da escola com alguns amigos para comprar materiais de apoio. Quando saíram, ele ouviu o som de um choro vindo de um beco próximo.

Ele foi até lá para ver o que estava acontecendo, e, para sua surpresa, a vítima do bullying era justamente quem ele menos esperava: sua irmã caçula, Inês.

Naquele instante, uma onda de raiva subiu à sua cabeça como fogo. Mateus ficou furioso. Como alguém ousava intimidar a irmã dele?

As agressoras eram apenas adolescentes do ensino fundamental, todas menores de idade. Mesmo com a polícia envolvida, o máximo que poderiam enfrentar seria uma advertência. Mateus sabia disso, mas ainda assim fez questão de registrar a ocorrência. O caso chegou à escola e, claro, também ao conhecimento de Félix.

A escola, pressionada, prometeu investigar a fundo o que havia acontecido e garantiu a Félix que tomaria medidas.

Naquela noite, em casa, Mateus, ainda irritado, confrontou Inês.

— Você não sabe se defender? Se alguém te bate, você não pode revidar?

Inês manteve os olhos baixos, parecendo ainda mais frágil. Sua voz saiu baixa, quase como um sussurro:

— Eu tentei revidar no começo, mas era uma contra várias. Eu não conseguia vencê-las, e revidar só fazia elas ficarem ainda mais violentas.

A resposta dela fez o sangue de Mateus ferver ainda mais. Ele aumentou o tom de voz, sem conseguir conter a irritação.

— E por que você não contou para os professores? Ou para o papai?

Ele quase perguntou “Por que não me contou?”, mas as palavras ficaram presas na garganta.

De repente, um pensamento o atingiu como um soco no estômago. Ele percebeu que, no início, a pessoa que mais intimidava Inês era ele mesmo.

E, como se lesse seus pensamentos, Inês ficou em silêncio por um momento antes de dizer algo que fez o peito de Mateus apertar de culpa.

— Não adianta contar. — Ela abaixou ainda mais os olhos. — Antes, quando você me provocava, eu contava para a mamãe. Mas ela nunca ficou do meu lado.

Essas palavras o atingiram como uma lâmina afiada. Uma culpa esmagadora tomou conta de Mateus, como se uma mão invisível apertasse seu pescoço, dificultando até mesmo sua respiração.

Depois de um longo momento de silêncio, ele finalmente conseguiu falar, com os olhos levemente vermelhos:

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