Após desejar "um bom apetite" aos dois e servir o vinho, o garçom se retirou deixando que eles saboreassem a refeição.
— Acho que tudo na sua vida vem fácil demais, está seguro com a fortuna da sua família, eu não tenho a mesma “sorte”.
— Por que você não esquece isso e se concentra no jantar? — questionou ríspido.
Laura o encarou sem saber o que responder, abaixou a cabeça e começou a comer em silêncio.
Estava sendo um tanto chata, sabia, merecera que ele lhe chamasse a atenção, mas aquilo machucou um pouco, nunca sentira a mesma sensação antes.
— Me desculpe, eu não quis ser grosso. — pigarreou arrependido.
Ela apenas respirou fundo sem dizer uma palavra, deixando-o agoniado, entretanto, pensava que sempre era ele que tinha que pedir desculpas e tentar agradar, queria que ela ao menos demonstrasse interesse nele.
O jantar não fora exatamente como imaginavam, o silêncio reinou entre eles, após, Ethan a levou de volta para casa, queria falar algo, a noite podia ter sido diferente, de qualquer modo, nenhum dos dois queria entender o lado um do outro, preferiam acreditar terem razão.
Chegando à porta do apartamento, encarou enquanto Laura a destrancava.
— Irei enviar o e-mail assim que trocar de roupa. — informou indiferente.
— Laura, acho que devíamos conversar um pouco, não quero que a noite termine com esse clima.
— Estou bem assim, Sr. McCoy, não se preocupe, compreendo que fui “chata”.
Ele se aproximou receoso.
— Mas eu não estou bem.
Ela deu de ombros.
— Não há nada que eu possa fazer em relação a isso.
Observando ao redor, Ethan ficou ainda mais próximo, depositando um leve beijo nos lábios de Laura, sentindo a maciez de sua pele, porém, queria bem mais, segurou sua cintura com as duas mãos, trazendo-a ainda para perto, enquanto aprofundava o beijo.
Nada mais importava, nem mesmo a opinião do irmão.
Ela gostou, muito, do beijo, mas percebera que tinha um grande problema em mãos, tinha que pensar melhor sobre a questão, o empurrou, virando o rosto impedindo que ele investisse de novo.
— Melhor permanecermos em uma relação profissional. — disse em tom baixo.
— Está brincando comigo?
— Tinha algum interesse além desse? Realmente?
— Eu não entendo você, se não queria estar comigo agora, devia ter sido mais clara. — resmungou.
— Não fui eu quem insistiu para esse encontro.
Ele a encarou por alguns segundos, sem saber o que dizer, na verdade, não devia estar bravo, já que nem ao menos era para estar ali, ou pensar em um relacionamento com Laura.
— Não! — disse ríspido — Boa noite, Srta. Braga.
Retirou-se rapidamente, queria ir para o mais longe possível, antes que dissesse alguma besteira a ela, ou tomasse uma decisão da qual iria se arrepender por muito tempo.
No elevador, o celular vibrava com mensagens de Patrícia, pensou um pouco antes de responder, já que tinha sido rejeitado por uma, passaria a noite com outra, ao menos não precisava agradá-la para conseguir uma noite de sexo, nem mesmo iria contra o seu irmão.
Laura fechou a porta cansada, se dirigiu ao quarto onde retirou a roupa colocando um blusão de mangas compridas, sentou-se em frente a escrivaninha, fez alguns ajustes na proposta que deveria entregar a Ethan, escaneou o documento e enviou para o e-mail da empresa da família dele.
Suspirou frustrada, a noite prometia muito, como sempre ela estragara, estava começando a pensar que o problema não era os homens com quem se relacionava e sim ela mesma, que fazia sempre comentários desnecessários e agia com mais cautela e desconfiança do que a situação exigia.
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