Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida romance Capítulo 794

Mas ela não se arrependia. Afinal, toda pessoa precisava arcar com as consequências de suas próprias escolhas.

O que ela sentia era ódio. Ódio por já ter cometido um crime... E, mesmo assim, Vitória não ter recebido o castigo que merecia!

No entanto, agora, Ademir lhe dizia que ela não teria problemas...

Com um simples gesto, ele já havia resolvido tudo por ela. Bastava que ela abrisse a boca, e o resto estava feito.

Karina deu um sorriso amargo. Foi assim também que ele protegeu Vitória, não foi? Só de pensar nisso, o rancor dentro dela fervia.

Mas ela não perguntou ao Ademir.

Karina sabia perfeitamente que ele jamais admitiria. Assim como em todas as outras vezes.

E, afinal, de que adiantaria perguntar? Ela nunca pensou que conseguiria convencê-lo.

Coisas que já haviam sido tentadas... Não mereciam ser repetidas.

A dúvida agora era: Karina aceitaria ou não a proteção dele?

Se não tivesse uma filha, talvez ela ainda insistisse em recusar...

Mas, ao pensar na menina, ela não conseguia aceitar que sua filha perdesse a mãe logo após nascer...

E mesmo que não fosse pela filha, por que não aceitar?

Vitória havia feito tantas coisas cruéis e ainda vivia tranquila! Se Karina pagasse pelo crime que cometeu, não estaria apenas cumprindo uma pena... Estaria fazendo Vitória sorrir de satisfação!

Karina fechou os olhos.

Ela não respondeu de imediato, apenas disse:

— Me deixa pensar.

Ademir franziu a testa, ele certamente estava aflito, mas não se atreveu a pressioná-la. Apenas assentiu com a cabeça.

— Tá bom.

Karina podia pensar o quanto quisesse.

...

À tarde, Ademir foi para a empresa. Prometeu que voltaria à noite.

Assim que ele saiu, Karina pegou o celular.

Abriu o serviço de voz e disse:

— Ligar para o Sr. Levi.

Após o comando, o telefone começou a chamar automaticamente o número de Levi.

— Karina?

— Sou eu. — Karina engoliu em seco, nervosa. — Sr. Levi, eu preciso da sua ajuda.

— Não fique tão preocupado. — Suspirou suavemente a Dra. Coelho. — Depressão pós-parto é algo comum, ainda mais considerando tudo o que a Sra. Barbosa enfrentou. Estou te avisando porque ela vai precisar de mais apoio e encorajamento. É importante que você esteja ao lado dela para ajudá-la a seguir em frente.

— Com certeza. — Ademir assentiu com seriedade. — E também vou contar com a ajuda da Dra. Coelho.

— Pode contar comigo.

Depressão pós-parto...

Ao sair da sala da médica, Ademir levou a mão à testa, massageando as têmporas para se recompor. Não tinha tempo para se abalar, Karina ainda precisava dele.

Se virou e entrou no quarto.

Karina estava tomando uma sopa.

Pelas tigelas à sua frente, mesmo que não tivesse terminado nenhuma por completo, era possível ver que ela havia comido um pouco de cada uma. Isso encheu o coração de Ademir de alegria.

— Hoje o apetite está até bom.

Karina assentiu em silêncio. Sabia que precisava se alimentar bem sem forças, como poderia enfrentar o que ainda estava por vir?

O corpo era a base de tudo. Sem saúde, nada se realizava.

Terminando de comer, ela limpou a boca com calma.

Ela sabia que Ademir ainda estava ali. Depois de perder a visão, ele parecia enxergá-la com ainda mais clareza. Sentia, quase com precisão, o olhar que ele lhe lançava.

— Aquela coisa que você me falou... Eu aceito.